quinta-feira, 17 de março de 2011

Angola: Recuo no Índice de Desenvolvimento Humano de 0,564 para 0,403

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ÁFRICA 21, com Angop – 16 março 2011

Segundo a ministra, as próximas edições do relatório de DH levarão em consideração os resultados do inquérito integrado sobre o bem-estar da população, IBEP

Luanda - A ministra angolana do Planeamento, Ana Dias Lourenço, afirmou terça-feira (15), em Luanda, que apesar da redução registada, entre 2007 e 2008, no valor absoluto do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Angola, de 0,564 para 0,403, atribuível aos ajustamentos metodológicos e de correcção de dados, o país ainda está acima da média africana subsahariana e coloca-se na sétima posição entre os países da SADC.

"Angola apresentou, reportando-se a 2008, o índice de desenvolvimento humano de 0,403, uma esperança de vida à nascença de 48,1, uma média de anos de escolaridade em torno dos 4,4 anos e um rendimento nacional bruto por habitante (em paridade do poder de compra) de USD 4,941", disse Ana Dias Lourenço na cerimónia de lançamento do relatório de desenvolvimento humano 2010.

Segundo a governante, a posição de um país em termos de IDH pode variar para cima ou para baixo, sem que esta alteração traduza verdadeiras mudanças estruturais, sociais ou económicas.

"Creio que deve ser este o sentido de variação ocorrida no valor do IDH para Angola entre 2007 e 2008. Para além dos necessários ajustamentos e correcções nas informações pertinentes para o cálculo do índice, verificou-se uma alteração de metodologia que determinou que a partir do relatório de 2010 a estimativa do IDH leve em conta a tendência dos últimos cinco anos através de uma média geométrica", frisou.

Segundo a ministra, as próximas edições do relatório de DH levarão em consideração os resultados do inquérito integrado sobre o bem-estar da população, IBEP, baseado num inquérito nacional realizado entre 2008 e 2009 que mostram uma recuperação em indicadores chave do progresso social no país.

A ministra afirmou serem reconhecidas as transformações económicas e sociais ocorridas em Angola depois de solucionado o conflito militar interno.

Referiu que a taxa média de crescimento do Produto Interno Bruto, entre 2002 e 2010, foi de 12,1%, já contabilizados os efeitos de atenuação ocorridos em 2009, devido a crise económica e financeira internacional.

"Se reportarmos o crescimento médio do PIB ao período 2002/2008, a taxa média anual de variação do PIB foi de 14,7%. Neste mesmo período, a taxa média de variação do IDH reportado no relatório de desenvolvimento humano de 2008 foi praticamente de 5% em média anual, assinalando, portanto, que uma parte do crescimento do produto interno bruto foi canalizada para a melhoria das condições sociais dos cidadão " afirmou a ministra.

Afirmou que os relatórios de DH publicados anualmente pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) são uma base insubstituível de trabalho analítico para a compreensão das transformações estruturais dos tecidos sociais dos países que aí participam.

Entretanto, a coordenadora residente do Sistema das Nações Unidas em Angola, Maria do Vale Ribeiro, afirmou que se reconhece que ao longo dos anos o índice de DH e os indicadores apresentados anualmente no relatório permitem demonstrar as mudanças reais e os progressos em África na Ásia na América Latina e em outras partes do mundo em vias de desenvolvimento confirmando melhorias na qualidade de vida das pessoas.

O relatório de desenvolvimento humano de 2010 comemora vinte anos de publicação Sob o lema "A verdadeira riqueza das Nações: Vias para o Desenvolvimento Humano".

A cerimónia de lançamento contou com a participação de governantes, técnicos do PNUD, do Ministério do Planeamento e membros da sociedade civil.
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