quarta-feira, 9 de março de 2011

MANIFESTAÇÃO DAS GERAÇÕES À RASCA, TODOS OS PORTUGUESES

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MIL NÃO ADERE À MANIFESTAÇÃO DE 12 DE MARÇO

Recebemos do MIL o comunicado que publicamos a seguir, em que se distancia da anunciada manifestação nacional já conhecida pela “Geração à Rasca”, nela mostrando o MIL o seu maior e melhor conservadorismo, a que democráticamente tem todo o direito, como direito têm os que reprovam a sua posição, entre os quais o coletivo da Fábrica dos Blogues. Na verdade todas as gerações portuguesas estão à rasca, quase todos os portugueses – excepto os que continuam pactuando com a inércia e consentimento de acção de uma classe política incompetente, oportunista, corrupta e parasitária que tem conduzido o país e a população portuguesa para a miséria. Manifestemos pois, democráticamente, que estamos fartos e muito à rasca. - Redação FB

Sobre a Manifestação de 12 de Março: Comunicado do MIL

O MIL tem acompanhado a mobilização para a anunciada Manifestação de 12 de Março, que decorrerá em diversas cidades do país. Tendo começado por ser uma Manifestação da auto-proclamada “Geração à Rasca”, temos verificado que a ela se juntaram, entretanto, os mais díspares movimentos cívicos, inclusive alguns partidos políticos, aqueles que, mais oportunisticamente, estão sempre prontos para parasitar os legítimos descontentamentos sociais – isto, sublinhe-se, numa Manifestação que sempre se assumiu como “apartidária”.

Entretanto, chegaram apelos para que o MIL se junte a essa Manifestação, dando-lhe a sua caução – apelos bem intencionados, não questionamos isso. Estávamos de resto à espera que tal acontecesse – dado que o MIL é uma das instituições mais prestigiadas da sociedade civil, que tem merecido o apoio expresso de algumas das mais relevantes personalidades do nosso meio cultural e cívico, é natural que a caução do MIL seja vista, cada vez mais, como valiosa.

Após consulta a algumas dessas mais relevantes personalidades do nosso meio cultural e cívico que estão vinculadas ao MIL – desde logo, o nosso Presidente Honorário, o Doutor Fernando Nobre –, a Direcção do MIL entende, contudo, que não pode dar a sua caução institucional a uma Manifestação que, não obstante os seus legítimos e generosos propósitos iniciais, não assumiu um programa reivindicativo claro e coerente, deixando-se, por isso, como seria expectável, contaminar pelos mais contraditórios propósitos, inclusive o de “demitir toda a classe política”.

Estamos solidários com muitas das reivindicações que motivaram esta Manifestação. Desde que existe, o MIL tem denunciado o “beco sem saída” a que chegou Portugal – tendo apostado tudo na integração europeia, pagou, para isso, o preço de aniquilar grande parte do seu tecido produtivo. Mas, mais do que contestar, o MIL tem defendido o necessário horizonte de viragem: a progressiva aposta, sem que isso implique a saída da União Europeia, no espaço lusófono, com todo o seu potencial, inclusive económico, que não tem sido, Governo após Governo, minimamente aproveitado.

O MIL defende a Mudança – mas através de reformas, não de forma revolucionária. A “demissão de toda a classe política” levar-nos-ia apenas ao caos e à vacuidade – o que será atractivo para alguns, mas não para nós. Temos tido um discurso muito crítico quanto ao nosso sistema partidocrático – denunciando quer a falta de visão estratégica dos partidos que têm sustentando os sucessivos governos, quer a indigência dos nossos partidos da oposição (de que a anunciada “moção de censura” do Bloco de Esquerda é apenas mais um sinal). Mais do que isso, temos tido uma acção coerente com o nosso discurso – por isso, por exemplo, apoiámos a candidatura presidencial do Doutor Fernando Nobre: pela sua condição trans-partidária e pela sua sintonia com a nossa aposta na Convergência Lusófona.

O MIL não ficará, pois, jamais em “cima do muro”, antes reafirma o seu propósito de uma intervenção cívica cada vez mais empenhada, assumindo-se, nessa medida, com um dos porta-vozes mais representativos e responsáveis da nova geração, desta que, justamente, se assume “à rasca”. Declaramo-nos, nessa medida, desde já disponíveis para, em colaboração com outros movimentos cívicos, promovermos outras Manifestações contra a situação em que vivemos – mas apenas à luz de um programa reivindicativo claro e coerente, que não se deixe contaminar pelos mais contraditórios propósitos.

MIL: MOVIMENTO INTERNACIONAL LUSÓFONO (http://www.movimentolusofono.org/)
(facebook: http://www.facebook.com/group.php?gid=2391543356)
O MIL: Movimento Internacional Lusófono é um movimento cultural e cívico, registado notarialmente no dia 15 de Outubro de 2010, que conta já com mais de 5 MIL adesões, de todos os países da CPLP. Entre os nossos órgãos, eleitos em Assembleia Geral, inclui-se um Conselho Consultivo, constituído por meia centena de pessoas, representando todo o espaço da lusofonia.
Defendemos o reforço dos laços entre os países lusófonos – a todos os níveis: cultural, social, económico e político –, assim procurando cumprir o sonho de Agostinho da Silva: a criação de uma verdadeira comunidade lusófona, numa base de liberdade e fraternidade.
CONTACTOS: 967044286;
info@movimentolusofono.org
SEDE: Sociedade da Língua Portuguesa, Rua Mouzinho da Silveira, 23, 1250-166 Lisboa
NIB: 0036 0324 99100004336 09; IBAN: PT50 0036 0324 9910 0004 3360 9; BIC: MPIOPTPL; NIF: 509 580 432
Para aderir ao MIL:
adesao@movimentolusofono.org (indicar: nome e área de residência)
Assembleia Geral: Miguel Real, Fernando Sacramento e Isabel Mendes Ferreira.
Conselho Fiscal: Carlos Vargas, Isabel Victor e Delmar Gonçalves.
Direcção: Renato Epifânio (Presidente), Rui Martins (Vice-Presidente), António José Borges, Eurico Ribeiro, José Pires F., Marcos Guedes e Maria Luísa Francisco.
Sócios Honorários: Adriano Moreira, António Braz Teixeira, António Gentil Martins, Elsa Rodrigues dos Santos, Fernando dos Santos Neves, Lauro Moreira, Manuel Ferreira Patrício, Pinharanda Gomes e Ximenes Belo.
Presidente Honorário: Fernando Nobre
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1 comentário:

Anónimo disse...

Não é exactamente "MIL NÃO ADERE À MANIFESTAÇÃO DE 12 DE MARÇO": o MIL não concorda com a "demissão de toda a classe política" porque antevê aqui um perigoso populismo que abre campo para ser explorado por movimentos de extrema direita.
O MIL apoia o protesto da Geração à Rasca, que nada tem a ver com o primeiro e estará presente oficiosa e oficialmente entre estes manifestantes onde se contam alguns MIListas e vários elementos da campanha presidencial do Dr. Fernando Nobre, nosso presidente honorário.