sábado, 24 de julho de 2010

Macau – PJ ADMITE CRITICAS NO CASO LUÍS AMORIM


Macau: PJ não rejeita críticas sobre a investigação ao caso Amorim até fazer as avaliações necessárias – diretor

Macau, China, 16 jul (Lusa) – A Polícia Judiciária de Macau conduziu a investigação sobre a morte de Luís Amorim, 17 anos, de acordo com a lei, mas não rejeita críticas até fazer as avaliações necessárias, disse o diretor à Agência Lusa.

“Neste momento não encontro nenhuma falha ou erro no processo da investigação. Até agora todo o processo seguiu a lei, mas não vamos rejeitar críticas e vamos fazer as avaliações necessárias”, sublinhou em declarações à Lusa o diretor da Polícia Judiciária (PJ), Wong Sio Chak.

O Ministério Público de Macau (MP) arquivou o inquérito sobre a morte do jovem Luís Amorim há precisamente um ano (16 de julho de 2009) por despacho do Procurador-Adjunto Vong Vai Va.

O documento, a que a Lusa teve acesso, admite que a “investigação não foi perfeita”, salientando que o “agente da PSP (que encontrou o corpo) não tomou medidas adequadas para proteger o local e o agente da Polícia Judiciária que recebeu a notícia sobre a morte não mandou imediatamente pessoal profissional ao local para recolha de provas”.

O MP acrescentou no mesmo documento que iria “exigir oportunamente às duas entidades policiais uma averiguação interna no sentido de melhorar as instruções de trabalho”.

Wong Sio Chak salientou, porém, que a PJ “não viu até ao momento nenhum relatório do MP que aponte falhas” da polícia e “tem a certeza de que está a agir de acordo com a lei”, disse ao defender que “os defeitos e as insuficiências (na investigação) apontados pela outra parte (pais de Luís Amorim) não correspondem à verdade”.

“Entendemos os sentimentos dos familiares da vítima, mas também não podemos agir fora das disposições legais. Aos meus olhos não existe a comunidade portuguesa, chinesa ou macaense, mas apenas a lei”, acrescentou.

Luís Amorim apareceu morto na marginal de Macau na madrugada de 30 de setembro de 2007, aos 17 anos, e poucas horas depois a polícia assumia a tese de suicídio, reiterada pelas autoridades forenses da região, mas contrariada por uma nova autópsia realizada em Portugal a pedido dos pais e que aponta o homicídio como a causa mais provável da morte.

Apesar do MP ter considerado no despacho de arquivamento do inquérito não ser possível “até agora saber se o jovem português se suicidou, morreu por acidente ou por homicídio”, o diretor da PJ defende que se “tratou de um caso de suicídio”, uma tese logo assumida a 30 de setembro pelas “circunstâncias do local do crime e do parecer do médico legista”, explicou.

Os Serviços de Medicina Legal do hospital Conde São Januário assumiram, numa nota enviada anteriormente à Lusa, a responsabilidade pelo relatório de autópsia, mas os pais requereram a reabertura do inquérito com base nas conclusões dos legistas portugueses e defendem que a investigação para ser justa deverá “ser entregue a outra pessoa que não o procurador do MP”.

Um mês depois de terem apresentado requerimento para a reabertura do inquérito, os pais de Luís Amorim não receberam ainda a resposta do Procurador Vong Vai Va que, segundo fonte judicial contactada pela Lusa "continua a estudar o dossier" e "ainda não tomou qualquer decisão sobre o caso" o que apenas deverá acontecer após as férias judiciais de agosto.

PNE/JCS.

***Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico***

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