CORREIO DO BRASIL, Brasilia
Após eleita presidente da República e entrar para a história como a primeira mulher presidente do Brasil, Dilma Rousseff (PT) começa essa semana curta, com um feriado na terça-feira, em ritmo normal de trabalho. Passada a campanha, a “mãe do PAC” anexa algumas entrevistas a mais à agenda e contatos diretos com os chefes de Estado das nações que desejam parabenizá-la pela vitória nas urnas, por mais de 20 pontos de diferença, sobre o adversário da aliança de direita, José Serra.
Mas a formação do governo de transição, iniciada nesta manhã em reunião com seus principais assessores de campanha, transforma-se em uma sequência de atividades que pouco alteram o ritmo de trabalho, normalmente ágil, da então ministra-chefe da Casa Civil. A partir desta terça-feira, no entanto, Dilma tira alguns dias de merecida folga e retorna ao trabalho na próxima segunda-feira.
A diferença, abissal, no entanto, é que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva será, a partir do ano que vem, um conselheiro privilegiado, mas não mais o chefe do governo. Beneficiada pela popularidade do presidente mais bem avaliado na história do país, Dilma tem agora a tarefa de consolidar o bom momento econômico e os ganhos sociais dos últimos oito anos. Ao derrotar José Serra, ela garante ao PT seu terceiro mandato consecutivo à frente do Executivo federal. A eleição presidencial mais disputada desde 1989 acabou tendo um resultado mais folgado do que chegou a se projetar no início da campanha do segundo turno e do que a “guerra” política parecia mostrar.
Faltando apenas 51 seções eleitorais, de um total de 400 mil, Dilma somou 56,05% dos votos válidos, contra 43,95% de Serra. Uma diferença de mais de 12 milhões de votos. Em seu primeiro pronunciamento já eleita, a petista repetiu compromissos de campanha como a erradicação da miséria e a manutenção de uma política econômica responsável. Agradeceu a Lula, prometeu “zelar” pela liberdade de imprensa e religiosa e acenou à oposição.
– Acima de tudo, quero reafirmar nosso compromisso com a estabilidade da economia e das regras econômicas, dos contratos firmados e das conquistas estabelecidas – disse.
Prometeu que será feito um esforço grande pela “melhoria da qualidade do gasto público”, mas fez questão de ressaltar que rejeita “visões de ajuste que recaem sobre programas sociais” e investimentos.
Oposição
Finda a mais baixa campanha política para a Presidência da República já assistida pelos eleitores brasileiros, com uma onda de boatos e a inserção de temas como o aborto e a religiosidade popular, temas misturados a acusações, denúncias e boatos em quantidades industriais, Dilma quis logo na primeira oportunidade fazer um gesto à oposição.
– Dirijo-me também aos partidos de oposição e aos setores da sociedade que não estiveram conosco nesta caminhada. Estendo minha mão a eles, de minha parte não haverá discriminação, privilégios ou compadrio – afirmou.
Tomando por base o pronunciamento que Serra fez pouco depois, porém, parece claro que Dilma não terá vida fácil da oposição. Falando a militantes e aliados, em São Paulo, o tucano falou em “vitória estratégica”.
– Nesses meses, quando enfrentaram forças terríveis, vocês alcançaram uma vitória estratégica, cavaram uma grande trincheira, construíram uma fortaleza… de defesa da liberdade… das grandes causas sociais e econômicas do nosso país, que estão vivas no sentimento de toda nossa população. Para os que nos imaginam derrotados, eu quero dizer: nós apenas estamos começando uma luta – disse.
Com oito governadores estaduais – entre eles os dois maiores colégios eleitorais do país, São Paulo e Minas Gerais –, o PSDB se manteve no panorama eleitoral brasileiro, apesar da terceira derrota seguida para o Palácio do Planalto. Mesmo o DEM, com Santa Catarina e Rio Grande do Norte, não será erradicado da vida política nos próximos quatro anos.
