
LUÍS REGO, em São Paulo – ECONÓMICO – 04 outubro 2010
Marina soma quase 20% e deixa Dilma dependente do seu apoio para ser presidente na segunda volta.
O semblante carregado de Dilma Rousseff não escondia a enorme decepção. A candidata de Lula para a sua sucessão confiou em sondagens que lhe davam uma vitória folgada e ficou muito aquém das previsões, sendo forçada a uma segunda volta contra o candidato da direita, José Serra. Com um quinto dos votos do país, a candidata dos verdes, abriu uma fenda no eleitorado tradicional do partido dos trabalhadores e tem agora na mão a chave para a vitória na segunda volta, a 31 de Outubro.
"Vamos encarar essa segunda volta com muita garra e energia", disse Dilma ao fim da noite. Com mais de 111 milhões de votos contados, Dilma obteve 46,9% dos votos, Serra teve 32,6% e, duplicando as expectativas de há um mês, Marina Silva, ex-ministra de Lula e ex-PT, teve 19,3%. O seu Partido dos Verdes vai agora decidir em plenário a quem oferece o seu capital de voto: mais de 19 milhões de vozes, a vitória em duas capitais, e o segundo lugar no Rio de Janeiro, o terceiro maior círculo eleitoral do país. "Somos vitoriosos, ainda que não tenhamos ido para a segunda volta, porque iremos agora para pensar melhor", disse a candidata filha da Amazónia. José Serra não teve outro remédio senão agradecer. "Eu queria me congratular com Marina Silva pela votação expressiva. Ela contribuiu com o jogo democrático do Brasil", afirmou em São Paulo.
Para o Partido dos Trabalhadores, o resultado não é o fim do mundo mas é um desastre. Não só é obrigado a ir para a segunda volta quando tinha já uma enorme festa planeada em Brasília, como perde por uma unha a segunda volta na eleição de governador para São Paulo, a cidade mais importante do país. Geraldo Alckmin foi eleito governador com 50,4% dos votos. E, noutra grande falha das sondagens nos últimos meses, falhou a conquista de dois senadores em São Paulo, com Netinho de Paula, o cantor de pagode, a ficar pelo caminho, para Aloísio Nunes, o único candidato que usou Fernando Henrique Cardoso activamente na sua campanha.
Essa é uma das lições para o candidato José Serra na preparação da segunda volta, onde se espera uma reanimação do debate político que esteve moribundo na primeira parte desta eleição. Dilma recordou ontem que "tradicionalmente temos boa performance na segunda volta" e, num gesto inédito, estendeu a mão à imprensa agradecendo o papel "importantíssimo" que tiveram nesta eleição. Até poderia ser um acto de ironia, visto que a imprensa nesta recta final não só descobriu um caso de tráfico de influência no seio do governo, vitimando a maior aliada de Dilma no executivo, como no caso de alguns jornais influentes tomou partido pelo candidato da direita. Mas tudo indica que esse é o primeiro sinal de que o PT vai recuar para a posição de cordeiro que levou Lula à vitória no segundo turno de 2006 e que foi conhecida como ‘Lulinha, paz e amor'. A eleição presidencial começa hoje.
Acompanhe todas as notícias:
· Presidenciais no Brasil vão para segunda volta
· Dilma vence eleições no Brasil mas arrisca segunda volta
· Autoridades prendem 368 pessoas no Brasil por crime eleitoral
· "Se Deus quiser vamos para a segunda volta para o bem do país"
· Imprensa comenta apoio de Lula a Dilma na campanha
· Lula lamenta não estar entre os candidatos
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Marina soma quase 20% e deixa Dilma dependente do seu apoio para ser presidente na segunda volta.
O semblante carregado de Dilma Rousseff não escondia a enorme decepção. A candidata de Lula para a sua sucessão confiou em sondagens que lhe davam uma vitória folgada e ficou muito aquém das previsões, sendo forçada a uma segunda volta contra o candidato da direita, José Serra. Com um quinto dos votos do país, a candidata dos verdes, abriu uma fenda no eleitorado tradicional do partido dos trabalhadores e tem agora na mão a chave para a vitória na segunda volta, a 31 de Outubro.
"Vamos encarar essa segunda volta com muita garra e energia", disse Dilma ao fim da noite. Com mais de 111 milhões de votos contados, Dilma obteve 46,9% dos votos, Serra teve 32,6% e, duplicando as expectativas de há um mês, Marina Silva, ex-ministra de Lula e ex-PT, teve 19,3%. O seu Partido dos Verdes vai agora decidir em plenário a quem oferece o seu capital de voto: mais de 19 milhões de vozes, a vitória em duas capitais, e o segundo lugar no Rio de Janeiro, o terceiro maior círculo eleitoral do país. "Somos vitoriosos, ainda que não tenhamos ido para a segunda volta, porque iremos agora para pensar melhor", disse a candidata filha da Amazónia. José Serra não teve outro remédio senão agradecer. "Eu queria me congratular com Marina Silva pela votação expressiva. Ela contribuiu com o jogo democrático do Brasil", afirmou em São Paulo.
Para o Partido dos Trabalhadores, o resultado não é o fim do mundo mas é um desastre. Não só é obrigado a ir para a segunda volta quando tinha já uma enorme festa planeada em Brasília, como perde por uma unha a segunda volta na eleição de governador para São Paulo, a cidade mais importante do país. Geraldo Alckmin foi eleito governador com 50,4% dos votos. E, noutra grande falha das sondagens nos últimos meses, falhou a conquista de dois senadores em São Paulo, com Netinho de Paula, o cantor de pagode, a ficar pelo caminho, para Aloísio Nunes, o único candidato que usou Fernando Henrique Cardoso activamente na sua campanha.
Essa é uma das lições para o candidato José Serra na preparação da segunda volta, onde se espera uma reanimação do debate político que esteve moribundo na primeira parte desta eleição. Dilma recordou ontem que "tradicionalmente temos boa performance na segunda volta" e, num gesto inédito, estendeu a mão à imprensa agradecendo o papel "importantíssimo" que tiveram nesta eleição. Até poderia ser um acto de ironia, visto que a imprensa nesta recta final não só descobriu um caso de tráfico de influência no seio do governo, vitimando a maior aliada de Dilma no executivo, como no caso de alguns jornais influentes tomou partido pelo candidato da direita. Mas tudo indica que esse é o primeiro sinal de que o PT vai recuar para a posição de cordeiro que levou Lula à vitória no segundo turno de 2006 e que foi conhecida como ‘Lulinha, paz e amor'. A eleição presidencial começa hoje.
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· Presidenciais no Brasil vão para segunda volta
· Dilma vence eleições no Brasil mas arrisca segunda volta
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