sábado, 29 de janeiro de 2011

UM TACHO PARA MIM, OUTRO PARA TI

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ORLANDO CASTRO*, jornalista – ALTO HAMA

O CDS-PP vai questionar hoje o Governo sobre a situação das empresas do Sector Empresarial do Estado (SEE). Os centristas consideram que as empresas públicas são "uma doença da economia portuguesa".

Pelos exemplos das últimas décadas são uma doença crónica que, de facto, ninguém quer tratar. E não quer porque ele serva para encher os bolsos de muita gente, sobretudo daqueles que gravitam na esfera do poder.

Diz o CDS-PP que quer apresentar soluções para resolver o problema. Ou seja, quer participar também nos cuidados paliativos de modo a mascarar a enfermidade que, com jeitinho, ainda os poderá voltar a beneficiar.

O CDS-PP considera ainda que o sector empresarial do Estado "cresceu de uma forma absolutamente desproporcionada". É verdade. Mas se não fosse assim, onde seriam colocados os homens do sistema que, para além de fraca política, nada mais sabem fazer?

É verdade que o Governo de José Sócrates está, como sempre esteve, com as empresas (públicas, privadas ou assim-assim) ligadas ao PS, às dos amigos do PS, às que empregam os amigos do PS, às que financiam os amigos do PS, às que fazem propaganda ao PS, às que albergam militantes do PS, às que dão empregos milionários a ex-dirigentes do PS.

Mas se hoje é assim, ontem também foi assim. É certo que quase sempre quem mamou na gamela foi o PSD e o PS. Mas o CDS também por lá andou. Daí que ninguém com perspectivas de chegar aos tachos esteja verdadeiramente interessado em resolver a questão.

Hoje, PSD e CDS podem acusar o PS. Mas não podem esquecer que têm muitos, mas muitos, telhados de vidro. Ainda não há muitos anos se poderia dizer que o PSD esteva com as empresas (públicas, privadas ou assim assim) ligadas ao PSD, às dos amigos do PSD, às que empregam os amigos do PSD, às que financiam os amigos do PSD, às que fazem propaganda ao PSD, às que albergam militantes do PSD, às que dão empregos milionários a ex-dirigentes do PSD.

Em bom português poder-se-á dizer que, no fim de contas, as moscas podem mudar, mas a merda continua a ser a mesma.

*Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.
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1 comentário:

Unknown disse...

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