Raphael Tsavkko – Diário Liberdade
Não importa que os gestores de Sortu sejam pessoas que jamais fizeram parte de qualquer lista ligada ao Batasuna (ou mesmo ao Euskal Herritarrok, Herri Batasuna, AuB, HZ, etc). Não importa que os estatutos do Sortu deixem explícito o rechaço completo à violência. Não importa que milhares de pessoas tenham ido repetidas vezes às ruas exigir que seus direitos democráticos sejam respeitados. Não importam os presos políticos. Não importa a esperança. Não importa a mão estendida.
À Espanha só interessa a humilhação do povo basco. A submissão.
Sortu ilegalizado sem sequer ter a chance de mostrar a que veio. Ilegalização preventiva. Ilegalização com tom de censura, de "cala boca" para mais de 15% do povo basco. Mas uma demonstração simbólica para TODO o povo basco: Quem manda é a Espanha.
Ao PP e ao PSOE, que a cada dia mais se mostram o mesmo partido, interessa a guerra. País falido e a vontade de ir à Líbia, matar o povo alheio. Estado antidemocrático que busca impor sua falta de democracia aos Bascos.
A continuidade do conflito interessa aos partidos espanhóis. Negar o acesso à democracia à significativa parcela do povo basco interessa aos partidos espanhóis, assim estes conseguem governar. Na base da fraude, da intimidação, da justiça que faria Franco se levantar da tumba e aplaudir. O genocídio cultural do franquismo retorna, ou melhor, permanece vivo através da justiça espanhola.
O povo basco quer ter voz, quer decidir seu futuro. A Espanha faz de tudo para impedir. Há séculos.
Agora os partidos espanhóis esperam por uma resposta da ETA. Querem violência, se alimentam de sangue.
Meu mais veemente protesto contra mais este absurdo, mais esta violação dos direitos básicos do povo basco, mais esta agressão contra a democracia e a dignidade de um povo.
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