Sob críticas internacionais, deportações são para continuar
ND – LUSA
Paris, 20 ago (Lusa) - Apesar das críticas internacionais, França mantém que "não tem lições a receber" em termos de imigração e pretende continuar a deportar ciganos para o seu país, invocando a luta contra a insegurança.
Um grupo de 124 ciganos chegou hoje ao aeroporto de Timisoara, na Roménia, de acordo com números comunicados à agência francesa AFP pela polícia de fronteiras romena.
O ministro da Imigração francês, Eric Besson, tinha anunciado que 139 ciganos da Roménia seriam expulsos de Paris num voo a realizar hoje, depois da expulsão de 86 pessoas na quinta feira, também para a Roménia.
Em Timisoara, os poucos deportados que aceitaram falar aos jornalistas não esconderam a sua cólera e a sua vontade de "voltar para França", para fugirem à pobreza.
Paris e Bucareste tentam agora mobilizar apoios na União Europeia (UE) sobre esta matéria muito controversa.
O ministro do Interior francês, Brice Hortefeux, "espera que a Comissão Europeia demonstre todo o seu valor acrescentado no acesso dos ciganos à educação, ao emprego e à habitação", enquanto o presidente romeno, Traian Basescu, reivindica um "programa europeu de integração".
França não é o único país europeu a lidar com a população cigana e a praticar expulsões, mas o presidente francês, Nicolas Sarkozy, quis mediatizar estas ações e estabeleceu uma ligação direta entre imigração e insegurança.
Esta associação direta tem sido alvo de várias críticas, incluindo do Vaticano: "As expulsões em massa de ciganos vão contra as normas europeias", afirmou à AFP o secretário do conselho pontífice para os migrantes e pessoas em viagem, Agostino Marchetto.
"Há um princípio de proporcionalidade nas reações que podemos ter em relação aos delinquentes. Não podemos generalizar e pegar num grupo inteiro de pessoas e deportá-las. A responsabilidade é pessoal, não é coletiva", acrescentou o responsável.
Também o presidente da assembleia parlamentar do Conselho da Europa, Mevlüt Çavusoglu, considerou que "as evacuações de campos de ciganos em França e as suas expulsões de França e da Alemanha são suscetíveis de inflamar os sentimentos racistas e xenófobos na Europa".
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
ND – LUSA
Paris, 20 ago (Lusa) - Apesar das críticas internacionais, França mantém que "não tem lições a receber" em termos de imigração e pretende continuar a deportar ciganos para o seu país, invocando a luta contra a insegurança.
Um grupo de 124 ciganos chegou hoje ao aeroporto de Timisoara, na Roménia, de acordo com números comunicados à agência francesa AFP pela polícia de fronteiras romena.
O ministro da Imigração francês, Eric Besson, tinha anunciado que 139 ciganos da Roménia seriam expulsos de Paris num voo a realizar hoje, depois da expulsão de 86 pessoas na quinta feira, também para a Roménia.
Em Timisoara, os poucos deportados que aceitaram falar aos jornalistas não esconderam a sua cólera e a sua vontade de "voltar para França", para fugirem à pobreza.
Paris e Bucareste tentam agora mobilizar apoios na União Europeia (UE) sobre esta matéria muito controversa.
O ministro do Interior francês, Brice Hortefeux, "espera que a Comissão Europeia demonstre todo o seu valor acrescentado no acesso dos ciganos à educação, ao emprego e à habitação", enquanto o presidente romeno, Traian Basescu, reivindica um "programa europeu de integração".
França não é o único país europeu a lidar com a população cigana e a praticar expulsões, mas o presidente francês, Nicolas Sarkozy, quis mediatizar estas ações e estabeleceu uma ligação direta entre imigração e insegurança.
Esta associação direta tem sido alvo de várias críticas, incluindo do Vaticano: "As expulsões em massa de ciganos vão contra as normas europeias", afirmou à AFP o secretário do conselho pontífice para os migrantes e pessoas em viagem, Agostino Marchetto.
"Há um princípio de proporcionalidade nas reações que podemos ter em relação aos delinquentes. Não podemos generalizar e pegar num grupo inteiro de pessoas e deportá-las. A responsabilidade é pessoal, não é coletiva", acrescentou o responsável.
Também o presidente da assembleia parlamentar do Conselho da Europa, Mevlüt Çavusoglu, considerou que "as evacuações de campos de ciganos em França e as suas expulsões de França e da Alemanha são suscetíveis de inflamar os sentimentos racistas e xenófobos na Europa".
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
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