quinta-feira, 7 de outubro de 2010

UNITA pede rapidez na integração social de todos os ex-militares

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NOTÍCIAS LUSÓFONAS

Alcides Sakala felicita o novo chefe do Estado Maior General das Forças Armadas angolanas, general Sachipengo Nunda

A UNITA considerou hoje que a nomeação de Sachipengo Nunda, antigo general das suas extintas forças armadas (FALA) para a chefia do Estado Maior General das Forças Armadas angolanas pode contribuir para o avanço do processo de integração social dos ex-militares. O porta-voz da UNITA, Alcides Sakala (foto), felicitou também o general Geraldo Sachipengo Nunda pela nomeação, em substituição do general Francisco Pereira Furtado.

O general Sachipengo Nunda foi um dos mais importantes generais da organização militar da UNITA, as ex-Forças Armadas de Libertação de Angola (FALA) durante a guerra tendo, ainda antes do fim do conflito, em 2002, com a morte de Jonas Savimbi, integrado a estrutura militar do governo.

Tendo em conta o percurso de Geraldo Sachipengo Nunda, o porta-voz da UNITA crê que este “poderá ter mais sensibilidade do que os outros que já passaram pelo cargo na procura de soluções para o problema da integração social de antigos militares desmobilizados”.

“Sendo as forças armadas apartidárias, esperamos que a nova direcção do CEMGFAA possa dar celeridade e cumprir com as questões pendentes dos vários acordos de paz, nomeadamente a questão que tem a ver com a desmobilização e reintegração social dos ex-militares”, disse Alcides Sakala.

De acordo com Alcides Sakala, para a UNITA esta questão é fundamental para esta nova direcção das forças armadas, “porque uma integração social condigna permite de facto consolidar a paz e aprofundar a reconciliação nacional”.

Alcides Sakala reiterou a importância do cumprimento deste pressuposto “para que não sejam seguidos os exemplos de outros países africanos, em que os grandes problemas de instabilidade surgiram sempre com a deficiente integração social dos ex-militares, como a Guiné-Bissau e outros países africanos são disso exemplos”.

Relativamente às restantes mudanças efectuadas recentemente pelo Presidente angolano, no cargo há 31 anos, José Eduardo dos Santos, no Governo de Angola, Alcides Sakala referiu que “não vêm alterar nada em matéria de objectivos”, já que “não estão em causa as pessoas”, mas sim “as políticas adoptadas pelo executivo”.

“Nestes últimos dois anos temos assistido a uma crise de legitimidade, que se aprofunda cada vez mais, por isso, mais do que se mudar as pessoas, há que se repensar as políticas, que têm sido adoptadas nas várias áreas do país”, salientou Alcides Sakala.

O Presidente angolano procedeu a uma mini-remodelação do Governo, nas chefias militares e no Banco Nacional, onde um dos pontos foi a nomeação do novo ministro do Interior, cargo que estava vago há uma semana, sendo agora ocupado por Sebastião José António Martins, que vem dos serviços de segurança do Estado.

Nestas mexidas, que já eram esperadas em Luanda, José Eduardo dos Santos exonerou ainda Manuel Nunes Júnior do cargo de ministro de Estado e da Coordenação Económica, extinguiu este ministério e criou o da Economia, que passa a ser ocupado por Abraão Gourgel, que deixa agora de ser governador do BNA, instituição que passa a ser dirigido por José de Lima Massano.

No mesmo conjunto de alterações, o Chefe de Estado angolano procedeu ainda a mexidas secundárias, onde Job Graça passa a ocupar o cargo de vice-ministro do Planeamento para a área macroeconómica e o general Barros Nguto é o novo vice-CEMGFA.

Com a substituição de Manuel Nunes Júnior, a área económica da comissão permanente Conselho de Ministros passa a ser dirigida, em delegação de poderes, por Carlos Feijó, actual ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República.

Também no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SME) houve mexidas, tendo o Presidente angolano exonerado Eduardo Ferreira Martins, do cargo de director deste órgão.
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