quinta-feira, 9 de setembro de 2010

ONU admite falha em caso de estupro em massa no Congo

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PORTUGAL DIGITAL, com agência – 08 setembro 2010

Um dos ataques ocorreu em Luvungi, a apenas 30 quilômetros de uma base das forças de paz.

Brasília - O enviado especial da ONU na República Democrática do Congo, Atul Khare, admitiu que as forças de paz no país falharam, após uma série de estupros em massa ter ocorrido em locais próximos a bases dos capacetes azuis.

Durante sua investigação no leste Congo, ele descobriu que os estupros em massa também ocorreram em cidades que não haviam sido levadas em conta no levantamento inicial. Assim o número de mulheres e crianças estupradas nas últimas semanas chegaria a 500, e não 250 como se pensava.

As investigações mostraram que em pelo menos um vilarejo todas as mulheres e crianças foram violadas. Em outros locais, dezenas de vítimas foram estupradas por gangues de rebeldes congoleses e ruandeses. Um dos ataques ocorreu em Luvungi, a apenas 30 quilômetros de uma base das forças de paz.

Khare fez uma série de recomendações para as forças de paz na região, tais como a realização de mais patrulhas e buscas, além da criação de um sistema de comunicação, via rádio e celulares, nos vilarejos mais remotos. Ele também pediu que os líderes rebeldes congoleses e ruandeses envolvidos nos ataques sexuais sejam julgados.

Mas ele deixou claro que estabelecer a autoridade do Estado na região é a medida mais eficiente para lidar com a violência.

Khare lembrou ainda que a missão da organização no país realizou na semana passada uma ação para demonstrar força e poder para proteger os civis na província de Kivu do Norte, onde ocorreram os estupros em massa. A ação envolveu 750 soldados das forças de paz da ONU e teve apoio de helicópteros.

A República Democrática do Congo é conhecida pela frequência com que ocorrem abusos sexuais de mulheres e crianças, e o país já chegou a ser chamado de "capital mundial do estupro" por um enviado da organização.

O leste do país ainda sofre ações de violência do exército e de milícias locais e de países vizinhos, como a Ruanda, sete anos depois do fim da guerra civil em 2003. Apesar de um acordo de paz e da formação de um governo de transição, a população do leste do país vive aterrorizada por milícias e soldados. As informações são da BBC Brasil.
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