segunda-feira, 21 de março de 2011

Fidel quer saber se Obama pedirá desculpas aos chilenos por golpe militar

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Obama e Alfredo Moreno (MNE) na chegada a Santiago do Chile (Reuters)

DESTAK – LUSA – 21 março 2011

O ex-Presidente de Cuba, Fidel Castro, perguntou hoje se Barack Obama pedirá desculpas aos chilenos pelo golpe militar de 1973 contra Salvador Allende, durante a visita que o chefe de estado norte-americano realiza hoje ao Chile.

A pergunta do líder cubano, citada hoje na agência EFE, foi feita na coluna “Reflexões”, que escreve na imprensa oficial cubana, com o título a “aliança igualitária”, sobre o primeiro périplo de Barack Obama pela América Latina, que no seu entender, passou a “segundo plano” devido aos últimos acontecimentos na Líbia e no Japão.

“Tendo em conta que o seu ilustre predecessor, Richard Nixon, promoveu o golpe de Estado e a morte heróica de Salvado Allende, as tortunas e o assassínio de milhares de pessoas, pedirá o senhor (Barack) Obama desculpas ao povo do Chile?”, pergunta Fidel Castro.

A visita de Barack Obama ao Chile é a segunda paragem de um périplo que o Presidente dos Estados Unidos realiza pela América Latina e que começou no Brasil.

Segundo Fidel Castro, existem “evidentes contradições nos interesses entre os Estados Unidos e esse país irmão”.

Por outro lado explica que Barack Obama “quis agradar ao gigante sul-americano” ao elogiar a sua extraordinária emergência e crescimento económico, “mas não se comprometeu no mínimo em apoiar o Brasil como membro permanente do privilegiado Conselho de Segurança”.

Fidel Castro disse ainda que a Presidente brasileira Dilma Rousseff “não hesitou em expressar a sua inconformidade com as medidas protecionistas que os Estados Unidos aplicam ao Brasil, através de tarifas e subsídios que têm constituído um forte obstáculo para a economia desse país”.

Por outro lado, ironizou com a intenção de Barack Obama de criar uma “aliança igualitária” com a América Latina, “quase nos deixa sem alento ao relembrar a Aliança para o Progresso que precedeu a expedição mercenária da Praia Girón”.

Fidel Castro menciona ainda o conflito na Líbia e a intervenção internacional da operação Odisseia do Amanhecer.

“Uma guerra era o mais inoportuno que podia ocorrer neste momento” quando o mundo está comovido pela tragédia do terramoto no Japão e o seu acidente nuclear, ao que se junta as consequências do câmbio climático, a escassez e preços dos alimentos, o crescimento dos gastos militares e o esbanjamento dos recursos naturais e humanos”.
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