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Após eleita presidente da República e entrar para a história como a primeira mulher presidente do Brasil, Dilma Rousseff (PT) começa essa semana curta, com um feriado na terça-feira, em ritmo normal de trabalho. Passada a campanha, a “mãe do PAC” anexa algumas entrevistas a mais à agenda e contatos diretos com os chefes de Estado das nações que desejam parabenizá-la pela vitória nas urnas, por mais de 20 pontos de diferença, sobre o adversário da aliança de direita, José Serra.
Mas a formação do governo de transição, iniciada nesta manhã em reunião com seus principais assessores de campanha, transforma-se em uma sequência de atividades que pouco alteram o ritmo de trabalho, normalmente ágil, da então ministra-chefe da Casa Civil. A partir desta terça-feira, no entanto, Dilma tira alguns dias de merecida folga e retorna ao trabalho na próxima segunda-feira.
A diferença, abissal, no entanto, é que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva será, a partir do ano que vem, um conselheiro privilegiado, mas não mais o chefe do governo. Beneficiada pela popularidade do presidente mais bem avaliado na história do país, Dilma tem agora a tarefa de consolidar o bom momento econômico e os ganhos sociais dos últimos oito anos. Ao derrotar José Serra, ela garante ao PT seu terceiro mandato consecutivo à frente do Executivo federal. A eleição presidencial mais disputada desde 1989 acabou tendo um resultado mais folgado do que chegou a se projetar no início da campanha do segundo turno e do que a “guerra” política parecia mostrar.
Faltando apenas 51 seções eleitorais, de um total de 400 mil, Dilma somou 56,05% dos votos válidos, contra 43,95% de Serra. Uma diferença de mais de 12 milhões de votos. Em seu primeiro pronunciamento já eleita, a petista repetiu compromissos de campanha como a erradicação da miséria e a manutenção de uma política econômica responsável. Agradeceu a Lula, prometeu “zelar” pela liberdade de imprensa e religiosa e acenou à oposição.
– Acima de tudo, quero reafirmar nosso compromisso com a estabilidade da economia e das regras econômicas, dos contratos firmados e das conquistas estabelecidas – disse.
Prometeu que será feito um esforço grande pela “melhoria da qualidade do gasto público”, mas fez questão de ressaltar que rejeita “visões de ajuste que recaem sobre programas sociais” e investimentos.
Oposição
Finda a mais baixa campanha política para a Presidência da República já assistida pelos eleitores brasileiros, com uma onda de boatos e a inserção de temas como o aborto e a religiosidade popular, temas misturados a acusações, denúncias e boatos em quantidades industriais, Dilma quis logo na primeira oportunidade fazer um gesto à oposição.
– Dirijo-me também aos partidos de oposição e aos setores da sociedade que não estiveram conosco nesta caminhada. Estendo minha mão a eles, de minha parte não haverá discriminação, privilégios ou compadrio – afirmou.
Tomando por base o pronunciamento que Serra fez pouco depois, porém, parece claro que Dilma não terá vida fácil da oposição. Falando a militantes e aliados, em São Paulo, o tucano falou em “vitória estratégica”.
– Nesses meses, quando enfrentaram forças terríveis, vocês alcançaram uma vitória estratégica, cavaram uma grande trincheira, construíram uma fortaleza… de defesa da liberdade… das grandes causas sociais e econômicas do nosso país, que estão vivas no sentimento de toda nossa população. Para os que nos imaginam derrotados, eu quero dizer: nós apenas estamos começando uma luta – disse.
Com oito governadores estaduais – entre eles os dois maiores colégios eleitorais do país, São Paulo e Minas Gerais –, o PSDB se manteve no panorama eleitoral brasileiro, apesar da terceira derrota seguida para o Palácio do Planalto. Mesmo o DEM, com Santa Catarina e Rio Grande do Norte, não será erradicado da vida política nos próximos quatro anos.
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