
FF – LUSA
Coimbra, 30 Set (Lusa) - O antigo Presidente da República de Portugal Mário Soares comparou hoje os políticos aos vinhos, ao dizer que a Europa se encontra em declínio pela falta de bons líderes.
Ao participar hoje na Universidade de Coimbra na sessão de encerramento do colóquio internacional "Da Virtude e fortuna da República ao republicanismo pós-nacional", o eurodeputado lamentou a situação e o rumo em que a Europa se encontra.
"Neste momento crítico, sobretudo depois desta crise global em que estamos metidos, há qualquer coisa de gravíssimo que é preciso evitar, é que a Europa entre em profunda decadência", alertou.
No seu entendimento, é preciso tomar consciência de que "a Europa, infelizmente, está em decadência".
"Fundamentalmente está por falta de lideranças europeias a sério. Eu penso que os políticos são como os vinhos. Não sabemos porquê. Há boas épocas em que o vinho é esplêndido e outras épocas em que o vinho não presta. Nesta altura nós temos políticos que não prestam", sustentou.
Recordou que na altura em que Portugal e a Espanha aderiram à União Europeia a Europa tinha grandes líderes, capazes de lhe imprimir um rumo.
Com uma plateia onde predominavam os estudantes universitários, o antigo Presidente da República disse que eles tinham grandes responsabilidades, por serem os políticos do futuro.
"Têm grandes responsabilidades em fazer avançar para uma Europa que seja respeitada no mundo, que dê um equilíbrio a este mundo desequilibrado, e que seja um bom parceiro da China, dos Estados Unidos e da Rússia, da Índia, do Brasil, das grandes potências", observou.
Assumindo-se um entusiasta da República, Mário Soares disse que em 1974, quanto regressou do exílio após o 25 de Abril, pensou para os seus "botões" sobre se o regime resistiria 16 anos, como a Primeiro República.
"Já ultrapassamos duas vezes dezasseis anos, porque já estamos a festejar 36 anos. Ao contrário da Primeira República, 36 anos de paz social, de paz política, sem revoluções, sem violências", sublinhou.
Realçou que Portugal tem hoje "grandes problemas", mas acredita que eles serão resolvidos "com a coragem que o povo português tem".
"Eu não sou daqueles que dizem mal do povo português, e que dizem que nós somos os piores. Nós somos tão bons como os melhores em qualquer parte do mundo", sublinhou, exortando os jovens estudantes que os escutavam para se convencerem disso mesmo.
Organizado pelo Instituto Ius Gentium Coninbrigae, da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (UC), o colóquio internacional, que hoje decorreu, contou ainda com a presença do Presidente da República e de um dos nomes cimeiros da filosofia internacional, J.G.A. Pocock.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico***
Coimbra, 30 Set (Lusa) - O antigo Presidente da República de Portugal Mário Soares comparou hoje os políticos aos vinhos, ao dizer que a Europa se encontra em declínio pela falta de bons líderes.
Ao participar hoje na Universidade de Coimbra na sessão de encerramento do colóquio internacional "Da Virtude e fortuna da República ao republicanismo pós-nacional", o eurodeputado lamentou a situação e o rumo em que a Europa se encontra.
"Neste momento crítico, sobretudo depois desta crise global em que estamos metidos, há qualquer coisa de gravíssimo que é preciso evitar, é que a Europa entre em profunda decadência", alertou.
No seu entendimento, é preciso tomar consciência de que "a Europa, infelizmente, está em decadência".
"Fundamentalmente está por falta de lideranças europeias a sério. Eu penso que os políticos são como os vinhos. Não sabemos porquê. Há boas épocas em que o vinho é esplêndido e outras épocas em que o vinho não presta. Nesta altura nós temos políticos que não prestam", sustentou.
Recordou que na altura em que Portugal e a Espanha aderiram à União Europeia a Europa tinha grandes líderes, capazes de lhe imprimir um rumo.
Com uma plateia onde predominavam os estudantes universitários, o antigo Presidente da República disse que eles tinham grandes responsabilidades, por serem os políticos do futuro.
"Têm grandes responsabilidades em fazer avançar para uma Europa que seja respeitada no mundo, que dê um equilíbrio a este mundo desequilibrado, e que seja um bom parceiro da China, dos Estados Unidos e da Rússia, da Índia, do Brasil, das grandes potências", observou.
Assumindo-se um entusiasta da República, Mário Soares disse que em 1974, quanto regressou do exílio após o 25 de Abril, pensou para os seus "botões" sobre se o regime resistiria 16 anos, como a Primeiro República.
"Já ultrapassamos duas vezes dezasseis anos, porque já estamos a festejar 36 anos. Ao contrário da Primeira República, 36 anos de paz social, de paz política, sem revoluções, sem violências", sublinhou.
Realçou que Portugal tem hoje "grandes problemas", mas acredita que eles serão resolvidos "com a coragem que o povo português tem".
"Eu não sou daqueles que dizem mal do povo português, e que dizem que nós somos os piores. Nós somos tão bons como os melhores em qualquer parte do mundo", sublinhou, exortando os jovens estudantes que os escutavam para se convencerem disso mesmo.
Organizado pelo Instituto Ius Gentium Coninbrigae, da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (UC), o colóquio internacional, que hoje decorreu, contou ainda com a presença do Presidente da República e de um dos nomes cimeiros da filosofia internacional, J.G.A. Pocock.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico***
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