Carvalho da Silva: PEC IV é declaração de guerra aos trabalhadores
Carlos Pessoa – Público - 19 março 2011 – Foto Pedro Cunha
Dezenas de milhares de manifestantes desfilaram hoje em Lisboa e encheram a praça dos Restauradores para ouvir o secretário geral da CGTP-IN, Carvalho da Silva. Foi uma resposta maciça ao protesto convocado por aquela central sindical contra o desemprego, a precariedade e por aumentos salariais e das pensões.
O novo plano de austeridade anunciado esta semana pelo Governo “é uma declaração de guerra aos trabalhadores, aos reformados e pensionistas, aos jovens e a toda a sociedade”, acusou ontem Manuel Carvalho da Silva, secretário-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP).
Perante os muitos milhares de pessoas que vieram até Lisboa participar no “dia de indignação e de protesto dos reformados”, o dirigente daquela central sindical prometeu não baixar os braços: “Se as medidas agora anunciadas fossem executadas, provocariam maiores desigualdades sociais e recessão. Comprometemo-nos a reforçar a luta através da unidade de acção de todos os trabalhadores.”
Carvalho da Silva foi o último orador da tarde.
Quando começou a falar, ainda a faixa central da Avenida da Liberdade era um mar de gente, que só com muita dificuldade conseguia chegar até ao palco montado no centro da Praça dos Restauradores. A mobilização popular foi efectiva e levou o secretário-geral da CGTP a considerar esta manifestação a mais importante forma de luta desde a greve geral de Novembro do ano passado. “A greve geral colocou as questões do emprego e os problemas concretos das pessoas no centro da mobilização dos trabalhadores”, disse Carvalho da Silva, expressando depois a sua convicção de que “é possível e indispensável sair desta crise através de uma efectiva solidariedade, da afirmação do modelo social e da limitação dos poderes dos mercados”.
Uma nova jornada de luta, centrada nos problemas dos jovens, está marcada para o próximo dia 1 de Abril.
Críticas ao PS e PSD
O dirigente sindical acusou o Governo de abrir uma crise política complexa e alertou para a necessidade de “estarmos atentos” à evolução dos acontecimentos. Acusou Sócrates de ter “posto o país de joelhos perante as autoridades comunitárias e a senhora Merkl” – nomes a que os manifestantes reagiram com uma grande vaia –, mas denunciou também um “PSD ansioso por chegar ao poder”: “As políticas [do PS e do PSD] são exactamente as mesmas e só visam aprofundar políticas sociais desastrosas, com mais privatizações no ensino e na saúde e mais exploração do trabalho.”
A parte final da intervenção de Carvalho da Silva centrou-se na resposta que deve ser dada por parte dos trabalhadores portugueses. “A nossa preocupação é o emprego, a precariedade, a situação dos pensionistas e reformados, dos jovens”, disse. “A presente situação do mercado de trabalho é insustentável. Nós lutamos pelo reforço do Estado social e não pela sua destruição. E não precisamos do congelamento das pensões, mas de uma política de distribuição mais justa da riqueza.”
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Carlos Pessoa – Público - 19 março 2011 – Foto Pedro Cunha
Dezenas de milhares de manifestantes desfilaram hoje em Lisboa e encheram a praça dos Restauradores para ouvir o secretário geral da CGTP-IN, Carvalho da Silva. Foi uma resposta maciça ao protesto convocado por aquela central sindical contra o desemprego, a precariedade e por aumentos salariais e das pensões.
O novo plano de austeridade anunciado esta semana pelo Governo “é uma declaração de guerra aos trabalhadores, aos reformados e pensionistas, aos jovens e a toda a sociedade”, acusou ontem Manuel Carvalho da Silva, secretário-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP).
Perante os muitos milhares de pessoas que vieram até Lisboa participar no “dia de indignação e de protesto dos reformados”, o dirigente daquela central sindical prometeu não baixar os braços: “Se as medidas agora anunciadas fossem executadas, provocariam maiores desigualdades sociais e recessão. Comprometemo-nos a reforçar a luta através da unidade de acção de todos os trabalhadores.”
Carvalho da Silva foi o último orador da tarde.
Quando começou a falar, ainda a faixa central da Avenida da Liberdade era um mar de gente, que só com muita dificuldade conseguia chegar até ao palco montado no centro da Praça dos Restauradores. A mobilização popular foi efectiva e levou o secretário-geral da CGTP a considerar esta manifestação a mais importante forma de luta desde a greve geral de Novembro do ano passado. “A greve geral colocou as questões do emprego e os problemas concretos das pessoas no centro da mobilização dos trabalhadores”, disse Carvalho da Silva, expressando depois a sua convicção de que “é possível e indispensável sair desta crise através de uma efectiva solidariedade, da afirmação do modelo social e da limitação dos poderes dos mercados”.
Uma nova jornada de luta, centrada nos problemas dos jovens, está marcada para o próximo dia 1 de Abril.
Críticas ao PS e PSD
O dirigente sindical acusou o Governo de abrir uma crise política complexa e alertou para a necessidade de “estarmos atentos” à evolução dos acontecimentos. Acusou Sócrates de ter “posto o país de joelhos perante as autoridades comunitárias e a senhora Merkl” – nomes a que os manifestantes reagiram com uma grande vaia –, mas denunciou também um “PSD ansioso por chegar ao poder”: “As políticas [do PS e do PSD] são exactamente as mesmas e só visam aprofundar políticas sociais desastrosas, com mais privatizações no ensino e na saúde e mais exploração do trabalho.”
A parte final da intervenção de Carvalho da Silva centrou-se na resposta que deve ser dada por parte dos trabalhadores portugueses. “A nossa preocupação é o emprego, a precariedade, a situação dos pensionistas e reformados, dos jovens”, disse. “A presente situação do mercado de trabalho é insustentável. Nós lutamos pelo reforço do Estado social e não pela sua destruição. E não precisamos do congelamento das pensões, mas de uma política de distribuição mais justa da riqueza.”
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