ORLANDO CASTRO, jornalista – NOTÍCIAS LUSÓFONAS
Silêncio que se vai cantar o Orçamento de Estado (OE). Pelos vistos, os donos políticos de Portugal (o PS) não gostam que até os partidos se façam ouvir num momento tão delicado como é este do parto do OE. Só se podem manifestar, mesmo ruidosamente, todos aqueles que queiram dar louvas ao sumo pontífice socialista e aos seus acólitos.
O porta-voz do PS, entre outros socialistas de uma fama que ultrapassa o Largo do Rato, condenou hoje o presidente do PSD por criticar o Governo à margem das negociações do OE, num momento “delicado” em que se exige “espírito construtivo” e “contenção”.
Ora aí está. É assim mesmo. Se os portugueses de segunda (os que não são deste PS) não podem protestar porque isso pode prejudicar o parto, porque carga de chuva Pedro Passos Coelho julga que pode fazer o barulho que entender?
Em declarações à agência Lusa, Fernando Medina disse entender “mal as sucessivas críticas que têm sido feitas” por Pedro Passos Coelho, em particular as de segunda-feira à noite, em Almada, “à margem das negociações do Orçamento do Estado para 2011 e num encontro partidário”.
É bom que o PS meta na ordem estes políticos da Oposição, tal como de há muito meteu os seus lacaios na comunicação social, pois Portugal não se compadece com críticas ao grande líder Kim Jong-il, perdão, José Sócrates.
A favor da suprema e sacrossanta liderança de José Sócrates joga, aliás, um outro dado revelado hoje pela Transparência Internacional a propósito da corrupção. É que entre 178 países analisados, Portugal passou do 35º lugar em 2009 para o 32º este ano, descolando – por exemplo – do regime irmão e benfeitor de Angola, que passou do 162 para o 168.
Recorde-se que nesse encontro em Almada, Pedro Passos Coelho - sem ter pedido autorização a José Sócrates - acusou o Governo de aparecer “com um conjunto de propostas feitas em cima do joelho, a maior parte delas cegas, que poderão conduzir a uma fortíssima recessão nos próximos anos”.
E, convenhamos, numa altura destas de parto à vista e sem dor, não fica bem dizer algumas verdades, desde logo porque elas nem sequer são novidade. Acresce que criticar a noiva (ou o noivo) para depois aparecer voluntariamente na igreja a dar cobertura não é, digo eu, digno de um Estado de Direito.
Pois é. Têm razão. Portugal não é um Estado de Direito.
Na resposta ao PSD, o porta-voz do PS afirmou que “o mínimo que se pode pedir a quem está de boa fé neste processo é espírito construtivo, empenho, contenção e trabalho. Tudo o resto é lateral e nada ajuda ao que é essencial neste momento para Portugal: viabilizar o Orçamento do Estado para 2011”, acrescentou.
Nem mais. O essencial é continuar a roubar aos milhões que têm pouco, ou nada, para dar aos poucos que têm milhões. Isso sim. Isso é que é obra socialista.
26.10.2010 - orlando.s.castro@gmail.com
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Silêncio que se vai cantar o Orçamento de Estado (OE). Pelos vistos, os donos políticos de Portugal (o PS) não gostam que até os partidos se façam ouvir num momento tão delicado como é este do parto do OE. Só se podem manifestar, mesmo ruidosamente, todos aqueles que queiram dar louvas ao sumo pontífice socialista e aos seus acólitos.
O porta-voz do PS, entre outros socialistas de uma fama que ultrapassa o Largo do Rato, condenou hoje o presidente do PSD por criticar o Governo à margem das negociações do OE, num momento “delicado” em que se exige “espírito construtivo” e “contenção”.
Ora aí está. É assim mesmo. Se os portugueses de segunda (os que não são deste PS) não podem protestar porque isso pode prejudicar o parto, porque carga de chuva Pedro Passos Coelho julga que pode fazer o barulho que entender?
Em declarações à agência Lusa, Fernando Medina disse entender “mal as sucessivas críticas que têm sido feitas” por Pedro Passos Coelho, em particular as de segunda-feira à noite, em Almada, “à margem das negociações do Orçamento do Estado para 2011 e num encontro partidário”.
É bom que o PS meta na ordem estes políticos da Oposição, tal como de há muito meteu os seus lacaios na comunicação social, pois Portugal não se compadece com críticas ao grande líder Kim Jong-il, perdão, José Sócrates.
A favor da suprema e sacrossanta liderança de José Sócrates joga, aliás, um outro dado revelado hoje pela Transparência Internacional a propósito da corrupção. É que entre 178 países analisados, Portugal passou do 35º lugar em 2009 para o 32º este ano, descolando – por exemplo – do regime irmão e benfeitor de Angola, que passou do 162 para o 168.
Recorde-se que nesse encontro em Almada, Pedro Passos Coelho - sem ter pedido autorização a José Sócrates - acusou o Governo de aparecer “com um conjunto de propostas feitas em cima do joelho, a maior parte delas cegas, que poderão conduzir a uma fortíssima recessão nos próximos anos”.
E, convenhamos, numa altura destas de parto à vista e sem dor, não fica bem dizer algumas verdades, desde logo porque elas nem sequer são novidade. Acresce que criticar a noiva (ou o noivo) para depois aparecer voluntariamente na igreja a dar cobertura não é, digo eu, digno de um Estado de Direito.
Pois é. Têm razão. Portugal não é um Estado de Direito.
Na resposta ao PSD, o porta-voz do PS afirmou que “o mínimo que se pode pedir a quem está de boa fé neste processo é espírito construtivo, empenho, contenção e trabalho. Tudo o resto é lateral e nada ajuda ao que é essencial neste momento para Portugal: viabilizar o Orçamento do Estado para 2011”, acrescentou.
Nem mais. O essencial é continuar a roubar aos milhões que têm pouco, ou nada, para dar aos poucos que têm milhões. Isso sim. Isso é que é obra socialista.
26.10.2010 - orlando.s.castro@gmail.com
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