sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

UNITA: MAIS E MELHOR EM 2011

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O PAÍS (angola) – 07 janeiro 2011

A UNITA, o maior partido da oposição em Angola, projecta que o ano de 2011 seja de grandes desafios, deixando para trás alguma tempestade por que passou em termos de afirmação política.

O anúncio foi feito pelo seu líder, Isaías Samakuva, quando discursava na cerimónia de cumprimentos de fim de ano, ocorrida numa das unidades hoteleiras de Luanda. Falando para um vasto auditório constituído maioritariamente por membros de vários escalões de base, JURA, LIMA e outros, Samakuva disse que o seu partido evoluiu na mobilização e dinamização das massas, ao conquistar novos quadros e membros, contrariando os que pretendiam uma “UNITA mais Renovada”.

Isaías Samakuva denunciava assim à intenção de certos sectores da própria UNITA que defendiam que ocorresse esta transformação, alegando que a mesma não teria qualquer sustentabilidade, porque o partido que dirige reconquistou a confiança do eleitorado. “Olhando para o nosso partido, restauramos a confiança e a esperança do povo sobre o futuro da UNITA”, revelou optimista, contrastando com os que defendiam a tese de alterar os símbolos do “galo negro”.

Sem citar nomes, o político convidou todos aqueles que pretendiam tais mudanças a apresentarem as suas ideias em fóruns internos do partido, em vez de fazê-lo “extramuros”, criando um mal-estar, num partido em que o seu líder disse ser uma organização política onde o debate de ideias é permanente e dinâmico. “Se a intenção é melhorar a imagem do partido por via de novas ideias e novas formas de actuação, não haja receio de se identificarem as teses que defendem”.

Reconfortado com a adesão de mais militantes para as fileiras do seu partido, embora sem avançar números, Isaías Samakuva disse esperar que em 2011 os proponentes da refundação da UNITA se apresentem ao partido para o desafio a que se propõem. “ Esperamos que no Ano Novo ganhem a coragem necessária para trazerem ao debate as teses que defendem”, reforçou, ladeado dos seus principais colaboradores, destacando-se o vicepresidente da UNITA entre outros membros da Comissão Política do Comité Permanente(CPCP), órgão supremo do partido.

Há, na UNITA, vozes internas que defendem, em surdina, a refundação desta força política para restaurar a confiança e a esperança dos seus militantes, após o desaire eleitoral de Setembro de 2008, em que perdeu cinquenta e quatro assentos dos setenta que possuía no Parlamento.

Fortalecer a democracia

Durante a sua intervenção, o líder da UNITA apelou ainda a todas as forças vivas da nação no sentidodeaprofundarodiálogoea concertação nacional com vista à defesadademocracia edosdireitos fundamentais dos angolanos, uma matriz de governação que este partido disse sempre querer instaurar em Angola. Samakuva avançou que a efectivação da democracia em Angola só será possível com a UNITA no poder, pararesolver asprementesnecessidades da população e proporcionar-lhes uma nova vida, num país onde o cidadão se sinta seguro sem qualquer intimidação.

Segundo ele, “só a UNITA tem amissão históricadeconduziro processo democrático do nosso país paraqueeleeosangolanos selibertem definitivamente do medo, da violência, da corrupção, da exclusão e da pobreza”. Na óptica do político, “ os angolanos devem e têm de ser o nosso ponto de partida e de chegada” em tudo que projectamos e realizamos, sublinhando que tudo o que foidescritodeveconstituir-senum desafio ao patriotismo e à cidadania de todos os angolanos.

Democracia, desenvolvimento e boa governação foram algumas realizações mais marcantes defendidaspelaUNITA,em2010,dovasto leque de actividades inseridos no seu programa.Perspectivafazermais e melhor no próximo ano, tendo como um dos pontos fulcrais, exigir a criação do ambiente democrático necessário para a realização das terceiras eleições democráticas previstas constitucionalmente para 2012. Isaías Samakuva disse também queasoluçãodemuitosproblemas que o país vive passa pela afirmação do sistema democrático.
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