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Mo Ibrahim diz que a solução terá de passar obrigatoriamente por “bons líderes, boas instituições e boa governação”, sem os quais “não haverá Estado de Direito, não haverá desenvolvimento”
Cabo Verde é o país africano de expressão portuguesa melhor classificado, ocupando o quarto lugar, no Índice Mo Ibrahim 2010, em que São Tomé e Príncipe está em 11.º, Moçambique em 20º, Guiné-Bissau em 41º e Angola em 43º. Os últimos da lista são a Eritreia, Zimbabué, RD Congo, Chade e Somália.
No índice de 53 países, Cabo Verde desceu, porém, dois lugares em relação a 2009, ficando agora atrás das Maurícias, que mantém o primeiro posto, Seicheles e Botsuana, com a África do Sul a fechar o “top 5”. Os últimos da lista são a Eritreia, Zimbabué, RD Congo, Chade e Somália.
A tabela avalia quatro critérios de governação - Desenvolvimento Humano, Participação e Direitos Humanos, Segurança e Estado de Direito, Oportunidades de Sustentabilidade Económica.
Numa pontuação de 0 a 100, Cabo Verde surge com 73.83 pontos, seguido, entre os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), por São Tomé e Príncipe (desceu uma posição em relação a 2009 - 57,05 pontos), Moçambique (52,39), Guiné-Bissau (42,09) e Angola (39,29).
Na apreciação global do continente, o documento reconhece que muitos povos africanos têm hoje em dia mais acesso a oportunidades económicas, mas estão a ver os seus direitos políticos ignorados.
“Existe um risco de os direitos dos cidadãos serem negligenciados na altura em que a África procura o desenvolvimento económico”, afirmou o tanzaniano Salim Ahmed Salim, antigo secretário geral da extinta Organização da Unidade Africana (OUA, hoje União Africana) e um dos administradores da Fundação Mo Ibrahim.
Segundo Ahmed Salim, nos últimos dois anos, a Fundação Mo Ibrahim, criada por um milionário de origem sudanesa, que fez fortuna no ramo das telecomunicações, decidiu não atribuir o seu prémio anual a um estadista africano que se tenha particularmente distinguido pela sua boa governação.
O prémio, de cinco milhões de dólares, foi atribuído na edição inaugural, em 2008, a Joaquim Chissano, ex-presidente de Moçambique, e, no ano seguinte, a Festus Mogae, ex-chefe de Estado do Botsuana.
As regras ditam que os candidatos podem ser considerados durante três anos após o fim do exercício de funções, o que inclui os ex-presidentes sul-africano, Thabo Mbeki, ganês, John Kufuor, e nigeriano, Olusegun Obasanjo.
Os membros do comité, presidido pelo ex-secretário geral das Nações Unidas, Kofi Annan, e que tem entre os seus membros a moçambicana Graça Machel, presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), optaram, assim, por não atribuir o prémio, “apesar da existência de candidatos credíveis”.
O Prémio Ibrahim para o Sucesso na Liderança Africana visa reconhecer líderes africanos que tenham dado provas de excelência na liderança política, e está aberto a ex-chefes de Estado ou de Governo de países da África Austral que tenham deixado de exercer funções nos últimos três anos e dado provas de liderança exemplar.
Fundador da empresa de telecomunicações africana Celtel International, Mo Ibrahim, nascido no Sudão em 1946, é considerado um modelo de cidadão africano bem sucedido, que privilegiou uma gestão ética do negócio. Vendeu a empresa em 2005 - sete anos depois de a ter criado - a um operador do Kuwait por 3,4 mil milhões de dólares, fortuna que financia a Fundação e o prémio.
Mo Ibrahim tem responsabilizado as “falhas monumentais dos líderes africanos após a independência”, explicando sem meias palavras que, “quando nasceram os primeiros Estados africanos independentes, nos anos 50, África estava melhor em termos económicos”.
Mo Ibrahim explica que “as enormes falhas na governação provocaram o retrocesso”.
Mo Ibrahim culpa também os cidadãos porque foram eles que permitiram que os destinos do continente fossem conduzidos por maus líderes.
O empresário qualifica de “vergonhoso e um golpe à dignidade” a contínua dependência de África em relação ao ocidente, tendo em conta os “recursos impressionantes” que abundam no continente.
“Não se justificam a fome, a ignorância e a doença que assolam África”, enfatiza Mo Ibrahim, para quem a solução terá de pessar obrigatoriamente por “bons líderes, boas instituições e boa governação”, sem os quais “não haverá Estado de Direito, não haverá desenvolvimento”.
