sexta-feira, 29 de outubro de 2010

SÓCRATES SÓ SABE QUE SABE TUDO

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ORLANDO CASTRO, jornalista – NOTÍCIAS LUSÓFONAS

Porreiro, pá! Afinal o sumo pontífice do PS e do governo do reino lusitano até nem é má pessoa (é um pouco pior). Não é – vejam lá – que o primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou hoje, em Bruxelas, que o Governo vai “fazer mais um esforço” para que o acordo para viabilizar o Orçamento de Estado seja possível, confiando na “boa vontade de todos”. Até as lágrimas me cairam no prato... obviamente vazio.

“O Governo vai fazer esse esforço e tenho a certeza que com a boa vontade de todos chegaremos a um acordo”, disse José Sócrates à entrada de uma reunião dos líderes da União Europeia. A Europa comoveu-se e Durão Barroso comentou: porreiro, pá!

O primeiro-ministro não explicou em que consiste o “esforço” que o Governo vai realizar. Mas também não é preciso. Todos sabem que o esforço passa por estar de acordo com todos aqueles que estão de acordo com ele. Simples, não é?

“É cedo para vos dar pormenores. O que vos digo é que o Governo não deixará de fazer aquilo que lhe compete também fazer: dar mais um passo, fazer mais um esforço para que esse acordo seja possível”, disse José Sócrates, tendo alguns dos presentes notado uma lágrima socialista no canto do olho.

O primeiro-ministro defendeu que “o que está em causa é muito importante” e disse “ter a certeza que todos compreenderão” que Portugal “precisa de ter este orçamento aprovado”. Todos não me parece. Desde logo porque quase todos sabem que Sócrates não é uma solução para o problema mas, isso sim, um problema para a solução.

“Isto é absolutamente determinante para a nossa credibilidade. Portugal não pode falhar neste momento, é o momento da verdade e temos de compreender que o que está em jogo são os superiores interesses” do país, insistiu.

Seria uma frase quase perfeita (como, aliás, tudo o que Sócrates faz), não fosse falar de superiores interesses do país quando, de facto, queria falar nos superiores interesses do seu grupo socialistas e acólitos.

José Sócrates lamentou que as negociações entre o Governo e o PSD não tenham sido bem sucedidas e reconheceu que “as posições se aproximaram”. E estão tão próximas que no fim das contas, por serem farinha do mesmo saco, ninguém vai saber quem é quem no tango que vai deixar ainda mais o país de tanga.

As medidas a tomar impõem que “todos os políticos não pensem na popularidade mas naquilo que são os interesses nacionais”, declarou José Sócrates citando, na circunstância, o mais conhecido vendedor de banha da cobra de, pelo menos, língua portuguesa: José Sócrates.

28.10.2010 - orlando.s.castro@gmail.com
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