quinta-feira, 10 de março de 2011

Nova constituição alimenta corrupção política, afirma Pinto de Andrade

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ANGOLA 24 HORAS – 10 março 2011

O economista e professor universitário, Justino Pinto de Andrade considerou a nova Constituição como um obstáculo ao surgimento de novas forças políticas.

“É bloqueadora da participação dos outros. O que aconteceu nessa constituição é que ela bloqueou a intervenção politica dos cidadãos” - disse.

O candidato presidencial, agora impedido por força da actual constituição, afirmou ainda que o figurino político que apelidou de “paga um, leva dois” está a provocar também a corrupção politica.

“Isto alimenta a corrupção politica. No fundo quando se criam mecanismos para se obstaculizar o surgimento de outras forças, isto é corrupção politica” - acrescentou.

“A corrupção politica é quando se usa para manter o poder, manter o status, manter a riqueza, portanto, isso também é corrupção politica. Não se criam mecanismos facilitadores da aparição dos outros” – frisou ainda.

Segundo ele, “os cidadãos nesta constituição deixam de ser capazes de puder escolher um presidente. Agora as pessoas escolhem o partido. É o paga um, leva dois”.

Sobre a concentração da riqueza nacional afirmou ser prejudicial ao desenvolvimento do país.

“Pequenos grupos, pessoas ou pequenas empresas, duas, três, quatro controlam tudo. E, às vezes, também pessoas. A riqueza do nosso país está muito concentrada em empresas, em grupos de pequenas famílias e isso não é bom para o país” - disse.

“O pais desenvolver-se-á muito mais se houver uma participação de mais gente, quer na produção, na venda, isto no âmbito estritamente económico. Haverá maior competição e as empresas procuram ser mais competitivas. Para poderem vender mais vão ter que melhorar a qualidade, melhorar os preços, baixar os preços e isso é sempre bom para o consumidor” - explicou.

Justino Pinto de Andrade adianta ainda que essas empresas só têm sucesso nos seus negócios, porque encontram grandes facilidades junto da banca nacional.

“O conjunto de empresas que surgiram nos últimos tempos sabemos como elas surgem. Muitas vezes as pessoas não realizam o capital. Só realizam capital, depois de terem os negócios e que negócios são: são negócios do Estado. Há aqui um cruzamento entre os interesses públicos e interesses privados em que ganham concursos, têm acessos a negócios, sem terem ainda as condições financeiras” - rematou.

Apostolado
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