ANGOLA PRESS
Luanda - O presidente da Associação dos Sobreviventes angolanos do Campo de Tarrafal, Alberto "Beto" Van-dúnem, considerou hoje, quinta-feira, em Luanda, falho de verdades o artigo com o título “Tarrafal: Verdades e mentiras do Campo de Trabalho de Chão Bom”.
Elaborado por um jornalista de Cabo Verde, e publicado num periódico luso, o artigo em referência retrata o Tarrafal, uma das cadeias de nacionalistas das então colónias portuguesas em África, como "não tanto uma prisão, mas sim um paraíso".
O nacionalista, pertencente ao conhecido "Processo dos 50", revelou em conferência de imprensa que os presos faziam trabalhos forçados, carregando pedras e barris de água, tinham péssima alimentação, entre outras sevícias a que eram submetidos.
Segundo indicou Beto Van-dúnem, no também denominado "Campo da Morte Lenta", só a motivação e consciencialização do que se pretendia, no caso a liberdade, animou o espírito e o ego de todos quantos lá estavam.
“Nós sabíamos que estávamos ali por lutar pela independência de Angola, e tínhamos consciência do que queríamos: a liberdade”, asseverou, antes de considerar que o autor do artigo falhou na sua investigação.
Por seu turno, Amadeu Amorim, igualmente ex-presidiário, disse que Tarrafal constitui um marco na história da revolução dos povos, em particular de Angola, que viu seus filhos aí encarcerados pela simples razão de aspirarem a auto-determinação e a independência.
Apontou como vicissitudes passadas pelos encarcerados, a paupérrima alimentação, reduzida em "feijão macunde ao almoço e jantar, durante três anos, a inexistência de médico na enfermaria e o único remédio existente, para qualquer dor, era a tintura de Benjoim".
"Como foi possível escamotear a verdade", interrogou-se, antes de opinar que o autor do artigo deve ser chamado e dizer-se-lhe que está confundido, quanto a realidade vivida na Cadeia de Tarrafal. "Aqui escreveu-se a História em páginas de sangue, para alcance da independência dos povos, cujos filhos foram deportados", salientou ainda.
A Colónia Penal do Tarrafal, na ilha cabo-verdiana de Santiago foi criada em Abril de 1936, constituindo na altura mais um passo decisivo na instauração do regime fascista, em Portugal.
Na cadeia cumpriram penas vários nacionalistas angolanos, com destaque para os integrantes do "Processo dos 50", condenados pelo então Tribunal Militar Territorial de Angola, sob acusação de conspirarem contra o regime colonial.
Volvidos 50 anos, sobrevivem daquele processo 16 cidadão, 11 dos quais a residirem no país.
Luanda - O presidente da Associação dos Sobreviventes angolanos do Campo de Tarrafal, Alberto "Beto" Van-dúnem, considerou hoje, quinta-feira, em Luanda, falho de verdades o artigo com o título “Tarrafal: Verdades e mentiras do Campo de Trabalho de Chão Bom”.
Elaborado por um jornalista de Cabo Verde, e publicado num periódico luso, o artigo em referência retrata o Tarrafal, uma das cadeias de nacionalistas das então colónias portuguesas em África, como "não tanto uma prisão, mas sim um paraíso".
O nacionalista, pertencente ao conhecido "Processo dos 50", revelou em conferência de imprensa que os presos faziam trabalhos forçados, carregando pedras e barris de água, tinham péssima alimentação, entre outras sevícias a que eram submetidos.
Segundo indicou Beto Van-dúnem, no também denominado "Campo da Morte Lenta", só a motivação e consciencialização do que se pretendia, no caso a liberdade, animou o espírito e o ego de todos quantos lá estavam.
“Nós sabíamos que estávamos ali por lutar pela independência de Angola, e tínhamos consciência do que queríamos: a liberdade”, asseverou, antes de considerar que o autor do artigo falhou na sua investigação.
Por seu turno, Amadeu Amorim, igualmente ex-presidiário, disse que Tarrafal constitui um marco na história da revolução dos povos, em particular de Angola, que viu seus filhos aí encarcerados pela simples razão de aspirarem a auto-determinação e a independência.
Apontou como vicissitudes passadas pelos encarcerados, a paupérrima alimentação, reduzida em "feijão macunde ao almoço e jantar, durante três anos, a inexistência de médico na enfermaria e o único remédio existente, para qualquer dor, era a tintura de Benjoim".
"Como foi possível escamotear a verdade", interrogou-se, antes de opinar que o autor do artigo deve ser chamado e dizer-se-lhe que está confundido, quanto a realidade vivida na Cadeia de Tarrafal. "Aqui escreveu-se a História em páginas de sangue, para alcance da independência dos povos, cujos filhos foram deportados", salientou ainda.
A Colónia Penal do Tarrafal, na ilha cabo-verdiana de Santiago foi criada em Abril de 1936, constituindo na altura mais um passo decisivo na instauração do regime fascista, em Portugal.
Na cadeia cumpriram penas vários nacionalistas angolanos, com destaque para os integrantes do "Processo dos 50", condenados pelo então Tribunal Militar Territorial de Angola, sob acusação de conspirarem contra o regime colonial.
Volvidos 50 anos, sobrevivem daquele processo 16 cidadão, 11 dos quais a residirem no país.
Sem comentários:
Enviar um comentário