
CORREIO DO BRASIL, com BBC – Brasília – 03 outubro 2010
A petista Dilma Rousseff e o tucano José Serra disputarão o segundo turno das eleições presidenciais no próximo dia 31 de outubro, quando os brasileiros decidirão quem será o sucessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Com 96,83% das urnas apuradas, segundo o TSE, Dilma tinha 46,2% dos votos contra 32,78% de Serra e 19,56% de Marina Silva (PV).
O resultado reflete a queda nas intenções de voto na petista que estava sendo indicada pelas pesquisas eleitorais.
Tanto a petista como o tucano terão agora que disputar os votos vindos de Marina Silva.
Segundo resultados preliminares, Dilma não conseguiu garantir vitória no Estado que possui o maior colégio eleitoral do país, São Paulo.
Serra também teria garantido a dianteira em oito Estados, entre eles Paraná e Santa Catarina.
A candidata do PV foi a primeira a falar sobre o resultado na noite deste domingo.
Em um pronunciamento em São Paulo, ela pediu que Dilma e Serra “façam jus” à nova oportunidade para debater os problemas do país.
Ela sugeriu uma plenária para que o PV decida quem apoiará no segundo turno
Disputa
A disputa tem agora, de um lado, a candidata do governo, Dilma Rousseff, apresentada ao eleitorado não apenas como a preferida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como também aquela cujo principal compromisso é continuar os projetos do atual governo.
Do outro está José Serra, que no início da campanha evitou a crítica generalizada à atual gestão e depois passou a ser mais contundente em seus ataques.
É possível prever que os dois lados terão que rever suas estratégias para o segundo turno.
Essa é a sexta vez, desde o fim do regime militar, que o brasileiro pode escolher, pelo voto direto, o seu candidato preferido para governar o país. É também a primeira vez em 20 anos que Lula não está entre as opções de voto.
Com índices de aprovação superiores a 70%, Lula deixará a seu sucessor um país que avançou nos últimos anos em diversos aspectos, sobretudo no campo econômico, embora ainda sofra com graves problemas sociais.
Se por um lado o país parece ter encontrado o rumo do crescimento com inflação sob controle, por outro lado os juros continuam os mais altos do mundo, pressionando a dívida pública para cima.
A economia brasileira se consolidou como a 8ª maior do mundo neste ano, mas o país ainda é apenas o 72º do mundo em renda per capita, atrás de países como Argentina (50º), México (53º), Turquia (57º), Venezuela (66º) e Irã (68º), segundo dados do Banco Mundial.
Outro setor que também evoluiu no país foi a educação. A taxa de analfabetismo, que em 1960 chegava a 40%, caiu a 9,7% no ano passado, segundo dados do IBGE.
Mas se os números absolutos mostram uma evolução, a qualidade do ensino ainda deixa a desejar. Um estudo elaborado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) em 2007 colocou os alunos brasileiros entre os piores em conhecimentos de matemática, capacidade de leitura e ciências entre 57 países analisados.
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