MARTINHO JÚNIOR
As eleições no Brasil estão a permitir um original balanço projectivo que transcende em muito os aspectos sócio – político - ambientais inerentes ao colosso que constitui o espaço da Federação Brasileira; as eleições ganharam implicações profundas num balanço histórico – cultural - ambiental que marca a primeira década do século XXI e se derrama das fronteiras desse sub continente físico – geográfico não só para toda a Latina América, mas para o espaço geo estratégico da “civilização ocidental” com implicações nos três continentes borda - Atlântico e planetárias.
Antes de Lula não seria possível confrontar a oligarquia vincada pelo imperialismo Anglo – Saxónico, (evidente também no “diktat” sócio – cultural – ambiental), com uma alternativa “credível” ao ponto de em seus termos se espreitar pela janela dum amplo renascimento civilizacional que ultrapassa as fronteiras do Brasil.
Oito anos depois do exercício de Lula, aqueles que estavam e estão à esquerda dos interesses e ambições da oligarquia brasileira enfeudada aos expedientes neo liberais, mais que nunca a confrontam como alternativa em expansão, com potencialidades e responsabilidades extra continentais, colocando o Brasil, por inteiro, no original umbral dessa janela aberta não só para o arejamento interno, mas também para as expectativas e esperanças do Mundo.
Tudo o que foi gerado em prol da emergência do Brasil se fundamenta na emergência dessa esquerda cada vez mais popular, cidadã. participativa e expansiva.
A segunda volta das eleições presidenciais é uma confirmação das características expansivas dessa emergência à esquerda da oligarquia, a emergência do Brasil: entre a tese caduca de José Serra e a jovem antítese agora evidente da corrente alternativa identificada com Dilma Rousseff, há a possibilidade da esquerda responder de forma ainda mais revolucionária, se vier a articular o tandem Dilma - Marina Silva.
A síntese à esquerda, garantindo a harmonia embrionária entre a justiça social alargada e a sustentabilidade ambiental, pode ser um ingrediente de incontornáveis contornos culturais não só para o Brasil e a Latino América, mas uma emergência histórico – cultural – ambiental para a amálgama de culturas Americano – Africano – Latinas (assim por esta ordem é que ela deve ser “espelhada”), em contraposição ao pré anunciado ocaso do “diktat” Anglo – Saxónico que inclui a institucionalizada Organização do Tratado do Atlântico Norte e a “formatada deriva” da União Europeia do “grande capital”.
Todas as articulações progressistas possíveis podem-se considerar nos seus termos de projecção geo estratégica, dependendo o nascimento dum emergente processo histórico – cultural tricontinental a partir deste limiar de “Novo Mundo” chamado Brasil em expediente eleitoral.
A segunda independência Latino Americana, 200 anos depois do corte das amarras coloniais, contém emergências integradoras que no horizonte deste século possibilitam alternativas ao imenso espaço Commonwealth.
A articulação mercantilista do “comércio triangular”, que ocorreu há 400 – 300 anos, uma tenebrosa maquinação que chegou ao ponto de promover a mais profunda das desigualdades, aquela que caiu no processo esclavagista que antecedeu a Revolução Industrial, pode agora finalmente ter, ao longo do século XXI, o seu “efeito boomeramg”, constituindo o Brasil a possibilidade de o fundamentar, como “pedra de toque” nesse inevitável procedimento histórico – cultural – ambiental em vias de arquitectura geo estratégica tricontinental, “ocidental” e planetária.
Essa tendência está a ser corajosamente expressa em algumas opiniões publicadas no “Carta Maior”, que reconhecem para além de Dilma a energia revitalizadora da arejada campanha de Marina Silva.
Leonardo Boff vota nessa expansão, por que sua consciência está sincronizada efectivamente com a sua génese humana e ambiental, como se a densidade do que interessa ao homem que respeita a Mãe Terra, tivesse a oxigenação de toda a Amazónia:
“… Dilma Rousseff se propõe garantir e aprofundar a continuidade deste projecto que deu certo. Muito foi feito, mas muito falta ainda por fazer, pois a chaga social dura já há séculos e sangra.
As eleições no Brasil estão a permitir um original balanço projectivo que transcende em muito os aspectos sócio – político - ambientais inerentes ao colosso que constitui o espaço da Federação Brasileira; as eleições ganharam implicações profundas num balanço histórico – cultural - ambiental que marca a primeira década do século XXI e se derrama das fronteiras desse sub continente físico – geográfico não só para toda a Latina América, mas para o espaço geo estratégico da “civilização ocidental” com implicações nos três continentes borda - Atlântico e planetárias.
