terça-feira, 23 de novembro de 2010

Europa investiu mil milhões de euros em segurança em África desde 2007

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NOTÍCIAS LUSÓFONAS

Desde a última cimeira UE/África, em 2007, a União Europeia já investiu mil milhões de euros em segurança no continente africano, afirma José Briosa e Gala, consultor de Durão Barroso para os assuntos africanos

"Desde a cimeira de Lisboa até hoje, a UE despendeu 1 bilião de euros no continente africano na área da segurança. Isto envolve apoio às operações de paz, treino, criação de condições e luta contra o terrorismo", disse, em entrevista à agência Lusa, o ex-secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros dos Governos de Cavaco Silva e actual membro do comité de preparação da próxima cimeira.

A próxima cimeira UE/África, que vai reunir 80 Estados da Europa e do continente africano, terá lugar em Tripoli, capital da Líbia, nos próximos dias 29 e 30, e tem como tema global "Investimento privado, crescimento económico e criação de emprego".

Segundo Briosa e Gala "há hoje uma bem desenhada configuração de segurança ao nível da União Africana, (...) que tem vários dispositivos, mecanismos e componentes" e da qual "a UE é o parceiro mais firme e mais presente".

A segurança continuará a ser, segundo o responsável, "uma área fundamental da cooperação, a nível político (entre os dois blocos)". E sublinha que "nenhuma área geopolítica do globo tem desempenhado um papel tão útil nesta relação com África como a Europa".

Recordando o início dos anos de 1990 e as "crises gravíssimas" do Ruanda e do Burundi, Briosa e Gala referiu que hoje também há crises, "mas a conflitualidade diminuiu 50%, segundo dados estatísticos". "Efectivamente há situações ainda graves e preocupantes, (...) a Somália, o Sudão e outras, mas no global a situação melhorou", realça.

Os temas Sudão, Somália e ainda o Sahara Ocidental "passarão pela cimeira, embora não sejam temas principais, porque quando se quer falar de tudo (...) acaba por não se tratar de nada em profundidade". Ainda sobre as crises e conflitos no continente africano, "sabemos que não há criação de riqueza nem investimento privado se não houver segurança. Nessa medida, todas as situações de risco são consideradas, mas a montante, ou seja, não são tema de cimeira, e é algo a evitar".

Relativamente à crescente influência do Islamismo em África, considera que "é um tema sensível e convém não haver confusões. Temos perfeitamente conhecimento de que há forças religiosas, que se reclamam do islão, que têm um papel extremamente positivo em África de criação de infra-estruturas, de escolas de estabelecimentos sanitários. Não podemos pôr tudo no mesmo saco".

No entanto, e "é evidente que estamos conscientes de que existe um perigo, que há forças infiltradas, trabalharemos nesses dossiers em sede própria, e vamo-nos reunir ali (em Tripoli) concentrados para criar riqueza e desenvolver as sociedades", rematou.
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