ORLANDO CASTRO*, jornalista – ALTO HAMA
Um estudo da Edelman Trust Barometer revela que entre 23 países analisados, os portugueses são os que menos confiam no Governo. Apesar disso, digo eu, são apologistas do adágio: quanto mais me bates mais gosto de ti.
Os resultados de 2011 mostram que de 203 entrevistados, apenas 9 por cento confia no Executivo, contra os 27 por cento observados no ano passado. Como a esperança é a última a morrer, pode ser que um dia destes os portugueses acordem.
Os portugueses são, de um grupo de 23 paises, os que menos tem confiança no seu Governo, sendo esta "a única instituição cujo nível de confiança se reduz", revela o estudo. O Edelman Trust Barometer 2011, avalia o nível de confiança nas empresas, Governo, ONG e media.
É claro que, em democracia (dir-me-ão sobretudo os que não têm os problemas financeiros que atingem a esmagadora maioria dos portugueses) a indignação não se manifesta com violência física, até porque de uns tantos em tantos anos lá são chamados (os que se prestam a isso) a votar.
E se não se manifesta com violência física, ficam os portugueses, neste caso, confinados a protestos limitados à urbanidade típica dos que, por força das circunstâncias, comem (quando comem) e calam... para ver se aparece alguma comida.
É claro que o primeiro-ministro português, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, arranja sempre maneiras, prenhes de urbanidade, de desviar as atenções dos aumentos constantes do custo de vida que "roubam" o direito a uma sobrevivência digna, e continua a ter estrategemas para atirar fumo para a chipala dos portugueses.
Estando o país, ou pelo menos parte dele, de tanga, que importa que existam em Portugal pelo menos dois milhões de pobres e que mais de 20% (vinte por cento, vinte em cada cem, uma em cada cinco) de crianças estejam expostas ao risco de pobreza?
Estando o país, ou pelo menos parte dele, de tanga, que importa o facto de, a seguir à Hungria e à República Checa, Portugal ser o país europeu onde as pensões são mais baixas e serem precisos em média mais de 110 euros por pessoa para fazer face às despesas domésticas básicas, uma realidade que mais uma vez tem maior incidência nas classes sociais mais baixas?
Ao fim e ao cabo, os portugueses são um povo solitário (mais de meio milhão vive sozinho), ingénuo (ainda acreditam em José Sócrates), lixado e mal e pago (bem mais do que 700 mil desempregados).
São e, pelos vistos, assim vão continuar...
*Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.
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Um estudo da Edelman Trust Barometer revela que entre 23 países analisados, os portugueses são os que menos confiam no Governo. Apesar disso, digo eu, são apologistas do adágio: quanto mais me bates mais gosto de ti.
Os resultados de 2011 mostram que de 203 entrevistados, apenas 9 por cento confia no Executivo, contra os 27 por cento observados no ano passado. Como a esperança é a última a morrer, pode ser que um dia destes os portugueses acordem.
Os portugueses são, de um grupo de 23 paises, os que menos tem confiança no seu Governo, sendo esta "a única instituição cujo nível de confiança se reduz", revela o estudo. O Edelman Trust Barometer 2011, avalia o nível de confiança nas empresas, Governo, ONG e media.
É claro que, em democracia (dir-me-ão sobretudo os que não têm os problemas financeiros que atingem a esmagadora maioria dos portugueses) a indignação não se manifesta com violência física, até porque de uns tantos em tantos anos lá são chamados (os que se prestam a isso) a votar.
E se não se manifesta com violência física, ficam os portugueses, neste caso, confinados a protestos limitados à urbanidade típica dos que, por força das circunstâncias, comem (quando comem) e calam... para ver se aparece alguma comida.
É claro que o primeiro-ministro português, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, arranja sempre maneiras, prenhes de urbanidade, de desviar as atenções dos aumentos constantes do custo de vida que "roubam" o direito a uma sobrevivência digna, e continua a ter estrategemas para atirar fumo para a chipala dos portugueses.
Estando o país, ou pelo menos parte dele, de tanga, que importa que existam em Portugal pelo menos dois milhões de pobres e que mais de 20% (vinte por cento, vinte em cada cem, uma em cada cinco) de crianças estejam expostas ao risco de pobreza?
Estando o país, ou pelo menos parte dele, de tanga, que importa o facto de, a seguir à Hungria e à República Checa, Portugal ser o país europeu onde as pensões são mais baixas e serem precisos em média mais de 110 euros por pessoa para fazer face às despesas domésticas básicas, uma realidade que mais uma vez tem maior incidência nas classes sociais mais baixas?
Ao fim e ao cabo, os portugueses são um povo solitário (mais de meio milhão vive sozinho), ingénuo (ainda acreditam em José Sócrates), lixado e mal e pago (bem mais do que 700 mil desempregados).
São e, pelos vistos, assim vão continuar...
*Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.
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