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O MPLA, partido no poder há 35 anos (desde 11 de Novembro de 1975), considerou hoje que a actual sociedade angolana é caracterizada pela falta de valores culturais, morais e cívicos, devido à guerra que, durante décadas (já acabou há oito anos), assolou o país, facilitando a assunpção de posturas ”arbitrárias e abusivas”.
Essa constatação foi hoje assumida pelo vice-presidente do MPLA, Roberto de Almeida, durante a abertura de uma mesa redonda, organizada por este partido, realizada em Luanda, com o tema “Família Angolana: A hora de começarmos a construir uma nova mentalidade é esta”.
Roberto de Almeida disse que a uma sociedade repressiva e discriminatória até 1975, sucedeu-lhe outra mais livre e progressiva segundo as regras estalinistas, onde emergiram “espaços territoriais sem lei, em que não era exercida qualquer autoridade governativa ou, em alguns casos, essa autoridade marcava presença de forma esporádica e intermitente”.
Segundo o vice-presidente do MPLA, a guerra, sobretudo a partir de 1992, ano das primeiras eleições gerais de Angola e altura em que reacendeu o conflito armado no país, não só levou à perda crescente de valores culturais, morais e cívicos, como facilitou também a “assunpção de posturas arbitrárias e abusivas por parte dos governantes”.
Comportamentos de desafio, desrespeito e mesmo de achincalhamento dos representantes do poder estabelecido, por parte de alguns cidadãos são também posturas assumidas por angolanos devido à guerra (que terminou há oito anos), disse Roberto de Almeida.
No sentido de reverter a situação, Roberto de Almeida disse que o alvo prioritário de acção política do MPLA é a família, núcleo fundamental de uma sociedade, devendo continuar a investir-se na sua valorização mediante a mobilização em todos os sectores e camadas populacionais.
Roberto de Almeida lembrou que para o alcance de resultados positivos é necessário incentivar o respeito à lei, às instituições, ao património cultural e artístico, à preservação dos bons costumes, bem como às mulheres, idosos e crianças.
No intuito de alcançar “o mais rápido possível” esse objectivo, o MPLA adoptou como estratégia a aposta na formação da mulher e na luta pela igualdade de direitos e de oportunidades na educação e no emprego, bem como a sua participação na vida política, económica, social e cultural.
Nos últimos tempos, o MPLA tem-se manifestado preocupado com o estado da sociedade angolana e com fenómenos e comportamentos alheios à cultura angolana e tem promovido uma série de debates públicos, sem resultados visíveis, com o objectivo de encontrar saídas para o problema.
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