JOSÉ MEIRELES * – O PAÍS online (Angola) – 04 novembro 2010
A tentativa de assassinato do jornalista João Manuel “Jojó”, da Rádio Despertar, na passada semana, é um acto bárbaro que nada mais serviu para forjar desnecessariamente um mártir.
João Manuel “Jojó”, até então conhecido como mero apresentador de rádio, bom em sátira, acabou por ganhar o estatuto de mártir, forjado por alguém que, em pleno século XXI, entende que a eliminação física de outrem é a melhor maneira de resolver os seus problemas, quer sejam desentendimentos de foro ideológico ou tenham com motivação o roubo.
A Polícia Nacional é aqui chamada no sentido de garantir e reforçar a segurança e integridade física dos cidadãos angolanos, e procurar formas de esclarecer e levar às barras da justiça os indivíduos que atentem contra vidas alheias, seja qual for o móbil do crime.
A Rádio Despertar perdeu em menos de um mês, um jornalista, assassinado com um tiro, uma viatura deste órgão foi alvejada, a TV Zimbo tem em convalescença um repórter, ferido recentemente com uma arma de fogo, por desconhecidos, todos em circunstâncias por esclarecer. Será uma cruzada contra os profissionais da comunicação social ou coincidências lamentáveis apenas? O certo é que o Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) condenou o episódio e a própria vítima, antes da tentativa de assassinato, já se vinha queixando de ameaças, muitas delas recebidas a partir do seu telefone, nalguns casos em plena emissão de rádio.
O autor ou autores destes actos que perigam a estabilidade e minam o ambiente em que os jornalistas desenvolvem o seu trabalho em prol da comunidade, só contribuíram para o surgimento de um mártir, sem causa aparente.
Se a ideia foi calar o espevitado comunicador, há que convir que não é esse o caminho que leva ao sucesso. Percebamos todos que o país cresce tanto com os “yes man”, como com os da outra barricada os “só pra contrariar”. É com eles que se completa a paisagem!
* José Meireles - Editor há 15 anos noutras publicações e sub-chefe de redacção no País, é finalista do Curso Superior de Comunicação Social na Universidade Agostinho Neto.
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A tentativa de assassinato do jornalista João Manuel “Jojó”, da Rádio Despertar, na passada semana, é um acto bárbaro que nada mais serviu para forjar desnecessariamente um mártir.
João Manuel “Jojó”, até então conhecido como mero apresentador de rádio, bom em sátira, acabou por ganhar o estatuto de mártir, forjado por alguém que, em pleno século XXI, entende que a eliminação física de outrem é a melhor maneira de resolver os seus problemas, quer sejam desentendimentos de foro ideológico ou tenham com motivação o roubo.
A Polícia Nacional é aqui chamada no sentido de garantir e reforçar a segurança e integridade física dos cidadãos angolanos, e procurar formas de esclarecer e levar às barras da justiça os indivíduos que atentem contra vidas alheias, seja qual for o móbil do crime.
A Rádio Despertar perdeu em menos de um mês, um jornalista, assassinado com um tiro, uma viatura deste órgão foi alvejada, a TV Zimbo tem em convalescença um repórter, ferido recentemente com uma arma de fogo, por desconhecidos, todos em circunstâncias por esclarecer. Será uma cruzada contra os profissionais da comunicação social ou coincidências lamentáveis apenas? O certo é que o Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) condenou o episódio e a própria vítima, antes da tentativa de assassinato, já se vinha queixando de ameaças, muitas delas recebidas a partir do seu telefone, nalguns casos em plena emissão de rádio.
O autor ou autores destes actos que perigam a estabilidade e minam o ambiente em que os jornalistas desenvolvem o seu trabalho em prol da comunidade, só contribuíram para o surgimento de um mártir, sem causa aparente.
Se a ideia foi calar o espevitado comunicador, há que convir que não é esse o caminho que leva ao sucesso. Percebamos todos que o país cresce tanto com os “yes man”, como com os da outra barricada os “só pra contrariar”. É com eles que se completa a paisagem!
* José Meireles - Editor há 15 anos noutras publicações e sub-chefe de redacção no País, é finalista do Curso Superior de Comunicação Social na Universidade Agostinho Neto.
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