Angola Press
Luanda – O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, considerou hoje, sexta-feira, que a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) pode tornar-se “numa força poderosa e dinâmica capaz de contribuir para a paz e segurança e acelerar o crescimento e o desenvolvimento, potenciando a cooperação”.
De acordo com José Eduardo dos Santos, que discursava na abertura da VIII Cimeira da CPLP, a cooperação entre os estados pode ainda ser potenciada em áreas como a sociedade civil; saúde; justiça, juventude; trabalho e protecção social; igualdade de género; ambiente; oceanos; educação para o desenvolvimento; energias renováveis, de modo a cruzar interesses nos sectores económico e empresarial.
“Acreditamos que todas essas acções devem subordinar-se a um princípio único e, por isso, escolhemos como lema da presidência; solidariedade na diversidade”, sublinhou o presidente.
Nesta perspectiva, referiu, a CPLP converte-se num instrumento importante para desenvolver e fortalecer a afirmação dos países da organização nos domínios regional e internacional, garantindo uma participação justa e efectiva na configuração da ordem política e económica mundial.
De acordo com José Eduardo dos Santos, as afinidades que ligam os países da CPLP “vão muito além da língua comum, constituem frutos de uma conquista que tem a ver com um passado de lutas e de vitórias, durante o qual os nossos povos exerceram e absorveram influências recíprocas de diversa natureza que nos permitiram enriquecer e reforçar as nossas identidades nacionais”.
Hoje, segundo a análise do Chefe de Estado angolano, os países da CPLP encontram-se numa plataforma superior, que lhes permite encarar o futuro com confiança e empenhar-se num esforço de entreajuda, que materializa o desejo dos respectivos povos e governos, visando o desenvolvimento, a prosperidade e o bem-estar.
“De facto, como nos encontramos em níveis diferentes de desenvolvimento económico e social, é justo que valorizemos a solidariedade como eixo central da nossa acção, pois só ela pode conferir à nossa cooperação o seu real valor”, disse José Eduardo dos Santos.
Por outro lado, o Presidente da República afirmou que é no respeito da diversidade que se encontra a base da unidade dos países da comunidade, “a razão para nos apoiarmos mutuamente e caminharmos juntos na construção de um futuro melhor”.
Cada um dos países da CPLP, assinalou, está inserido em regiões diferentes de quatro continentes, o que confere aos estados membros o estatuto privilegiado de porta-vozes uns dos outros e potencia o alargamento da sua influência para zonas muito distantes do espaço geográfico da organização.
No entender do Presidente angolano, esse alargamento “não se limita à projecção da língua comum, que aliás já se inscreve entre as mais faladas mundialmente e como tal começa a ser respeitada”, mas também permite ter acesso a um mercado de várias centenas de milhões de pessoas.
“Só por este facto já podemos equacionar a importância de um encontro como o nosso, que tem como objectivo definir as estratégias e perspectivar as vias mais correctas e eficazes para tornar viável tudo aquilo que neste momento apenas existe em potência e como projecto”, referiu José Eduardo dos Santos.
Participam nesta cimeira de Luanda, para além do Chefe de Estado angolano, os presidentes de Portugal, Cavaco Silva, Cabo Verde, Pedro Pires, Guiné-Bissau, Malamba Kai Sanhã, Moçambique, Armando Guebuza, São Tome, Fradique de Meneses, e da Guine- Equatorial, Obiang Nguema.
Estão igualmente presentes, o primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, o vice-primeiro-ministro de Timor Leste, José Luís Guterres, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, e o Secretario Executivo da CPLP, Domingos Pereira.
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