ORLANDO CASTRO – NOTÍCIAS LUSÓFONAS
Ângelo Correia (PSD) entende que entre não ter comida e ter pratos vazios, é sempre melhor para os portugueses ter os pratos na mesa dessa casa portuguesa... com certeza
O ex-ministro da Administração Interna de Portugal e braço direito (mesmo que oculto) do líder do PSD, defendeu hoje que o voto do PSD em relação ao Orçamento do Estado deve ser determinado, “não pela qualidade” da proposta apresentada pelo Governo, mas pelo “risco maior” que decorreria da “inexistência de um orçamento”. Ângelo Correia, em declarações à Lusa, afirmou que “entre um orçamento mau e uma necessidade de fundos de que Portugal precisa, a segunda é mais importante”.
Por outras palavras, entre o doente morrer da doença ou da cura, sempre é melhor – segundo Ângelo Correia – que morra da cura. Morre na mesma, mas a má consciência dos políticos ficará certamente mais aliviada.
"Há um problema de grande prudência porque nós não temos a certeza do que vai acontecer, mas temos o risco que isto possa acontecer. E se acontecer é trágico. Logo, o voto do PSD tem de ser determinado, não pela qualidade do Orçamento, não pelo bem que faz à economia ou aos cidadãos, mas pela eventual existência de um risco maior e que decorre da apreciação de todas as entidades que no exterior têm influência sobre nós e sobre a nossa vida e que nos podiam cercear o acesso a meios financeiros no caso da inexistência de um orçamento", disse.
Ou seja, os portugueses estão a ficar sem nada para comer. Mas entre a hipótese de terem a mesa sem pratos ou ter os pratos vazios, o braço direito (mesmo que oculto) de Pedro Passos Coelho sugere que é melhor pôr os pratos na mesa. Não está mal.
Para Ângelo Correia, esse é "o único e grande ditame que deve orientar a posição do PSD". Sim, essa. Mesa sem pratos ou com pratos vazios.
"Por razões de qualidade do orçamento e por razões partidárias, este orçamento deveria ser chumbado. Por razões de desconhecermos como vai evoluir o comportamento dos principais agentes, que têm a ver com a canalização de dinheiro para Portugal e que pré-determinam em grande medida o acesso de Portugal a fundos exteriores de que tanto carecemos, eu acho que o risco que o país correria poderia ser muito grande. E, é por essa razão, olhando para Portugal, entre um orçamento mau e uma necessidade de fundos de que Portugal precisa, a segunda é mais importante", salientou Ângelo Correia.
Portanto, é bem provável que os portugueses não tenham tão cedo comida. Mas entre não terem comida e continuarem sem a ter, Ângelo Correia defende a segunda solução na perspectiva de que ela adia o problema.
Aliás, como todos sabem, Ângelo Correia é um especialista nestas questões de orçamentos e investimentos. Todos se recordam com certeza da sua brilhante intervenção, em 27 de Setembro de 2009, quando foi a Luanda dizer que são “legítimos e legais” os investimentos feitos por empresas angolanas em Portugal. E que falta eles fazem, continuama fazer.
Em declarações à imprensa no âmbito das palestras sobre o ambiente que se realizaram na capital angolana, o ex-ministro da Administração Interna do PSD, afirmou “não existir nada no ordenamento jurídico português” que impeça empresários estrangeiros investirem no mercado luso, procurando gerar capitais e conhecimentos.
“Da mesma forma que os portugueses investem em Angola, é legitimo que os angolanos o façam também no nosso país. Os benefícios são mútuos e em alguns casos Portugal sai mesmo a ganhar porque recebe investimentos em áreas onde não tem produção”, sublinhou, apontando o sector petrolífero como exemplo.
Se calhar seria altura de Portugal pedir uma ajuda aos amigos do regime angolano que, como é conhecido, está sempre disposto a dar uma mão aos mais necessitados.
Considerando, na altura e certamente hoje também, “reaccionárias” as pessoas que se manifestam contrárias ao investimento angolano em Portugal, Ângelo Correia referiu-se ao investimento da petrolífera angolana Sonangol na Galp, como sendo uma iniciativa que ajuda a reforçar os laços de cooperação entre os dois estados.
“Nada está a acontecer à margem da lei, portanto, é legítimo que os angolanos escolham determinadas áreas para investir. Quem se manifesta contra é porque ainda vive no passado e deve, por isso, actualizar-se. Estamos num mundo globalizados e num mercado aberto para todos”, disse então o braço direito (mesmo que oculto) do actual presidente do PSD.
A fazer fé nas teses mais do que sólidas de Ângelo Correia, se calhar chegou mesmo a altura de pedir ajuda material a José Eduardo dos Santos e, também, política no sentido de saber a sua opinião sobre se o PSD deve ou não aprovar o Orçamento de Estado.
Nesta, como noutras matérias, fica sempre bem pedir ajuda a quem sabe.
Além disso, nesta fase em que os portugueses já estão a aprender a viver sem comer, pouco importa saber se tudo é transparente nos investimentos angolanos feitos em Portugal. O importante é mesmo que invistam.
Não se sabe, embora se calcule, se Pedro Passos Coelho vai seguir as teses de Ângelo Correia. Seja como for, a votação do OE vai permitir aos portugueses saberem com o que podem contar, desde logo porque para eles votar sim ou abster-se significa o mesmo.
