ORLANDO CASTRO, jornalista – NOTÍCIAS LUSÓFONAS
A história é, mais do que portuguesa, uma realidade de uma espécie de país governado pelo socialismo de José Sócrates. Enquanto há por aí 700 mil desempregados, 20% de pobres e outro tanto de potenciais miseráveis, a Fundação Cidade de Guimarães, responsável pelas iniciativas, dentro de dois anos, da Capital Europeia da Cultura, vai chulando o erário público.
Em causa estão, ou estariam se Portugal fosse um Estado de Direito, as remunerações da presidente da Fundação, Cristina Azevedo, bem como as dos dois vogais executivos, Carla Martins e João B. Serra.
Refira-se que todos estes dedicados portugueses que fazem da causa pública um serviço, quase se diria um sacerdócio, sacrificam-se pela Capital Europeia da Cultura, sendo que Cristina Azevedo recebe 14 300 euros brutos mensais, enquanto os vogais executivos levam para casa 12 500 euros por mês.
Coisa pouca, como se vê, para tão árduo serviço público.
Depois de revelado o escândalo (e como estes sobram exemplos em toda a gamela socialista que amamente os chulos do regime), o socialista (pois claro!) presidente da Câmara de Guimarães, e que preside à comissão de vencimentos da Fundação, António Magalhães, prometeu reflectir e ponderar alterações na teta.
Quando revelou a situação, o deputado do PCP eleito pelo círculo de Braga, Agostinho Lopes, disse que "o poder político socialista perdeu a vergonha", esclarecendo igualmente que a presidente da Fundação Cidade de Guimarães recebe ainda uma senha de presença de 500 euros por cada reunião do Conselho Geral a que assiste – enquanto os dois vogais amealham 300 euros –, tendo ainda direito a viatura e telemóvel.
Agostinho Lopes ainda é de bom tempo. Diz ele que o “o poder político socialista perdeu a vergonha”. Nada mais errado. É que só se pode perder o que se tem. E vergonha foi coisa que “o poder político socialista” nunca teve.
Recordo-me de ouvir o primeiro-ministro de Portugal (de que outro país poderia ser?) acusar no dia 18 de Março de 2009 o líder do CDS-PP de promover um “discurso de inveja social” sobre a questão dos vencimentos dos administradores dos bancos.
No debate quinzenal de então com o primeiro-ministro, Paulo Portas questionou José Sócrates se entendia que o Governo “deve ter uma palavra moralizadora e moderadora do ponto de vista das práticas salariais” numa situação de crise económica e em casos de bancos que tenham beneficiado do aval do Estado.
Paulo Portas deu como exemplo na altura o caso do BCP, em que “cada administrador ganha 460 mil euros por ano”. Na resposta, o primeiro-ministro acusou Paulo Portas de “oportunismo” e de promover um discurso “da mais pura inveja social”.
E nesta matéria de vencimentos, há quem diga que o governo das ocidentais e putrefactas praias lusitanas foi desrespeitado ao não conseguir travar, entre outros e a título de exemplo, o regabofe “mexiânico” (EDP) e “zeinal baviano” (PT) que comanda o reino.
O gestor, cérebro, alma, coração, motor etc. da EDP ganha o dobro do que ganham os seus homólogos francês ou espanhol. É assim mesmo. E para Mexia ganhar o que ganha, é claro que o mexilhão tem de continuar a ter pratos vazios, tem de continuar a não ter dinheiro para os medicamentos, tem de continuar a calcorrear os córregos sinuosos e putrefactos do desemprego.
São, é claro, os benefícios da democracia e o resultado da justiça social prometida há 36 anos. São ainda os bons exemplos de um Programa de Estabilidade e Crescimento que vai continuar a tirar aos pobres para dar aos ricos.
António Mexia e Zeinal Bava a um determinado nível, Cristina Azevedo, Carla Martins e João B. Serra a outro, vão assim continuar a rir-se da chipala de milhões de portugueses, sejam eles pensionistas, reformados, desempregados, pré-desempregados, jovens, velhos, mulheres, homens ou crianças.
E assim, enquanto o navio se afunda mas, sobretudo, enquanto os portugueses não resolverem sair à rua de canhangulo na mão, António Mexia poderá continuar a receber remunerações e bónus de 3,1 milhões de euros.
