quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Portugal - O POVO INERTE E ACARNEIRADO É QUEM OS SALVA

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PORTUGAL DIRETO

FRANÇA EM POLVOROSA E NÓS POR CÁ TODOS BEM?

Os povos têm aquilo que merecem. Têm os dirigentes e elites que merecem. Escolhem entre o melhor e o pior em conformidade com as promessas eleitorais mas também o deviam fazer consoante as práticas governativas dos políticos que vão elegendo. Se acaso não cumprem deve-lhes ser exigido o cumprimento das promessas, sem contemplações nem admissão de desculpas esfarrapadas, ou então que se lhes exija a sua demissão. Desse modo eles aprenderiam a não mentir sistematicamente.

França anda em polvorosa. A razão é o “aperto” social que o presidente fascistóide que elegeram está a implementar. Entre outras medidas drásticas inclui o aumento de idade de reforma para os 62 anos… A população reage, estradas cortadas, greves, sindicatos a protestar, supermercados e bombas de gasolina já sem ter como manter o abastecimento dos clientes… O protesto de um povo. As cidades estão agitadas e contestatárias, a província também. Os estudantes franceses fazem das suas e também se associam aos protestos. O país vai em crescendo na contestação.

Se resulta? Talvez. Alguma coisa poderá resultar de positivo. Estes ladrões de cada país e os eurocratas precisam de um grande abanão e de aprenderem a não gastar à toa os recursos das populações europeias para depois exigir mais “apertos” sempre aos mesmos. Aos que trabalham e têm vencimentos ridículos comparados com os que eurodeputados e restantes marmanjos da política parasitária de cada país saca abusivamente com o maior dos descaramentos.

Em Portugal não se contesta. Agora está marcada uma greve geral para Novembro. Decerto que a aderência não será como muitos esperam. E nunca comparável à de França ou de Espanha, por exemplo. Somos um povo carneiro, inerte. Oportunista e cobarde que se espraia no seu egoísmo e no salve-se quem puder. Exactamente por isso, também por isso, principalmente por isso, é que estamos na miséria em que mal sobrevivemos. Consente-se tudo aos políticos portugueses e escolhe-se a comodidade de dizer sim ou nim em vez de gritar não e contestar, como mandam as regras constitucionais que ainda deixam que vislumbremos e usufruamos de alguma liberdade para isso. Cada um olha para o seu umbigo e segue às ordens dos pastores, nem que seja para o precipício pra onde nos têm trazido. A balir, lá vão os portugueses, cantando e rindo, levados, levados sim… pelas loas dos parasitas da política e dos empresários que há muito teceram as suas corporações, como os banqueiros que mandam e remandam… no mercado.

Mercado. Essa figura que anda de boca em boca mas que não tem cara. O papão que inventaram para mais nos roubar e remeter à miséria. E o mercado manda nos políticos que se pelam por isso porque são seus beneficiários, seus serviçais e nossos executores… Continuem na carneirada porque o regresso ao 24 de Abril está a acontecer todos os dias. Espezinhem todas as conquistas que as gerações anteriores conseguiram pagando alto preço, até com as suas vidas. Não defendam a justiça, a democracia, a liberdade, continuem a balir e a deixarem-se intrujar por puro comodismo, egoísmo, alienação, estupidez, falta de cidadania… Sejam inertes e carneiros porque é isso que salva os que nos exploram e nos vão retirando os direitos e as liberdades. Sirvam o vil “mercado”.
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