terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Droga que sai do Brasil financia Al-Qaeda na África, diz jornal brasileiro

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ÁFRICA 21

Grupo do norte da África ligado à rede de Bin Laden cobra ''pedágio'' pela passagem de carregamento vindo do Brasil com destino à Europa.

Brasília - A droga que sai do Brasil na direção à Europa é um dos pilares do financiamento da rede terrorista Al-Qaeda. Isso é o que revela uma investigação feita pelo governo da Argélia. Ele mostra que, cada vez mais, o norte da África tem se transformado em um dos motores das finanças do grupo terrorista.

Entre as maiores fontes de renda hoje da organização está a cobrança de "pedágio" para os carregamentos de drogas vindos dos portos brasileiros, que têm a Europa como destino final, noticia "O Estado de S. Paulo".

A informação vem no mesmo momento em que o grupo WikiLeaks torna pública a constatação da diplomacia americana de que a África e alguns de seus governos se transformaram nos últimos anos no principal centro de apoio e de distribuição da droga sul-americana, tanto para a Europa como para o próprio mercado americano.

Por décadas, a droga que saía da Colômbia era embarcada diretamente para a Europa, em navios ou aviões que chegavam à Espanha e Portugal. Mas desde que esses governos passaram a adotar um controle mais rigoroso sobre as cargas e reforçar as fronteiras marítimas, o narcotráfico foi obrigado a buscar novas rotas.

Segundo a Interpol, essas rotas passam agora pelos portos brasileiros, com a droga colombiana. Santos e os portos do Nordeste seriam os mais utilizados. Em 2009, por exemplo, cerca de 10% de toda a droga que chegou à Europa de navio e 40% da que chegou à França usou o Brasil como rota, segundo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC).

A caminho da Europa, porém, essa droga passaria pelo norte da África e, lá, encontram grupos dispostos a ajudar fazer a mercadoria chegar até os europeus. Um dos principais grupos que se beneficiam desse "serviço" seria a AQMI, o Al-Qaeda no Magreb Islâmico. O grupo é relativamente pequeno - tem cerca de 300 membros na cúpula da organização na Argélia, Marrocos e Tunísia. Mas vem ganhando espaço político, midiático e tem operações organizadas de forma cirúrgica para atingir seus objetivos. Em 2007, por exemplo, promoveu em Argel o maior atentado contra a ONU.
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