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terça-feira, 30 de novembro de 2010

África: 15 conflitos numa década milhões de mortos e desalojados

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NOTÍCIAS LUSÓFONAS – 29 novembro 2010

No âmbito da Lusofonia destacam-se a instabilidade na Guiné-Bissau e a situação na colónia angolana de Cabinda

Mais de 15 situações de guerra ou instabilidade abalaram o continente africano a sul do Sahara na última década, provocando milhões de mortes e desalojados e prejuízos incalculáveis. Na altura em que começa mais uma Cimeira União Europeia – África, na Líbia, a Somália é um dos casos mais preocupantes, depois do recrudescer de ataques dos islamitas do movimento A-Shabaab.

A Somália vive em conflito desde 1991, na sequência da queda do Governo de Siad Barre, que envolve milícias e várias facções militares, em disputa pelo poder. A presença de forças militares internacionais (União Africana) e o esforço de mediação da comunidade internacional não tiveram até agora resultados.

Madagáscar vive em tensão permanente, desde que em Março do ano passado Andry Rajoelina tomou o poder pela força, derrubando o Presidente Marc Ravalomanana. Há duas semanas registou-se uma tentativa de golpe de Estado e até agora falharam todas as tentativas diplomáticas para levar a normalidade institucional ao país.

O Sudão está também envolvido numa crise que envolve o Governo e o Movimento Popular de Libertação do Sul, que quer a autonomia da região sul. Os olhos estão postos num referendo a ser realizado em 2011, mas entretanto milhares de pessoas já foram desalojadas da região de Abyei, rica em petróleo, desde o processo de paz de 2005.

Na mesma região, o Darfur é outra zona frágil. Milícias e o Governo central do Sudão e o Chade (acusado pelo Sudão de dar apoio às milícias) envolveram-se numa disputa de terra arável. Os acordos de cessar-fogo e de paz não foram eficazes.

Omar Al-Bashir, Presidente sudanês, é alvo de mandatos de detenção do Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra e genocídio no Darfur.

Do Uganda chegaram os confrontos entre o Governo e o Exército de Libertação do Senhor, apoiado pelo Sudão, numa espécie de vingança pelo apoio ugandês à libertação do sul do Sudão. E da Etiópia e Eritreia chegou mais um conflito de fronteiras, mil quilómetros disputados e uma guerra sangrenta desde 1998, terminada dois anos depois (acordos de Argel), mas desde então zona de tensão.

Tensão também no Zimbabué, entre os partidos ZANU-PF, de Robert Mugabe, e o MDC, na República Centro Africana (após golpe de Estado de 2003), ou até no Lesotho, com eleições em 2012 e onde os golpes de Estado ou tentativas são frequentes desde a independência, em 1966.

Nesta década instabilidade também em S. Tomé e Príncipe, na Guiné-Bissau, em Angola (na colónia de Cabinda), na Mauritânia (entre militares e partidos políticos), e na Guiné Conacri, depois da morte de Lansana Conte em 2008.

E não muito distantes no tempo ainda casos como o da RDCongo, envolvendo o Presidente Laurent Kabila, os movimentos MLC e grupos de guerrilha. O acordo de paz foi alcançado em 2002, mas persistem acções de guerrilha no leste do país.

Na Costa do Marfim, o Governo e três movimentos rebeldes envolveram-se em guerra em 2002, na sequência da morte do Presidente Félix Boigny, e no Burundi rivalidades étnico-religiosas (entre hutus e tutsis) envolveram o Governo e uma fação do Partido de Libertação do Povo Hutu. A paz teve vários impasses nesta década, apesar do acordo de Dar-Es-Salaam, de 7 de Setembro de 2006.
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1 comentário:

Anónimo disse...

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