Antes de Lula não seria possível confrontar a oligarquia vincada pelo imperialismo Anglo – Saxónico, (evidente também no “diktat” sócio – cultural – ambiental), com uma alternativa “credível” ao ponto de em seus termos se espreitar pela janela dum amplo renascimento civilizacional que ultrapassa as fronteiras do Brasil.
Oito anos depois do exercício de Lula, aqueles que estavam e estão à esquerda dos interesses e ambições da oligarquia brasileira enfeudada aos expedientes neo liberais, mais que nunca a confrontam como alternativa em expansão, com potencialidades e responsabilidades extra continentais, colocando o Brasil, por inteiro, no original umbral dessa janela aberta não só para o arejamento interno, mas também para as expectativas e esperanças do Mundo.
Tudo o que foi gerado em prol da emergência do Brasil se fundamenta na emergência dessa esquerda cada vez mais popular, cidadã. participativa e expansiva.
A segunda volta das eleições presidenciais é uma confirmação das características expansivas dessa emergência à esquerda da oligarquia, a emergência do Brasil: entre a tese caduca de José Serra e a jovem antítese agora evidente da corrente alternativa identificada com Dilma Rousseff, há a possibilidade da esquerda responder de forma ainda mais revolucionária, se vier a articular o tandem Dilma - Marina Silva.
A síntese à esquerda, garantindo a harmonia embrionária entre a justiça social alargada e a sustentabilidade ambiental, pode ser um ingrediente de incontornáveis contornos culturais não só para o Brasil e a Latino América, mas uma emergência histórico – cultural – ambiental para a amálgama de culturas Americano – Africano – Latinas (assim por esta ordem é que ela deve ser “espelhada”), em contraposição ao pré anunciado ocaso do “diktat” Anglo – Saxónico que inclui a institucionalizada Organização do Tratado do Atlântico Norte e a “formatada deriva” da União Europeia do “grande capital”.
Todas as articulações progressistas possíveis podem-se considerar nos seus termos de projecção geo estratégica, dependendo o nascimento dum emergente processo histórico – cultural tricontinental a partir deste limiar de “Novo Mundo” chamado Brasil em expediente eleitoral.
A segunda independência Latino Americana, 200 anos depois do corte das amarras coloniais, contém emergências integradoras que no horizonte deste século possibilitam alternativas ao imenso espaço Commonwealth.
A articulação mercantilista do “comércio triangular”, que ocorreu há 400 – 300 anos, uma tenebrosa maquinação que chegou ao ponto de promover a mais profunda das desigualdades, aquela que caiu no processo esclavagista que antecedeu a Revolução Industrial, pode agora finalmente ter, ao longo do século XXI, o seu “efeito boomeramg”, constituindo o Brasil a possibilidade de o fundamentar, como “pedra de toque” nesse inevitável procedimento histórico – cultural – ambiental em vias de arquitectura geo estratégica tricontinental, “ocidental” e planetária.
Essa tendência está a ser corajosamente expressa em algumas opiniões publicadas no “Carta Maior”, que reconhecem para além de Dilma a energia revitalizadora da arejada campanha de Marina Silva.
Leonardo Boff vota nessa expansão, por que sua consciência está sincronizada efectivamente com a sua génese humana e ambiental, como se a densidade do que interessa ao homem que respeita a Mãe Terra, tivesse a oxigenação de toda a Amazónia:
“… Dilma Rousseff se propõe garantir e aprofundar a continuidade deste projecto que deu certo. Muito foi feito, mas muito falta ainda por fazer, pois a chaga social dura já há séculos e sangra.
É aqui que entra a missão de Marina Silva com seus cerca de vinte milhões de votos. Ela mostrou que há uma faceta significativa do eleitorado que quer enriquecer o projecto da democracia social e popular. Esta precisa assumir estrategicamente a questão da natureza, impedir sua devastação pelas monoculturas, ensaiar uma nova benevolência para com a Mãe Terra. Marina em sua campanha lançou esse programa. Seguramente se inclinará para o lado de onde veio, o PT, que ajudou a construir e agora a enriquecer. Cabe ao PT escutar esta voz que vem das ruas e com humildade saber abrir-se ao ambiental proposto por Marina Silva. Sonhamos com uma democracia social, popular e ecológica que reconcilie ser humano e natureza para garantir um futuro comum feliz para nós e para a humanidade que nos olha cheia de esperança”… (1)
O argumento esclarecido de Hamilton Pereira (Pedro Tierra) e Juarez Guimarães reforça a dialéctica de Leonardo Boff:
“… Ao concluir oito anos de mandato, podemos afirmar que o governo Lula criou as bases para iniciar um novo ciclo de crescimento económico neste início do século XXI, após duas décadas de estagnação. A retomada levantou para nós quatro desafios para qualificar este novo: desenvolver o Brasil aprofundando as conquistas democráticas; desenvolver o Brasil com distribuição de renda, combatendo as criminosas desigualdades sociais e regionais; desenvolver o Brasil, afirmando sua fisionomia soberana e pacífica diante do mundo e desenvolver o Brasil incorporando a sustentabilidade sócio – ambiental à cultura do novo ciclo.