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Mo Ibrahim diz que a solução terá de passar obrigatoriamente por “bons líderes, boas instituições e boa governação”, sem os quais “não haverá Estado de Direito, não haverá desenvolvimento”
Cabo Verde é o país africano de expressão portuguesa melhor classificado, ocupando o quarto lugar, no Índice Mo Ibrahim 2010, em que São Tomé e Príncipe está em 11.º, Moçambique em 20º, Guiné-Bissau em 41º e Angola em 43º. Os últimos da lista são a Eritreia, Zimbabué, RD Congo, Chade e Somália.
No índice de 53 países, Cabo Verde desceu, porém, dois lugares em relação a 2009, ficando agora atrás das Maurícias, que mantém o primeiro posto, Seicheles e Botsuana, com a África do Sul a fechar o “top 5”. Os últimos da lista são a Eritreia, Zimbabué, RD Congo, Chade e Somália.
A tabela avalia quatro critérios de governação - Desenvolvimento Humano, Participação e Direitos Humanos, Segurança e Estado de Direito, Oportunidades de Sustentabilidade Económica.
Numa pontuação de 0 a 100, Cabo Verde surge com 73.83 pontos, seguido, entre os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), por São Tomé e Príncipe (desceu uma posição em relação a 2009 - 57,05 pontos), Moçambique (52,39), Guiné-Bissau (42,09) e Angola (39,29).
Na apreciação global do continente, o documento reconhece que muitos povos africanos têm hoje em dia mais acesso a oportunidades económicas, mas estão a ver os seus direitos políticos ignorados.
“Existe um risco de os direitos dos cidadãos serem negligenciados na altura em que a África procura o desenvolvimento económico”, afirmou o tanzaniano Salim Ahmed Salim, antigo secretário geral da extinta Organização da Unidade Africana (OUA, hoje União Africana) e um dos administradores da Fundação Mo Ibrahim.
Segundo Ahmed Salim, nos últimos dois anos, a Fundação Mo Ibrahim, criada por um milionário de origem sudanesa, que fez fortuna no ramo das telecomunicações, decidiu não atribuir o seu prémio anual a um estadista africano que se tenha particularmente distinguido pela sua boa governação.
O prémio, de cinco milhões de dólares, foi atribuído na edição inaugural, em 2008, a Joaquim Chissano, ex-presidente de Moçambique, e, no ano seguinte, a Festus Mogae, ex-chefe de Estado do Botsuana.
As regras ditam que os candidatos podem ser considerados durante três anos após o fim do exercício de funções, o que inclui os ex-presidentes sul-africano, Thabo Mbeki, ganês, John Kufuor, e nigeriano, Olusegun Obasanjo.
Os membros do comité, presidido pelo ex-secretário geral das Nações Unidas, Kofi Annan, e que tem entre os seus membros a moçambicana Graça Machel, presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), optaram, assim, por não atribuir o prémio, “apesar da existência de candidatos credíveis”.
O Prémio Ibrahim para o Sucesso na Liderança Africana visa reconhecer líderes africanos que tenham dado provas de excelência na liderança política, e está aberto a ex-chefes de Estado ou de Governo de países da África Austral que tenham deixado de exercer funções nos últimos três anos e dado provas de liderança exemplar.
Fundador da empresa de telecomunicações africana Celtel International, Mo Ibrahim, nascido no Sudão em 1946, é considerado um modelo de cidadão africano bem sucedido, que privilegiou uma gestão ética do negócio. Vendeu a empresa em 2005 - sete anos depois de a ter criado - a um operador do Kuwait por 3,4 mil milhões de dólares, fortuna que financia a Fundação e o prémio.
Mo Ibrahim tem responsabilizado as “falhas monumentais dos líderes africanos após a independência”, explicando sem meias palavras que, “quando nasceram os primeiros Estados africanos independentes, nos anos 50, África estava melhor em termos económicos”.
Mo Ibrahim explica que “as enormes falhas na governação provocaram o retrocesso”.
Mo Ibrahim culpa também os cidadãos porque foram eles que permitiram que os destinos do continente fossem conduzidos por maus líderes.
O empresário qualifica de “vergonhoso e um golpe à dignidade” a contínua dependência de África em relação ao ocidente, tendo em conta os “recursos impressionantes” que abundam no continente.
“Não se justificam a fome, a ignorância e a doença que assolam África”, enfatiza Mo Ibrahim, para quem a solução terá de pessar obrigatoriamente por “bons líderes, boas instituições e boa governação”, sem os quais “não haverá Estado de Direito, não haverá desenvolvimento”.
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