SÉRGIO M. GASPAR * – NOTÍCIAS LUSÓFONAS
Administração Regional de Saúde do Norte não tem dinheiro para pagar o transporte de doentes (de Paredes) para a fisioterapia, nem para um TAC, mas também apoia os timorenses...
Os empresários de Paredes, um concelho do distrito do Porto (Portugal) vão doar a Timor-Leste cerca de três milhões de euros em equipamentos industriais, anunciou hoje o presidente da câmara local, Celso Ferreira (foto). Ainda bem. Mais importante do que, por exemplo, resolver os problemas dos cidadãos do concelho é ajudar, até porque eles merecem, os timorenses.
No final da conferência de doadores que decorreu neste concelho, Celso Ferreira adiantou que “são mais de 50” as empresas que se juntaram a esta iniciativa “para participar no desenvolvimento de Timor”.
Ainda bem. Como se sabe, em Paredes não há desempregados, não há empresários em dificuldades, não há famílias carenciadas, não há cidadãos a receber parcas reformas, pelo que a prioridade vai, até porque eles merecem, para Timor-Leste.
Segundo o autarca, que falava junto ao presidente da República de Timor-Leste, José Ramos-Horta, foi reunido equipamento usado mas em bom estado suficiente para avançar, no curto prazo, com oito projectos industriais em Timor-Leste, em sectores de actividade diversificados, como mobiliário, têxtil, calçado, energia, construção civil e formação.
É obra. Todos os cidadãos de Paredes, mesmo aqueles que há anos tentam apenas, mas sem sucesso, que a autarquia coloque alguns contentores de lixo na sua rua, ficaram satisfeitos e orgulhosos.
A Universidade Católica, através de bolsas de estudo, e a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N), cedendo equipamento hospitalar, são duas instituições que também corresponderam ao desafio da câmara de Paredes.
É claro que a Administração Regional de Saúde do Norte não tem dinheiro para pagar o transporte dos utentes da Unidade de Saúde de Rebordosa, por exemplo, para as sessões de fisioterapia. Tal como não tem dinheiro para que esses doentes, de acordo com a prescrição do médico de família, façam um TAC (Tomografia Axial Computorizada). Mas, no entanto, sobram-lhe equipamentos hspitalares para ajudar os timorenses. Ainda bem. Eles merecem.
O presidente da edilidade voltou a lembrar o projecto de implantação de uma carpintaria em Baucau, realizado pela câmara e empresários locais, que funciona há cerca de dois anos. “Esse projecto mostrou que é possível fazer cooperação com pouco dinheiro, ajudando ao desenvolvimento de Timor”, acrescentou.
O edil agradeceu o apoio do Governo português e o alto patrocínio da Presidência da República, por terem dado “maior credibilidade” à conferência de doadores.
Por sua vez, o secretário de Estado do Comércio, Fernando Serrasqueiro, agradeceu ao município de Paredes e aos empresários locais terem lançado esta iniciativa de cooperação.
Fernando Serrasqueiro disse esperar que o comércio com Timor-Leste possa ser valorizado. “Esperamos que os empresários que já estão em Timor possam ser uma âncora para o fortalecimento dos investimentos”, afirmou, lembrando que aquele país pode constituir uma plataforma para os investidores nacionais apostarem na Ásia.
O secretário de Estado adiantou que o Governo está a preparar uma linha de crédito para financiar projectos de investimento em Timor-Leste. “Estamos perante um país distante, mas cabe-nos fazer com que esta distância seja mais curta no interesse de Portugal e de Timor”, afirmou.
Tem toda a razão. Pelos vistos é mais curto o caminho entre Paredes e Díli do que entre os utentes de Rebordosa e a sua Unidade de Saúde.
O presidente da República de Timor-Leste disse estar sensibilizado com o apoio manifestado hoje pelos empresários, garantindo que o seu país irá retribuir.
Na abertura dos trabalhos, o antigo Presidente da República português Ramalho Eanes, que representou o atual chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, elogiou a iniciativa de Paredes e mostrou-se esperançado de que possa ser replicada noutros projectos de cooperação com Timor-Leste.
