sábado, 23 de outubro de 2010

Angola, como sempre, diz que vai ajudar a comunicação social...

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...na Guiné-Bissau!
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NOTÍCIAS LUSÓFONAS

Segundo a RSF, em matéria de liberdade de imprensa, os guineenses estão este ano na posição 67 e os angolanos na 104. Mas, apesar disso, quem sabe, sabe. E o MPLA é mestre

Angola vai investir 150 mil dólares em “acções de urgência” na comunicação social da Guiné-Bissau, revela um comunicado do governo guineense hoje divulgado à imprensa. Apesar de, segundo a organização não governamental Repórteres Sem Fronteira (RSF), a Guiné-Bissau estar, este ano, em matéria de liberdade de imprensa, em 67º lugar e Angola em 104º, vão ser os mestres do regime angolano, cujo presidente – ao contrário de Malam Bacai Sanhá – nunca foi eleito e já lá está há 31 anos, a dizer como é que se faz.

O comunicado do governo guineense assegura também que as autoridades angolanas vão “estudar” e “dar resposta até ao final do ano” sobre o financiamento de projectos relacionados com a reabilitação das ruas de Bissau, a serem executados entre 2011 e 2015, no valor 65 milhões de dólares.

Uma delegação angolana terminou na quarta-feira uma visita de trabalho à Guiné-Bissau, no âmbito do relançamento da cooperação económica entre os dois países.

No final da visita, o chefe da delegação angolana, o ministro da Geologia, Minas e Indústria, anunciou um apoio orçamental ao país de 12 milhões de dólares e a abertura de uma linha de crédito, de 25 milhões de dólares, para financiar a actividade económica privada.

O documento do governo guineense destaca o “alto papel desempenhado pelo presidente da República de Angola no processo de coesão institucional e estabilidade política e económica do país, destacando-se a significativa contribuição financeira para a reforma do setor de defesa e segurança”.

Além do relançamento da cooperação económica entre os dois países, as autoridades angolanas reforçaram a cooperação técnico-militar com Bissau para ajudar a implementar a reforma do sector de defesa e segurança.

Parece que Bissau para se defender do mabeco pediu ajuda à onça. Qundo derem fé, os guineenses vão ver que depois de comer o mabeco a onça vai querer comê-los.

Novo chefe do Exército

Entretanto, o governo vai propor ao presidente da República, Malam Bacai Sanhá, a nomeação do coronel Augusto Mário Có para o cargo de chefe do Estado-Maior do Exército, refere um comunicado hoje divulgado.

O coronel Augusto Mário Có notabilizou-se durante o conflito de 1998/99 no país, tendo a então rádio da junta militar, hoje rádio Bombolom, alcunhado-o de “Capacete de Ferro”.

O coronel Augusto Mário Có ocupava até agora o cargo de vice-chefe do Estado-Maior do Exército.

No passado dia 8, o presidente guineense nomeou, sob proposta do governo, o major-general Mamadu Turé, que ocupava a chefia do Exército guineense, como vice-chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas.

Foi também no passado dia 8 que o chefe de Estado guineense nomeou o contra-almirante Bubo Na Tchuto como chefe do Estado-Maior da Armada do país.

Saída dos accionistas do Grupo Portugal Telecom

Por outro lado, o governo anunciou a retirada dos accionistas pertencentes ao Grupo Portugal Telecom das empresas estatais guineenses Guiné Telecom e Guinetel.

“A ministra da Economia informou o Conselho de Ministros sobre a evolução das negociações que culminaram, na base de um acordo amigável, na cedência das acções detidas pela PT Comunicações SA e representativas de 40 por cento do capital social da Guiné Telecom e das acções detidas pela PT Investimentos Internacionais, representativas de 55 por cento do capital social da Guinetel”, refere o governo, em comunicado hoje divulgado.

Segundo o documento, a ministra da Economia, Helena Embalo, informou que prosseguem “diligências adicionais, que já estão a ser promovidas pela Secretaria de Estado dos Transportes e Comunicações”.

O documento sublinha que o primeiro-ministro guineense se congratulou com a “conclusão da negociação, tendo sublinhado que, devido a vicissitudes várias, a evolução sofrida por essas empresas nos últimos anos gerou entre as partes accionistas alguma incompreensão e bloqueio”.

Situação que, adianta o comunicado, “urgia ultrapassar, através do estabelecimento de uma via de diálogo capaz de promover um relacionamento saudável e contribuir para o desejável equilíbrio dos interesses em presença”.

A Guiné Telecom foi criada há 19 anos, após um acordo entre a Portugal Telecom (40 por cento do capital social), o Estado guineense (50 por cento) e os funcionários (10 por cento).

Desde 2004, que a Guiné Telecom enfrenta dificuldades técnicas e financeiras, decorrentes de falta de investimentos e da quebra de receitas.

Em Março de 2008, a PT e o Estado guineense encetaram negociações para a viabilidade da empresa, mas não chegaram a acordo.

A PT alega falta de condições para realizar investimentos na Guiné Telecom pelo facto de o Estado guineense ter uma dívida com a empresa de cerca de 30 milhões de euros.
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