Os três primeiros desafios estão encaminhados: vivemos uma experiência democrática em que as instituições funcionam e se amplia a participação popular nos processos de tomada de decisão; vivemos uma profunda dinâmica de investimento do Estado no combate às desigualdades sociais e regionais que nos permite dizer ao mundo, como na recente pesquisa do IPEA, que no Brasil as camadas mais pobres da população elevam de forma inédita e ampla sua qualidade de vida em meio à crise mundial. O Brasil ocupa hoje com altivez e competência seu lugar nas decisões nos foros mundiais.
O quarto desafio é planetário, não é apenas da sociedade brasileira: o novo ciclo de desenvolvimento ainda não incorporou plenamente a dimensão da sustentabilidade sócio – ambiental à sua cultura. Mesmo considerando as conquistas alcançadas internamente na formulação e condução das políticas sócio – ambientais sob responsabilidade de Marina Silva, ao longo de cinco anos e meio à frente do Ministério do Meio Ambiente, seguidos da gestão de Carlos Minc. Temos, portanto, aí um grande desafio a vencer para conferir uma nova qualidade à continuidade do nosso projecto”… (2)
A energia do argumento de Marina Silva socorre também a expectativa de renascimento civilizacional, procurando encontrar o espaço de equilíbrio do homem para com a natureza à prova das incompatibilidades proporcionadas pelo lucro desenfreado das aptidões típicas da década de 70 e da máscara ainda assumida pelos políticos contemporâneos:
“… lutar pelos que não são, pelos que não sabem, pelos que não podem, pelos que não têm, para que um dia saibam, possam e tenham”… (3)
“… enquanto a sociedade brasileira está cada vez mais consciente na busca de um desenvolvimento sustentável, parte dos políticos vai na direção oposta. É uma triste viagem no tempo, de volta aos anos 70 do século passado, quando florestas eram derrubadas como se fossem um entrave ao que se imaginava ser o progresso, mas que se mostrou apenas um projeto autoritário e desastroso de ocupação da Amazônia. Pois há os que não aprenderam nada com aqueles erros. Querem mais terra arrasada”… (4)
A União Europeia do “grande capital” é incompatível filosófica e estruturalmente com este tipo de discurso, não há quase nada oxigenado que de lá venha promovendo equilíbrio entre homem e natureza e deste lado Africano do Atlântico os traumas do passado e os recentes, inibem ainda a coragem de se assomar à janela do renascimento civilizacional possível no século XXI, por que África reflecte para além dum Berlim de pouco mais de um século, um Berlim imposto pela via da exploração e do sangue, as barbáries que se lhe seguiram que polvilharam a colonização “moderna”, tal como as cinco magras décadas post primeira independência.
As nações Africanas possuem uma identidade ainda não amadurecida, em muitas delas onde nem sequer ossatura estrutural existe de modo expressivo, mas sentem no que diz respeito às imensas necessidades de equilíbrio humano e ambiental, o oxigénio Amazónico que se expande do Brasil, na complexidade deste outro pulmão tropical que constitui o grande Congo e muito particularmente não só pelo peso específico que esse pulmão representa para África, mas também por que nos dois Congo e em Angola agora é possível também sonhar com o alvor de novas emergências que rompam com o “diktat” centenário de Cecil John Rhodes.
O que se passa no Brasil, nos termos dum renascimento civilizacional para o “ocidente Atlântico” segundo a óptica do Sul, a óptica projectiva Americana – Africana – Latina, está na forja e a construção dessa alternativa torna-se cada vez mais imperativa ao desgastado modelo Anglo Saxónico, pelo beco sem saída em que ele desembocou.
7 de Outubro de 2010.
Notas:
- (1) - Leonardo Boff apoia aliança entre Marina e Dilma – http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17028
- (2) - A sociedade sinaliza por um novo padrão de desenvolvimento – http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17027
- (3) – Discurso de Marina Silva na Convenção do PV – http://www.minhamarina.org.br/discursos/interna.php?opc=C&op=1&opt=LT&id_discurso=11
- (4) – Na direcção oposta – Artigos de Marina Silva –http://www.minhamarina.org.br/blog/artigos/
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