sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Angola tem mais de trinta mil deficientes de guerra


ANGOLA PRESS

Luanda – Angola conta com mais de 30 mil deficientes físicos de guerra, três mil dos quais do I grau, necessitam de cuidados primários, como consequência das várias etapas de luta armada pela libertação nacional desenvolvida no país, de 1961 a 2002, disse hoje, quinta-feira, à Angop, em Luanda, o vice-ministro dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, Clemente Cunjuca.

Clemente Cunjuca falava à Angop, à margem da sessão de perguntas e respostas entre titulares dos diversos departamentos ministeriais de âmbito social e deputados da quinta e sétima comissões da Assembleia Nacional, no quadro dos debates, em especialidade, do projecto de Orçamento Geral do Estado revisto – 2010, onde participou em representação do ministro Kundy Pahiama.

Segundo o vice-ministro, os deficientes físicos representam sempre um encargo para as respectivas famílias, porém, estes últimos (I grau) são mais preocupantes, já que não conseguem fazer nada sem a ajuda de terceiros.

Os deficientes físicos primários (I grau) não conseguem fazer nada, muitos deles vivem acamados, perderam, definitivamente, todas as capacidades de realizar quaisquer trabalhos que sejam. É uma triste situação, pois hão de viver nesta condição até os últimos dias da sua vida, lamentou.

Indicou que em termos legais, define-se deficiente físico de guerra “todo angolano que no cumprimento do serviço militar, ou para-militar, tenha contraído deficiência que reduz, de certo modo, a sua capacidade de ganho goza de protecção especial”.

Ainda assim, disse que o Ministério dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria (MACVG) congratula-se com a revisão (em debate no Parlamento) do Orçamento Geral do Estado – 2010, uma vez que isso representa, sempre, um aumento do volume das verbas inicialmente projectadas.

Segundo Clemente Cunjuca, este reajuste representa pouco mais de duzentos milhões de kwanzas, montante que vai ajudar na execução de certos projectos, além de melhorar a assistência aos pensionistas.

“Devemos estar sensibilizados de que a tarefa de trabalhar para minorar nas dificuldades dos Antigos Combatentes incumbe a todos nós”, afirmou, apelando ao engajamento de toda sociedade nos esforços tendentes a melhorar as condições sociais dos seus assistidos.

No geral, o Ministério dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria controla mais de 150 mil pensionistas, entre antigos combatentes, viúvas, deficientes, órfãos e antigos pioneiros.