O PAÍS - 05 Novembro 2010
O BRIC é um acrónimo criado pelo economista-chefe do banco Goldman Sachs, Jim O’Neill, em 2001
“África e novos actores globais” é o tema da conferência económica que a CETA Construções, em parceria com “O País Económico”, realiza na próxima segunda-feira. Um painel de peso internacional vai responder à pergunta sobre que estratégias África deve criar para não passar ao lado do crescimento das economias emergentes.
Uma conferência para discutir o papel e o posicionamento do continente africano face à emergência de novos actores da economia mundial (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) será levada a cabo na próxima segunda-feira, em Maputo, pela CETA onstruções, em parceria com o “O País Económico”.
É um encontro que vai juntar importantes pensadores dos vários domínios do conhecimento científico e que pretende, sobretudo, recolher contribuições para que Moçambique tire ganhos da nova dinâmica económica global, já despoletada pelos chamados países emergentes.
Esta conferência, que vai movimentar mais de 250 pessoas, incluindo cinco oradores internacionais, é a forma que a CETA Construções encontrou para celebrar os 30 anos de existência.
Espera-se a presença de painelistas de peso que vão abordar temas vários, desde os desafios do investimento internacional em África, passando pelas relações entre a União Europeia e África face ao surgimento de novos actores, e ao enquadramento do continente negro no sistema internacional.
O Brasil, Rússia, Índia, China, conhecidos por BRIC, incluindo a África do Sul, crescem mais do que os países industrializados e transformaram, por completo, o cenário do comércio mundial.
A crise financeira internacional, que se instalou em 2008, sacudiu o sistema capitalista responsável pelo crescimento dos Estados Unidos da América, Japão, Alemanha e França. Hoje, os BRIC abrem uma nova página da história da humanidade e as previsões revelam um futuro reajustamento político e económico mundial.
A emergência de novos actores mundiais é uma oportunidade de crescimento para o continente africano, em particular para Moçambique, um país com fortes relações com o Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul.
BRIC
O BRIC é um acrónimo criado pelo economista-chefe do banco Goldman Sachs, Jim O’Neill, em 2001. Os quatro países decidiram formalizar a criação do grupo em Junho do ano passado, em Ecaterimburgo, na Rússia, para consolidar posições comuns e encontrar um papel de destaque na economia mundial.
De acordo com o banco Goldman Sachs, o BRIC será tão importante quanto o G7, os sete países mais ricos do mundo, em 2032 e isso mostra que as principais organizações internacionais do mundo precisam mudar. Isso inclui o Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial e a ONU.
O Goldman Sachs aposta que o BRIC ultrapassará, conjuntamente, o Produto Interno Bruto – PIB - do actual G7 em 2035, sendo que a China ultrapassará a todos, individualmente, até 2040.
Os componentes dessa ultrapassagem são muito diversos, com uma provável “explosão” tecnológica da China, uma continuidade “extractiva” no caso da Rússia, uma enorme competitividade agrícola para o Brasil e de serviços de internet e de tecnologia de informação para a Índia, o que já ocorre actualmente.
Os BRIC representam 42% da população mundial e querem ter maior participação nos fora de decisão da economia internacional. Desde o começo da crise financeira em 2007, 45% do crescimento económico mundial veio desses quatro países juntos.
O G4 possui 8% da área terrestre do mundo, somando quase 4 vezes a extensão dos EUA. Em termos populacionais, são 9,3 vezes maiores que os EUA. Com uma população tão significativa, a densidade demográfica dos BRIC é 2,4 vezes maior do que a dos EUA e 5,6 vezes maior que a densidade média do mundo, embora exista uma grande diferença entre a densidade demográfica da Índia e da Rússia.
As exportações, em 2007, dos quatro grandes países representaram 13,5% do total mundial e foram 65% maiores do que as dos EUA. Este indicador já reflecte a importância dos BRIC no comércio internacional.
É de destacar que ainda que a “massa atómica” conjunta dos BRIC possa superar o peso do actual G7, eles permanecerão, em termos per capita, abaixo dos indicadores actuais de bem-estar e de produtividade dos países avançados.
Uma nova ordem política
Rússia, Índia e China possuem muitos desentendimentos históricos, mas são países de grande peso no cenário internacional e possuem bombas atómicas.
A emergência destes quatro países pode significar um novo quadro no panorama internacional. Assim, o maior crescimento das economias periféricas em relação às economias centrais traz uma perspectiva positiva de desconcentração da renda internacional, o que poderá ter efeitos positivos internamente se houver uma situação de maior bem-estar para amplas parcelas destas populações em âmbito nacional.
Embora o PIB dos BRIC, em termos de dólares correntes, seja baixo (representando apenas 50% do PIB americano), o PIB em termos de paridade de poder de compra é equivalente ao PIB americano. Contudo, devido aos elevados números da população, o PIB per capita equivale a metade do valor mundial e a cerca de 11% do PIB per capita americano. Portanto, mesmo tendo uma população mais pobre, estes quatro países juntos já apresentam uma dimensão económica equivalente à da economia americana.
A grande novidade é que exactamente os países mais populosos (China e Índia) são aqueles que apresentam maior dinamismo económico e estão a diminuir a distância dos seus parceiros de maior renda.
