Policiais reforçam a entrada da 15ª Delegacia de Policia - Foto: Luis Bulcão Pinheiro/Especial para Terra
JB ONLINE – PORTAL TERRA
RIO DE JANEIRO - O Hotel Intercontinental, em São Conrado (Zona Sul do Rio), registrou 73 desistências entre cancelamentos de reservas e saídas antecipadas de hóspedes após a invasão do prédio por marginais na manhã de sábado.
Ao todo, 800 pessoas se hospedavam no estabelecimento. Dos 30 funcionários reféns, cinco foram trabalhar neste domingo. Na avenida Aquarela do Brasil, onde se localiza o hotel, ainda há marcas de tiros em portarias de condomínios e cápsulas deflagradas no asfalto.
Durante uma troca de tiros com a Polícia Militar na manhã de sábado, 10 traficantes entraram e fizeram 30 funcionários e cinco hóspedes estrangeiros reféns na cozinha do hotel. Após duas horas de negociação, os traficantes se renderam e os reféns foram liberados sem ferimentos.
Patrulhamento reforçado em favelas após invasão de hotel
TERRA
A Polícia Militar reforçou o policiamento neste domingo nas favelas da Rocinha e do Vidigal, na zona sul da cidade, após o intenso tiroteio que levou pânico e morte às ruas de São Conrado, na manhã de sábado. De acordo com informações do 23º BPM (Leblon), a situação é tranquila nas áreas e o patrulhamento continuará nas comunidades.
A presença maciça dos PMs deu mais segurança aos 19 mil atletas que participaram, pela manhã, da Meia Maratona do Rio (que teve a largada do bairro e seguiu até o Aterro do Flamengo) e também ao público que foi conferir a prova, que parecia tentar esquecer o pesadelo vivido no dia anterior.
Depois de ter sido invadido por um grupo armado que fez 35 reféns, entre hóspedes e funcionários em suas dependências, o Hotel Intercontinental retomou a sua rotina. A informação é da assessoria de imprensa do próprio hotel, que destaca "a rapidez e eficiência da ação da Polícia Militar e das autoridades de Segurança Pública na solução do caso, sem ameaça à integridade física de hóspedes e funcionários".
Os criminosos invadiram o estabelecimento quando fugiam da polícia. Na troca de tiros entre PMs e os traficantes, Adriana Duarte de Oliveira, de 41 anos, morreu e sete pessoas ficaram feridas. De acordo com a PM, a mulher trabalhava para o tráfico de drogas e contra ela já havia um mandado de prisão expedido.
Manhã de pânico e morte
Na manhã de sábado, a zona sul foi palco ontem de uma ação criminosa de ousadia inédita. Sessenta bandidos da Rocinha, com fuzis e pistolas, trocaram tiros com policiais militares pelas ruas de São Conrado, deixando um rastro de terror. No confronto, que deixou quatro PMs feridos, parte do bando invadiu o Hotel Intercontinental e fez 35 reféns. Cerca de 50 homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) cercaram e ocuparam cada andar do edifício. Após pouco mais de uma hora de tensa negociação - com os criminosos ameaçando dar tiros de fuzis em hóspedes e funcionários -, as vítimas foram libertadas e 10 bandidos, presos. Mais tarde, outro suspeito foi localizado no Hospital Getúlio Vargas, na Penha.
Para o secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, o ataque, que ganhou repercussão mundial, não foi novidade: "Essa imagem, o Rio passa para o mundo há muito tempo. Isso não é novo para o carioca. Nos próximos anos teremos um Rio bem melhor. Mas quem achar que isso vai se reverter num piscar de olhos, é um mentiroso".
A ação começou às 8h20, quando o bonde saiu de um baile funk no Morro do Vidigal e seguia para a Rocinha. Na Avenida Niemeyer, a quadrilha cruzou com patrulha do 23º BPM (Leblon), onde PMs viram cinco vans e cerca de dez motos com homens armados. No grupo, estava Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, chefão da Rocinha. Os policiais tentaram interceptar a quadrilha, e o tiroteio começou. Vestindo coletes à prova de balas, os bandidos dispararam de fuzil do meio da rua, colocando motoristas e pedestres na linha de tiro.
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