segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Angola - Atentado à vida de mais um jornalista da Rádio Despertar

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JOFFRE JUSTINO – NOTÍCIAS LUSÓFONAS – 23 outubro 2010

Trata-se do segundo atentado a um jornalista da Rádio Despertar, pelo que a situação em Angola se mostra insustentável gostem ou não. Sei distinguir a evolução, estritamente crescimentista, no plano económico, de Angola. Mas visivelmente Angola continua a ter uma elite que teima em não Desenvolver. No plano salarial a larguíssima maioria da População angolana está nos níveis internacionais de Pobreza e não descola. No plano social Angola continua a ser uma sociedade onde predomina o mais puro capitalismo selvagem, estritamente em favor dos interesses internacionais petrolíferos e diamantíferos, e onde se esquece a todo o momento as e os cidadãos.
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No plano económico e em consequência desta política de capitalismo selvagem, nada descola, tudo continua a depender das Importações, até das latas de cerveja para as farras de fim de semana.

Tal acontece porque Angola vive em regime para democrático, na verdade em regime paternal autoritário com umas hipotéticas eleições de 10 em 10 anos, regime esse que em nome das reservas petrolíferas e diamantíferas, e da futura grande riqueza mundial que é a água se sustenta na linha do modelo mexicano – 70 anos de partido quase único… - e finalmente porque não há uma Esquerda Democrática organizada em Angola que organize a alternativa que Angola necessita.

E essa inexistência de alternativa passa precisamente pela forma como, clandestinamente, se aterrorizam as pessoas com actos violentos como este atentado, ou as pressões inúteis sobre a FLEC e sobre as Oposições organizadas e ainda com assassinatos políticos como o do jornalista da Rádio Despertar, Alberto Chakussanga assassinado há menos de dois meses.

Angola já não merece este ambiente.

As e os Angolanos não merecem tal tensão e a Comunidade Internacional não pode permitir que estes actos aconteçam impunemente.

Por isso, exilado que me encontro, protesto e divulgo o comunicado da Rádio Despertar, apelando às Organizações dos Direitos Humanos para uma intervenção colectiva em nome da verdadeira Paz, da Democracia Participativa e do Desenvolvimento Sustentável em Angola.
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