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O BRIC é um acrónimo criado pelo economista-chefe do banco Goldman Sachs, Jim O’Neill, em 2001
“África e novos actores globais” é o tema da conferência económica que a CETA Construções, em parceria com “O País Económico”, realiza na próxima segunda-feira. Um painel de peso internacional vai responder à pergunta sobre que estratégias África deve criar para não passar ao lado do crescimento das economias emergentes.
Uma conferência para discutir o papel e o posicionamento do continente africano face à emergência de novos actores da economia mundial (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) será levada a cabo na próxima segunda-feira, em Maputo, pela CETA onstruções, em parceria com o “O País Económico”.
É um encontro que vai juntar importantes pensadores dos vários domínios do conhecimento científico e que pretende, sobretudo, recolher contribuições para que Moçambique tire ganhos da nova dinâmica económica global, já despoletada pelos chamados países emergentes.
Esta conferência, que vai movimentar mais de 250 pessoas, incluindo cinco oradores internacionais, é a forma que a CETA Construções encontrou para celebrar os 30 anos de existência.
Espera-se a presença de painelistas de peso que vão abordar temas vários, desde os desafios do investimento internacional em África, passando pelas relações entre a União Europeia e África face ao surgimento de novos actores, e ao enquadramento do continente negro no sistema internacional.
O Brasil, Rússia, Índia, China, conhecidos por BRIC, incluindo a África do Sul, crescem mais do que os países industrializados e transformaram, por completo, o cenário do comércio mundial.
A crise financeira internacional, que se instalou em 2008, sacudiu o sistema capitalista responsável pelo crescimento dos Estados Unidos da América, Japão, Alemanha e França. Hoje, os BRIC abrem uma nova página da história da humanidade e as previsões revelam um futuro reajustamento político e económico mundial.
A emergência de novos actores mundiais é uma oportunidade de crescimento para o continente africano, em particular para Moçambique, um país com fortes relações com o Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul.
BRIC
O BRIC é um acrónimo criado pelo economista-chefe do banco Goldman Sachs, Jim O’Neill, em 2001. Os quatro países decidiram formalizar a criação do grupo em Junho do ano passado, em Ecaterimburgo, na Rússia, para consolidar posições comuns e encontrar um papel de destaque na economia mundial.
De acordo com o banco Goldman Sachs, o BRIC será tão importante quanto o G7, os sete países mais ricos do mundo, em 2032 e isso mostra que as principais organizações internacionais do mundo precisam mudar. Isso inclui o Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial e a ONU.
O Goldman Sachs aposta que o BRIC ultrapassará, conjuntamente, o Produto Interno Bruto – PIB - do actual G7 em 2035, sendo que a China ultrapassará a todos, individualmente, até 2040.
Os componentes dessa ultrapassagem são muito diversos, com uma provável “explosão” tecnológica da China, uma continuidade “extractiva” no caso da Rússia, uma enorme competitividade agrícola para o Brasil e de serviços de internet e de tecnologia de informação para a Índia, o que já ocorre actualmente.
Os BRIC representam 42% da população mundial e querem ter maior participação nos fora de decisão da economia internacional. Desde o começo da crise financeira em 2007, 45% do crescimento económico mundial veio desses quatro países juntos.
O G4 possui 8% da área terrestre do mundo, somando quase 4 vezes a extensão dos EUA. Em termos populacionais, são 9,3 vezes maiores que os EUA. Com uma população tão significativa, a densidade demográfica dos BRIC é 2,4 vezes maior do que a dos EUA e 5,6 vezes maior que a densidade média do mundo, embora exista uma grande diferença entre a densidade demográfica da Índia e da Rússia.
As exportações, em 2007, dos quatro grandes países representaram 13,5% do total mundial e foram 65% maiores do que as dos EUA. Este indicador já reflecte a importância dos BRIC no comércio internacional.
É de destacar que ainda que a “massa atómica” conjunta dos BRIC possa superar o peso do actual G7, eles permanecerão, em termos per capita, abaixo dos indicadores actuais de bem-estar e de produtividade dos países avançados.
Uma nova ordem política
Rússia, Índia e China possuem muitos desentendimentos históricos, mas são países de grande peso no cenário internacional e possuem bombas atómicas.
A emergência destes quatro países pode significar um novo quadro no panorama internacional. Assim, o maior crescimento das economias periféricas em relação às economias centrais traz uma perspectiva positiva de desconcentração da renda internacional, o que poderá ter efeitos positivos internamente se houver uma situação de maior bem-estar para amplas parcelas destas populações em âmbito nacional.
Embora o PIB dos BRIC, em termos de dólares correntes, seja baixo (representando apenas 50% do PIB americano), o PIB em termos de paridade de poder de compra é equivalente ao PIB americano. Contudo, devido aos elevados números da população, o PIB per capita equivale a metade do valor mundial e a cerca de 11% do PIB per capita americano. Portanto, mesmo tendo uma população mais pobre, estes quatro países juntos já apresentam uma dimensão económica equivalente à da economia americana.
A grande novidade é que exactamente os países mais populosos (China e Índia) são aqueles que apresentam maior dinamismo económico e estão a diminuir a distância dos seus parceiros de maior renda.
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