AUGUSTO FREITAS DE SOUSA – PÚBLICO – 08 março 2011
Protesto contra José Eduardo dos Santos cancelado depois da detenção de 20 pessoas. Todos foram interrogados e libertados
Mais do que a manifestação ou a tentativa de envolver angolanos numa manifestação contra José Eduardo dos Santos, a internet tornou-se a face visível das discussões. São às centenas as notícias sobre o apoio e contra José Eduardo dos Santos e ainda mais os comentários a essas notícias, com mais ou menos fervor.
A manifestação tinha sido convocada pelas redes sociais e por SMS e é nesses domínios que se faz a discussão. Discursos inflamados com "força aí angolanos, agora ou nunca, porque o mundo tem os olhos postos em Angola onde tudo e todos são silenciados pelas armas". Por outro lado, os defensores do partido do governo já vaticinavam que "a manifestação seria um fiasco". Referiam que dia 7 seria "um dia de grandes ressacas de bailes de Carnaval, onde a maioria dos angolanos se iriam divertir". Não estão, referem, "para estas manifestações" num dia de "mais um fracasso para a oposição fraquinha que temos em Angola". Concluem que o MPLA "é o único partido com capacidade de governar Angola, uma vez que os outros nem conseguem encher uma sala de cinema para qualquer acto político".
Uma das declarações que estão a provocar polémica é atribuída ao primeiro secretário provincial de Luanda do MPLA, Bento Bento, que referiu que "quem tentar manifestar-se será neutralizado, porque Angola tem leis e instituições e o bom cidadão cumpre as leis, respeita o país e é patriota". Sobre estas declarações, o jornalista Orlando Castro publica no seu blogue que, "perante o anúncio da manifestação, o governo angolano se apressou a pagar salários em atraso nas forças armadas e na polícia, a fazer promoções em série e a, inclusive, mandar carradas de alimentos para a casa de milhares de militares". O jornalista denuncia ainda que "perante uma manifestação pacífica, o regime pôs na rua e por todo o lado - mesmo em locais onde os angolanos nem sabiam que iria haver manifestação - os militares e a polícia a avisar que qualquer apoio popular aos insurrectos significava o regresso da guerra".
Uma guerra que transparece para a net em centenas de comentários, alguns mais serenos como o de um anónimo que enviava à Lusa a ideia de que "em Angola há mais de 20 partidos políticos e o problema é que nunca conseguiram singrar, nem apresentar uma alternativa válida. O maior partido da oposição saiu da guerra muito mal visto, também pela propaganda política do MPLA, após o processo de paz de 2002". O internauta conclui, todavia, que "por um lado estes pseudo-protestos são úteis para que o governo não se convença de que são os donos de Angola, mas por outro há que respeitar o actual processo de democratização e normalização do país".
O que parece ser certo é que os angolanos não desmobilizam, quer nos apoios ao governo, quer na oposição às políticas do MPLA.
Protesto contra José Eduardo dos Santos cancelado depois da detenção de 20 pessoas. Todos foram interrogados e libertados
Mais do que a manifestação ou a tentativa de envolver angolanos numa manifestação contra José Eduardo dos Santos, a internet tornou-se a face visível das discussões. São às centenas as notícias sobre o apoio e contra José Eduardo dos Santos e ainda mais os comentários a essas notícias, com mais ou menos fervor.
A manifestação tinha sido convocada pelas redes sociais e por SMS e é nesses domínios que se faz a discussão. Discursos inflamados com "força aí angolanos, agora ou nunca, porque o mundo tem os olhos postos em Angola onde tudo e todos são silenciados pelas armas". Por outro lado, os defensores do partido do governo já vaticinavam que "a manifestação seria um fiasco". Referiam que dia 7 seria "um dia de grandes ressacas de bailes de Carnaval, onde a maioria dos angolanos se iriam divertir". Não estão, referem, "para estas manifestações" num dia de "mais um fracasso para a oposição fraquinha que temos em Angola". Concluem que o MPLA "é o único partido com capacidade de governar Angola, uma vez que os outros nem conseguem encher uma sala de cinema para qualquer acto político".
Uma das declarações que estão a provocar polémica é atribuída ao primeiro secretário provincial de Luanda do MPLA, Bento Bento, que referiu que "quem tentar manifestar-se será neutralizado, porque Angola tem leis e instituições e o bom cidadão cumpre as leis, respeita o país e é patriota". Sobre estas declarações, o jornalista Orlando Castro publica no seu blogue que, "perante o anúncio da manifestação, o governo angolano se apressou a pagar salários em atraso nas forças armadas e na polícia, a fazer promoções em série e a, inclusive, mandar carradas de alimentos para a casa de milhares de militares". O jornalista denuncia ainda que "perante uma manifestação pacífica, o regime pôs na rua e por todo o lado - mesmo em locais onde os angolanos nem sabiam que iria haver manifestação - os militares e a polícia a avisar que qualquer apoio popular aos insurrectos significava o regresso da guerra".
Uma guerra que transparece para a net em centenas de comentários, alguns mais serenos como o de um anónimo que enviava à Lusa a ideia de que "em Angola há mais de 20 partidos políticos e o problema é que nunca conseguiram singrar, nem apresentar uma alternativa válida. O maior partido da oposição saiu da guerra muito mal visto, também pela propaganda política do MPLA, após o processo de paz de 2002". O internauta conclui, todavia, que "por um lado estes pseudo-protestos são úteis para que o governo não se convença de que são os donos de Angola, mas por outro há que respeitar o actual processo de democratização e normalização do país".
O que parece ser certo é que os angolanos não desmobilizam, quer nos apoios ao governo, quer na oposição às políticas do MPLA.
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