**Em 01 outubro 2010
(*) Com Lusa
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Administração Regional de Saúde do Norte não tem dinheiro para pagar o transporte de doentes (de Paredes) para a fisioterapia, nem para um TAC, mas também apoia os timorenses...
Os empresários de Paredes, um concelho do distrito do Porto (Portugal) vão doar a Timor-Leste cerca de três milhões de euros em equipamentos industriais, anunciou hoje o presidente da câmara local, Celso Ferreira (foto). Ainda bem. Mais importante do que, por exemplo, resolver os problemas dos cidadãos do concelho é ajudar, até porque eles merecem, os timorenses.
No final da conferência de doadores que decorreu neste concelho, Celso Ferreira adiantou que “são mais de 50” as empresas que se juntaram a esta iniciativa “para participar no desenvolvimento de Timor”.
Ainda bem. Como se sabe, em Paredes não há desempregados, não há empresários em dificuldades, não há famílias carenciadas, não há cidadãos a receber parcas reformas, pelo que a prioridade vai, até porque eles merecem, para Timor-Leste.
Segundo o autarca, que falava junto ao presidente da República de Timor-Leste, José Ramos-Horta, foi reunido equipamento usado mas em bom estado suficiente para avançar, no curto prazo, com oito projectos industriais em Timor-Leste, em sectores de actividade diversificados, como mobiliário, têxtil, calçado, energia, construção civil e formação.
É obra. Todos os cidadãos de Paredes, mesmo aqueles que há anos tentam apenas, mas sem sucesso, que a autarquia coloque alguns contentores de lixo na sua rua, ficaram satisfeitos e orgulhosos.
A Universidade Católica, através de bolsas de estudo, e a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N), cedendo equipamento hospitalar, são duas instituições que também corresponderam ao desafio da câmara de Paredes.
É claro que a Administração Regional de Saúde do Norte não tem dinheiro para pagar o transporte dos utentes da Unidade de Saúde de Rebordosa, por exemplo, para as sessões de fisioterapia. Tal como não tem dinheiro para que esses doentes, de acordo com a prescrição do médico de família, façam um TAC (Tomografia Axial Computorizada). Mas, no entanto, sobram-lhe equipamentos hspitalares para ajudar os timorenses. Ainda bem. Eles merecem.
O presidente da edilidade voltou a lembrar o projecto de implantação de uma carpintaria em Baucau, realizado pela câmara e empresários locais, que funciona há cerca de dois anos. “Esse projecto mostrou que é possível fazer cooperação com pouco dinheiro, ajudando ao desenvolvimento de Timor”, acrescentou.
O edil agradeceu o apoio do Governo português e o alto patrocínio da Presidência da República, por terem dado “maior credibilidade” à conferência de doadores.
Por sua vez, o secretário de Estado do Comércio, Fernando Serrasqueiro, agradeceu ao município de Paredes e aos empresários locais terem lançado esta iniciativa de cooperação.
Fernando Serrasqueiro disse esperar que o comércio com Timor-Leste possa ser valorizado. “Esperamos que os empresários que já estão em Timor possam ser uma âncora para o fortalecimento dos investimentos”, afirmou, lembrando que aquele país pode constituir uma plataforma para os investidores nacionais apostarem na Ásia.
O secretário de Estado adiantou que o Governo está a preparar uma linha de crédito para financiar projectos de investimento em Timor-Leste. “Estamos perante um país distante, mas cabe-nos fazer com que esta distância seja mais curta no interesse de Portugal e de Timor”, afirmou.
Tem toda a razão. Pelos vistos é mais curto o caminho entre Paredes e Díli do que entre os utentes de Rebordosa e a sua Unidade de Saúde.
O presidente da República de Timor-Leste disse estar sensibilizado com o apoio manifestado hoje pelos empresários, garantindo que o seu país irá retribuir.
Na abertura dos trabalhos, o antigo Presidente da República português Ramalho Eanes, que representou o atual chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, elogiou a iniciativa de Paredes e mostrou-se esperançado de que possa ser replicada noutros projectos de cooperação com Timor-Leste.
**Em 01 outubro 2010
(*) Com Lusa
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