segunda-feira, 7 de março de 2011

Regime colonial angolano em Cabinda intimida e enxovalha Agostinho Chicaia

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ORLANDO CASTRO*, jornalista – ALTO HAMA

O Engenheiro Agostinho Chicaia é o Coordenador Geral, (Ponta-Negra) do Projecto Transfronteiriço do Maiombe do PNUA (Programa das Nações Unidas para o Ambiente) e UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza). Este abrange todos os países que comungam da mesma extensão desta grande floresta: Cabinda (Angola), RDCongo, Congo-Brazzaville e Gabão.

É nesta sua qualidade que na passada semana foi até a Luanda, passando por Cabinda.

Encontrou-se com altas personalidades do regime, inclusive com Fátima Jardim, Ministra do Ambiente. Regressou a Cabinda sexta-feira (5 de Março). Hoje, depois de um encontro com o Governador de Cabinda, Mawete João Baptista, que terminou tarde por causa do carnaval, pediu ao Padre Congo que o levasse até à fronteira com o Congo (Massabi).

Devia regressar, porque, amanhã, deve estar em Kinshasa para uma reunião. Chegaram ao local às 17h30, ainda com a possibilidade de atravessar a fronteira, já que é residente na República do Congo.

Os funcionários da DEFA, como tem sido hábito, passeavam com o seu passaporte de um lado para outro, com os telemóveis colados, permanentemente, às badanas, para no fim comunicarem que não podia sair de Cabinda. Regressou-se e ao chegar às portas de Lândana, onde está uma barreira que divide Cabinda em dois; lugar de humilhação dos cabindas, aproximaram-se dois polícias que pediram ao Padre Congo para estacionar o carro, queixando-se que era uma ordem que tinham recebido naquele momento.

Este encostou a viatura nas bermas e viram-se cercados pela fina flor do aparelho repressivo do MPLA e do governo angolano em Lândana (Cacongo): o comandante da polícia, Evaristo Bota, que mais se parece com um agente do SINFO; Benjamim da polícia de Investigação Criminal e o adjunto da DEFA.

Procederam a um controlo, peça por peça; papel a papel, da pasta-de-viagem de Chicaia, diante dos olhos estarrecidos dos ocupantes da viatura. Estiveram no local, mais ou menos, meia hora, libertando, depois, a viatura e. Chicaia.

Compreendeu-se que foi estratégia não o terem deixado passar para o Congo, para o controlarem ao regressar à sua casa na cidade de Cabinda. Teme-se, neste momento, pela sua segurança, amanhã, quando voltar à fronteira.

*Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.

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