tag:blogger.com,1999:blog-6878240715206478475.post3501291242729031329..comments2023-12-23T10:17:37.112+00:00Comments on PÁGINA UM: Presidente da República aponta desafios da diplomacia angolanaFÁBRICA DOS BLOGUEShttp://www.blogger.com/profile/06694911075606022353noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-6878240715206478475.post-82293090393409378182011-02-07T23:26:29.568+00:002011-02-07T23:26:29.568+00:00ÁFRICA MERECE PAZ!
1 ) A história de África é uma...ÁFRICA MERECE PAZ!<br /><br />1 ) A história de África é uma história de violência e barbárie praticamente desde a época do mercantilismo que produziu uma das primeiras e mais trágicas globalizações – a época do “comércio triangular” que tinha na escravatura o seu maior investimento e lucro.<br /><br />2 ) No período post-colonial, mais de 500 anos depois da chegada dos primeiros ocidentais, pela primeira vez as elites africanas têm alguma expressão efectiva; estão muito longe de ser perfeitas: assumem parcerias que são “contra natura”, enriquecem ilicitamente, são corruptas, agarram-se ao poder e circundam-no com todo o peso de influência de um grupo de famílias privilegiadas, neutralizam os esforços de várias gerações em prol do movimento de libertação, aceitam o neo colonialismo, têm imensas dificuldades em lutar contra o subdesenvolvimento, são refractárias ao aprofundamento da democracia, etc., etc….<br /><br />3 ) Há uma coisa que elas contudo, também por razões de sobrevivência, não se podem esquivar: procurar a paz.<br /><br />4 ) É evidente que se está numa paz plena de desequilíbrios, com uma fossa de desigualdades que continua a crescer, com terríveis Índices de Desenvolvimento Humano, com o presente envenenado duma “democracia representativa” que conduz à sujeição nos relacionamentos internacionais perante o poder das potências ocidentais, uma paz frágil e extremamente vulnerável.<br /><br />5 ) Está-se muito longe dum equilíbrio social desejável, do desenvolvimento sustentável, da participação cidadã na solução das coisas públicas e nas decisões do estado, duma saúde compatível com a dignidade humana, duma educação perfeita e tendo como base um universo de 100% de alfabetizados… está-se muito longe até dos Objectivos do Milénio…<br /><br />6 ) Mas esta paz precária, frágil e vulnerável é o início duma cultura que se deve alargar e aprofundar e as vias de multilateralismo favorecem-na, por que pela primeira vez há potências no plano global que a troco das riquezas do continente não chegam pela via militar, não carregam armas e procuram trazer pelo menos alguns benefícios mútuos e a hipótese de haver muito mais respeito entre as nações e os povos.<br /><br />7 ) Com todas as fragilidades e vulnerabilidades desta paz, ela pode propiciar o fim da barbárie e as elites africanas, se quiserem garantir sua própria sobrevivência, não têm outra alternativa senão cultivá-la, segui-la e lapidar o diamante da emancipação real dos povos e das nações em construção.<br /><br />8 ) Cabe aos homens de consciência solidária, que colocam o homem e o ambiente como prioridades, ao assumir a crítica responsável à lógica do capitalismo, reforçar as medidas que são essenciais a África nos campos da saúde, da educação, do acesso à água potável, da necessidade de urbanização, sanidade pública, habitação condigna, reforçar as medidas que tragam maior dignidade humana e respeito pela natureza e é aí que eu me esforço por situar.<br /><br />9 ) A paz é um profundo acto cultural que implica um renascimento para África, que será um caminho longo mas que colocará o continente em vias de resgate no lugar em que o tão sacrificado e explorado homem africano merece!<br /><br />Martinho Júnior<br /><br />Luanda.Anonymousnoreply@blogger.com