Ângelo Correia (PSD) entende que entre não ter comida e ter pratos vazios, é sempre melhor para os portugueses ter os pratos na mesa dessa casa portuguesa... com certeza
O ex-ministro da Administração Interna de Portugal e braço direito (mesmo que oculto) do líder do PSD, defendeu hoje que o voto do PSD em relação ao Orçamento do Estado deve ser determinado, “não pela qualidade” da proposta apresentada pelo Governo, mas pelo “risco maior” que decorreria da “inexistência de um orçamento”. Ângelo Correia, em declarações à Lusa, afirmou que “entre um orçamento mau e uma necessidade de fundos de que Portugal precisa, a segunda é mais importante”.
Por outras palavras, entre o doente morrer da doença ou da cura, sempre é melhor – segundo Ângelo Correia – que morra da cura. Morre na mesma, mas a má consciência dos políticos ficará certamente mais aliviada.
"Há um problema de grande prudência porque nós não temos a certeza do que vai acontecer, mas temos o risco que isto possa acontecer. E se acontecer é trágico. Logo, o voto do PSD tem de ser determinado, não pela qualidade do Orçamento, não pelo bem que faz à economia ou aos cidadãos, mas pela eventual existência de um risco maior e que decorre da apreciação de todas as entidades que no exterior têm influência sobre nós e sobre a nossa vida e que nos podiam cercear o acesso a meios financeiros no caso da inexistência de um orçamento", disse.
Ou seja, os portugueses estão a ficar sem nada para comer. Mas entre a hipótese de terem a mesa sem pratos ou ter os pratos vazios, o braço direito (mesmo que oculto) de Pedro Passos Coelho sugere que é melhor pôr os pratos na mesa. Não está mal.
Para Ângelo Correia, esse é "o único e grande ditame que deve orientar a posição do PSD". Sim, essa. Mesa sem pratos ou com pratos vazios.
"Por razões de qualidade do orçamento e por razões partidárias, este orçamento deveria ser chumbado. Por razões de desconhecermos como vai evoluir o comportamento dos principais agentes, que têm a ver com a canalização de dinheiro para Portugal e que pré-determinam em grande medida o acesso de Portugal a fundos exteriores de que tanto carecemos, eu acho que o risco que o país correria poderia ser muito grande. E, é por essa razão, olhando para Portugal, entre um orçamento mau e uma necessidade de fundos de que Portugal precisa, a segunda é mais importante", salientou Ângelo Correia.
Portanto, é bem provável que os portugueses não tenham tão cedo comida. Mas entre não terem comida e continuarem sem a ter, Ângelo Correia defende a segunda solução na perspectiva de que ela adia o problema.
Aliás, como todos sabem, Ângelo Correia é um especialista nestas questões de orçamentos e investimentos. Todos se recordam com certeza da sua brilhante intervenção, em 27 de Setembro de 2009, quando foi a Luanda dizer que são “legítimos e legais” os investimentos feitos por empresas angolanas em Portugal. E que falta eles fazem, continuama fazer.
Em declarações à imprensa no âmbito das palestras sobre o ambiente que se realizaram na capital angolana, o ex-ministro da Administração Interna do PSD, afirmou “não existir nada no ordenamento jurídico português” que impeça empresários estrangeiros investirem no mercado luso, procurando gerar capitais e conhecimentos.
“Da mesma forma que os portugueses investem em Angola, é legitimo que os angolanos o façam também no nosso país. Os benefícios são mútuos e em alguns casos Portugal sai mesmo a ganhar porque recebe investimentos em áreas onde não tem produção”, sublinhou, apontando o sector petrolífero como exemplo.
Se calhar seria altura de Portugal pedir uma ajuda aos amigos do regime angolano que, como é conhecido, está sempre disposto a dar uma mão aos mais necessitados.
Considerando, na altura e certamente hoje também, “reaccionárias” as pessoas que se manifestam contrárias ao investimento angolano em Portugal, Ângelo Correia referiu-se ao investimento da petrolífera angolana Sonangol na Galp, como sendo uma iniciativa que ajuda a reforçar os laços de cooperação entre os dois estados.
“Nada está a acontecer à margem da lei, portanto, é legítimo que os angolanos escolham determinadas áreas para investir. Quem se manifesta contra é porque ainda vive no passado e deve, por isso, actualizar-se. Estamos num mundo globalizados e num mercado aberto para todos”, disse então o braço direito (mesmo que oculto) do actual presidente do PSD.
A fazer fé nas teses mais do que sólidas de Ângelo Correia, se calhar chegou mesmo a altura de pedir ajuda material a José Eduardo dos Santos e, também, política no sentido de saber a sua opinião sobre se o PSD deve ou não aprovar o Orçamento de Estado.
Nesta, como noutras matérias, fica sempre bem pedir ajuda a quem sabe.
Além disso, nesta fase em que os portugueses já estão a aprender a viver sem comer, pouco importa saber se tudo é transparente nos investimentos angolanos feitos em Portugal. O importante é mesmo que invistam.
Não se sabe, embora se calcule, se Pedro Passos Coelho vai seguir as teses de Ângelo Correia. Seja como for, a votação do OE vai permitir aos portugueses saberem com o que podem contar, desde logo porque para eles votar sim ou abster-se significa o mesmo.
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