sábado, 4 de dezembro de 2010

GRÃ-BRETANHA E SEU IMPÉRIO EM ÁFRICA

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Mapa dos territórios que em algum momento fizeram parte do Império Britânico. Os territórios britânicos ultramarinos (excluindo o Território Antárctico Britânico) estão sublinhados a vermelho. Em 1920 ele tornou-se o maior império da história. - Wikipedia

PRENSA LATINA

Havana, (Prensa Latina) No século XIX, Grã-Bretanha desfrutava de um vasto império colonial em Africa, constituído por uma veintena de países que em seu conjunto superavam muitas vezes o território dessa nação européia.

Na época, essa metrópole era a mais poderosa potência colonial e suas posses abarcavam diversas regiões do mundo, onde na cada país deixava uma dolorosa impressão de sometimiento, crimes, pobreza e sofrimentos.

A necessidade declarada de Londres, de controlar maiores territórios com o fim de apropriar de suas riquezas naturais, chocava com iguais aspirações de outras potências da Europa, as quais em ocasiões conduziu a graves disputas, apesar de que na Conferência de Berlim de 1884-1885 lembraram se repartir o continente.

Mas em terras africanas a presença de Grã-Bretanha produziu-se muitas décadas dantes de que Londres se fizesse omnipresente em quase todas suas regiões.

Cidadãos desse país participaram em trata-a de escravos para a América, comércio iniciado pelos conquistadores portugueses, os primeiros europeus em arribar a Africa no século XV.

As colônias no chamado Novo Mundo careciam da força de trabalho para laborar nas plantações agrícolas e só as nações africanas eram capazes da contribuir, segundo o ponto de vista dos explotadores.

A escravatura aplicou-se em todos os países onde Grã-Bretanha exercia seu predominio; o regime esclavista implantado em suas colônias não foi diferente em seu horror e crueldade ao estabelecido pelas restantes potências européias em suas posses.

Da escravatura ao coloniaje

Em 1834 a Coroa britânica proibiu o comércio de escravos em todas suas colônias; não foi um gesto humanitário pelo horrendo e humillante que era para o ser humano o sistema esclavista.

Grã-Bretanha desenvolvia a Revolução Industrial e Trata-a não era conveniente para seus interesses, e inclusive adotou medidas punitivas contra os violadores da norma, como o estabelecimento de uma base naval com tais fins na baía de Freetown, na colônia de Serra Leoa.

Em Africa ao sistema esclavista sucedeu-lhe o colonialismo; na nova etapa, a metrópole potenciou a obtenção de matérias primas para suas indústrias e o continente tinha abundantes.

A nação européia iniciou na segunda metade do século XIX o domínio sobre Sudão, o maior país do continente, localizado no Africa nororiental, no que caberia mais de duas vezes e meia a metrópole.

Por essa data, as hostes da Coroa arribaron a Egito, uma nação poseedora de uma história e cultura milenarias, cuja população protagonizou múltiplas rebeliões anticoloniales até nas ocorridas entre 1919 e 1923, quando Londres teve que lhe conceder a independência e cessar na ocupação militar.

Estabeleceram no Corno Africano a Somalia Britânica. Algo mais ao sul se converteu em colônias a Tanzania e Kenya.

Nesta última as tropas de sua Majestade cometeram uma das mais sangrentas massacres que se recorda na história de Africa ao assassinar a 15 mil kenianos, enquanto uns 800 mil foram enviados a campos de concentração durante a repressão ao movimento independentista Mau-Mau em 1953.

Mais ao sul, no oriente continental foram colônias Uganda, Zambia, Malawi, Zwazilandia, Zimbabwe, Mauricio e Seychelles (estas duas últimas no Mar Indico), Lesotho, Botswana e a União Surafricana (atual Suráfrica), onde teve lugar a guerra anglo-boers.

Estes eram colonos de origem holandês estabelecidos em uma província do país, e foram derrotados.

Praticamente quase toda essa importante região do este e sul de Africa caiu baixo os tentáculos britânicos, os quais se valeram da intervenção direta de suas tropas, da assinatura de acordos que violava sistematicamente ou do manido recurso do protetorado.

Durante a Segunda Guerra Mundial(1939-1945), depois da expulsión das tropas nazifascistas de Líbia pelas forças aliadas, Grã-Bretanha estabeleceu uma administração militar colonial nas regiões de Cirenaica e Tripolitania, que manteve até pouco dantes de que Nações Unidas lhe concedesse a independência à nação norafricana em 1951.

No oeste africano

Em 1849 Grã-Bretanha ocupou Biafra (no sul da Nigéria) e Benin, e em 1861 estabeleceram uma base em Lagos, antiga capital do país. Ao reconhecer a Conferência de Berlim a Nigéria como zona de influência britânica, não demorou muito tempo em se converter em protetorado.

Essa é a história da colonização da Nigéria, o país com maior população em Africa, e o mais importante da região que andando o tempo chegaria a ser o primeiro produtor de petróleo do continente.

Em 1821 Grã-Bretanha impôs seu poderío naval para apoderar-se de Ghana, duas décadas depois subscreveu um Tratado, o qual foi violado, com os ashantis, a tribo que com mais vigor enfrentou a penetración européia.

A Coroa declarou-a formalmente sua colônia; Ghana foi o primeiro país do Africa Subsaariana em libertar do jugo colonial.

Com algo mais de onze mil quilômetros quadrados, a pequena Gambia demonstrou que para a voracidad de Londres davam o mesmo nações grandes com abundantes riquezas ou diminutas e com escassos recursos para implantar o coloniaje.

Este percurso finaliza na mencionada Serra Leoa. Grã-Bretanha também teve presença, entre outros lugares, em Togo, quando se repartiu junto a França a excolonia alemã, depois da derrota de Berlim na Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

(*) O autor é jornalista cubano, especializado em política internacional, e tem sido corresponsal em vários países africanos.

mb/arb/rcw
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