ORLANDO CASTRO, jornalista – NOTÍCIAS LUSÓFONAS
O presidente angolano, no poder - sem ser eleito - há 31 anos, nomeou um novo Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas. José Eduardo dos Santos escolheu Geraldo Sachipengo Nunda, antigo general das FALA (UNITA). Para além dos reconhecidos méritos militares, a escolha deverá ser também um prémio pela morte de Jonas Savimbi.
De facto, o então presidente da UNITA foi traído por váris dos militares a quem ensinou tudo e que, por um prato de lagostas, o trairam. Entre eles o próprio Geraldo Sachipengo Nunda.
Segundo contou ao Semanário Angolense o então vice-chefe do Estado-Maior General das FAA, general Geraldo Sachipengo Nunda, baseando-se em testemunhos e relatos de soldados e oficiais que estiveram directamente na acção que resultou na morte de Jonas Savimbi, ao fim de vários dias no encalço da coluna do líder da UNITA, este foi surpreendido no momento exacto e que descansava numa tenda de campanha acabadinha de montar, na suposição de que havia ludibriado os seus perseguidores.
E quem eram os perseguidores? Não só, mas sobretudo militares a quem Savimbi ensinou tudo e que, por um prato de lagostas, o trairam. Entre eles o próprio Geraldo Sachipengo Nunda.
«Ele saiu da tenda a correr, mas alguém disse que era Jonas Savimbi que ia a correr. Então, a tropa atira e ele cai de frente mas não morre. Depois virou-se e, ainda de joelhos, disse:“sou eu, não me matem”», contou o general Nunda, certamente orgulhoso de ter contribuído para a morte do Homem que lhe ensinou tudo o que sabe.
Segundo Geraldo Sachipengo Nunda, outros dois antigos coronéis das FALA, Kivo e Calado, também comprados pelo MPLA a troco da traição não só a Savimbi como a uma grande parte do povo angolano, estiveram na primeira e última linha de combate em perseguição de Savimbi, e viram-no a sucumbir aos disparos.
Uma hora depois do líder rebelde ter expirado, já o general Nunda (certamente com mais uma estrela nos ombros), que estava em permanência no posto de comando dessa operação no Luena, chegava ao local na companhia de outros altos responsáveis militares governamentais, entre os quais os generais Kopelipa e Hanga, bem como do subcomissário Panda.
Não se sabe ao certo, mas é curial pensar-se que Geraldo Sachipengo Nunda tenha manifestado a sua satisfação pela morte de Savimbi, não fosse o MPLA arrepender-se das mordomias que lhe dera.
Seja como for, Geraldo Sachipengo Nunda está muito bem onde está e terá sempre consigo os louros de ter traído Jonas Savimbi, a UNITA e o povo que ela representava. E cesteiro que faz um cesto...
05.10.2010 - orlando.s.castro@gmail.com
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O presidente angolano, no poder - sem ser eleito - há 31 anos, nomeou um novo Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas. José Eduardo dos Santos escolheu Geraldo Sachipengo Nunda, antigo general das FALA (UNITA). Para além dos reconhecidos méritos militares, a escolha deverá ser também um prémio pela morte de Jonas Savimbi.
De facto, o então presidente da UNITA foi traído por váris dos militares a quem ensinou tudo e que, por um prato de lagostas, o trairam. Entre eles o próprio Geraldo Sachipengo Nunda.
Segundo contou ao Semanário Angolense o então vice-chefe do Estado-Maior General das FAA, general Geraldo Sachipengo Nunda, baseando-se em testemunhos e relatos de soldados e oficiais que estiveram directamente na acção que resultou na morte de Jonas Savimbi, ao fim de vários dias no encalço da coluna do líder da UNITA, este foi surpreendido no momento exacto e que descansava numa tenda de campanha acabadinha de montar, na suposição de que havia ludibriado os seus perseguidores.
E quem eram os perseguidores? Não só, mas sobretudo militares a quem Savimbi ensinou tudo e que, por um prato de lagostas, o trairam. Entre eles o próprio Geraldo Sachipengo Nunda.
«Ele saiu da tenda a correr, mas alguém disse que era Jonas Savimbi que ia a correr. Então, a tropa atira e ele cai de frente mas não morre. Depois virou-se e, ainda de joelhos, disse:“sou eu, não me matem”», contou o general Nunda, certamente orgulhoso de ter contribuído para a morte do Homem que lhe ensinou tudo o que sabe.
Segundo Geraldo Sachipengo Nunda, outros dois antigos coronéis das FALA, Kivo e Calado, também comprados pelo MPLA a troco da traição não só a Savimbi como a uma grande parte do povo angolano, estiveram na primeira e última linha de combate em perseguição de Savimbi, e viram-no a sucumbir aos disparos.
Uma hora depois do líder rebelde ter expirado, já o general Nunda (certamente com mais uma estrela nos ombros), que estava em permanência no posto de comando dessa operação no Luena, chegava ao local na companhia de outros altos responsáveis militares governamentais, entre os quais os generais Kopelipa e Hanga, bem como do subcomissário Panda.
Não se sabe ao certo, mas é curial pensar-se que Geraldo Sachipengo Nunda tenha manifestado a sua satisfação pela morte de Savimbi, não fosse o MPLA arrepender-se das mordomias que lhe dera.
Seja como for, Geraldo Sachipengo Nunda está muito bem onde está e terá sempre consigo os louros de ter traído Jonas Savimbi, a UNITA e o povo que ela representava. E cesteiro que faz um cesto...
05.10.2010 - orlando.s.castro@gmail.com
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