LUMENA RAPOSO – DIÁRIO DE NOTÍCIAS – 20 outubro 2010
Presidente não desiste do aumento da idade da reforma. Aeroportos do país param hoje e jovens radicalizam protesto amanhã.
Refinarias e transportes foram ontem os sectores mais atingidos pela contestação ao projecto de reformas de Nicolas Sarkozy, a qual voltou a mobilizar milhões nas ruas de França. As consequências deste protesto, o sexto em mês e meio, começam a criar o receio de uma paralisação da economia.
"Ninguém tem o direito de fazer todo um país refém", disse o primeiro-ministro François Fillon, quando quatro mil estações de serviço já não tinham combustível e as 12 refinarias estavam em greve ou bloqueadas pelos grevistas. Mesmo assim, disse esperar um regresso à normalidade em "quatro ou cinco dias".
O Presidente Nicolas Sarkozy anunciou que se preparava para uma reunião, ao fim do dia, na qual seriam tomadas medidas para contrariar a falta de combustível. Mais, o chefe de Estado - que conta com uma popularidade de 30% - voltou a insistir que a sua reforma é "para ir até ao fim".
"Até ao fim" parece ser também o lema dos sindicatos que, ontem, levaram para a rua 3,5 milhões de franceses nas 266 manifestações que ocorreram no país e contaram com a participação de muitos adolescentes e universitários.
Contagem diferente fez a polícia, que colocou a fasquia em 1,1 milhões de pessoas. A maior manifestação ocorreu em Paris, com um total de 330 mil pessoas (segundo os sindicatos) e 67 mil, segundo a polícia.
François Fillon, ao comentar o movimento de protesto considerou que este "começa a esvaziar" mas, simultaneamente "está a radicalizar-se". Dos 400 liceus que foram bloqueados, o maior número desde o início do protesto, alguns - como o de Joliot Curie em Nanterre - voltaram a ser palco de confrontos entre a polícia e os adolescentes. Situações idênticas ocorreram em Bordéus e, de forma especial, em Lyon, onde a polícia carregou sobre os jovens. Em Paris, uma estudante ficou ferida na sequência de uma explosão provocada pelo incêndio de um caixote de lixo. No total, a polícia deteve 1158 "desordeiros".
Entretanto, o patronato começou a dar sinais de preocupação quanto à consequência do movimento de protesto. Isto porque se nota uma redução na actividade hoteleira, na restauração, laser, e no comércio de retalho, assim como na construção.
Se se juntar o reforço da greve nos transportes terrestres e aéreos, começa a materializar-se o fantasma de paralisia da economia. É que, enquanto ontem foram anulados 50% dos voos para o aeroporto parisiense de Orly e 30% para o de Roissy, a Confederação Geral do Trabalho (CGT) convocou para hoje uma greve em todos os aeroportos do país. E as organizações estudantis, dos liceus e universidades, convocaram um dia de protesto para amanhã.
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Presidente não desiste do aumento da idade da reforma. Aeroportos do país param hoje e jovens radicalizam protesto amanhã.
Refinarias e transportes foram ontem os sectores mais atingidos pela contestação ao projecto de reformas de Nicolas Sarkozy, a qual voltou a mobilizar milhões nas ruas de França. As consequências deste protesto, o sexto em mês e meio, começam a criar o receio de uma paralisação da economia.
"Ninguém tem o direito de fazer todo um país refém", disse o primeiro-ministro François Fillon, quando quatro mil estações de serviço já não tinham combustível e as 12 refinarias estavam em greve ou bloqueadas pelos grevistas. Mesmo assim, disse esperar um regresso à normalidade em "quatro ou cinco dias".
O Presidente Nicolas Sarkozy anunciou que se preparava para uma reunião, ao fim do dia, na qual seriam tomadas medidas para contrariar a falta de combustível. Mais, o chefe de Estado - que conta com uma popularidade de 30% - voltou a insistir que a sua reforma é "para ir até ao fim".
"Até ao fim" parece ser também o lema dos sindicatos que, ontem, levaram para a rua 3,5 milhões de franceses nas 266 manifestações que ocorreram no país e contaram com a participação de muitos adolescentes e universitários.
Contagem diferente fez a polícia, que colocou a fasquia em 1,1 milhões de pessoas. A maior manifestação ocorreu em Paris, com um total de 330 mil pessoas (segundo os sindicatos) e 67 mil, segundo a polícia.
François Fillon, ao comentar o movimento de protesto considerou que este "começa a esvaziar" mas, simultaneamente "está a radicalizar-se". Dos 400 liceus que foram bloqueados, o maior número desde o início do protesto, alguns - como o de Joliot Curie em Nanterre - voltaram a ser palco de confrontos entre a polícia e os adolescentes. Situações idênticas ocorreram em Bordéus e, de forma especial, em Lyon, onde a polícia carregou sobre os jovens. Em Paris, uma estudante ficou ferida na sequência de uma explosão provocada pelo incêndio de um caixote de lixo. No total, a polícia deteve 1158 "desordeiros".
Entretanto, o patronato começou a dar sinais de preocupação quanto à consequência do movimento de protesto. Isto porque se nota uma redução na actividade hoteleira, na restauração, laser, e no comércio de retalho, assim como na construção.
Se se juntar o reforço da greve nos transportes terrestres e aéreos, começa a materializar-se o fantasma de paralisia da economia. É que, enquanto ontem foram anulados 50% dos voos para o aeroporto parisiense de Orly e 30% para o de Roissy, a Confederação Geral do Trabalho (CGT) convocou para hoje uma greve em todos os aeroportos do país. E as organizações estudantis, dos liceus e universidades, convocaram um dia de protesto para amanhã.
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