02.11.2010 - orlando.s.castro@gmail.com
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A história é, mais do que portuguesa, uma realidade de uma espécie de país governado pelo socialismo de José Sócrates. Enquanto há por aí 700 mil desempregados, 20% de pobres e outro tanto de potenciais miseráveis, a Fundação Cidade de Guimarães, responsável pelas iniciativas, dentro de dois anos, da Capital Europeia da Cultura, vai chulando o erário público.
Em causa estão, ou estariam se Portugal fosse um Estado de Direito, as remunerações da presidente da Fundação, Cristina Azevedo, bem como as dos dois vogais executivos, Carla Martins e João B. Serra.
Refira-se que todos estes dedicados portugueses que fazem da causa pública um serviço, quase se diria um sacerdócio, sacrificam-se pela Capital Europeia da Cultura, sendo que Cristina Azevedo recebe 14 300 euros brutos mensais, enquanto os vogais executivos levam para casa 12 500 euros por mês.
Coisa pouca, como se vê, para tão árduo serviço público.
Depois de revelado o escândalo (e como estes sobram exemplos em toda a gamela socialista que amamente os chulos do regime), o socialista (pois claro!) presidente da Câmara de Guimarães, e que preside à comissão de vencimentos da Fundação, António Magalhães, prometeu reflectir e ponderar alterações na teta.
Quando revelou a situação, o deputado do PCP eleito pelo círculo de Braga, Agostinho Lopes, disse que "o poder político socialista perdeu a vergonha", esclarecendo igualmente que a presidente da Fundação Cidade de Guimarães recebe ainda uma senha de presença de 500 euros por cada reunião do Conselho Geral a que assiste – enquanto os dois vogais amealham 300 euros –, tendo ainda direito a viatura e telemóvel.
Agostinho Lopes ainda é de bom tempo. Diz ele que o “o poder político socialista perdeu a vergonha”. Nada mais errado. É que só se pode perder o que se tem. E vergonha foi coisa que “o poder político socialista” nunca teve.
Recordo-me de ouvir o primeiro-ministro de Portugal (de que outro país poderia ser?) acusar no dia 18 de Março de 2009 o líder do CDS-PP de promover um “discurso de inveja social” sobre a questão dos vencimentos dos administradores dos bancos.
No debate quinzenal de então com o primeiro-ministro, Paulo Portas questionou José Sócrates se entendia que o Governo “deve ter uma palavra moralizadora e moderadora do ponto de vista das práticas salariais” numa situação de crise económica e em casos de bancos que tenham beneficiado do aval do Estado.
Paulo Portas deu como exemplo na altura o caso do BCP, em que “cada administrador ganha 460 mil euros por ano”. Na resposta, o primeiro-ministro acusou Paulo Portas de “oportunismo” e de promover um discurso “da mais pura inveja social”.
E nesta matéria de vencimentos, há quem diga que o governo das ocidentais e putrefactas praias lusitanas foi desrespeitado ao não conseguir travar, entre outros e a título de exemplo, o regabofe “mexiânico” (EDP) e “zeinal baviano” (PT) que comanda o reino.
O gestor, cérebro, alma, coração, motor etc. da EDP ganha o dobro do que ganham os seus homólogos francês ou espanhol. É assim mesmo. E para Mexia ganhar o que ganha, é claro que o mexilhão tem de continuar a ter pratos vazios, tem de continuar a não ter dinheiro para os medicamentos, tem de continuar a calcorrear os córregos sinuosos e putrefactos do desemprego.
São, é claro, os benefícios da democracia e o resultado da justiça social prometida há 36 anos. São ainda os bons exemplos de um Programa de Estabilidade e Crescimento que vai continuar a tirar aos pobres para dar aos ricos.
António Mexia e Zeinal Bava a um determinado nível, Cristina Azevedo, Carla Martins e João B. Serra a outro, vão assim continuar a rir-se da chipala de milhões de portugueses, sejam eles pensionistas, reformados, desempregados, pré-desempregados, jovens, velhos, mulheres, homens ou crianças.
E assim, enquanto o navio se afunda mas, sobretudo, enquanto os portugueses não resolverem sair à rua de canhangulo na mão, António Mexia poderá continuar a receber remunerações e bónus de 3,1 milhões de euros.
02.11.2010 - orlando.s.castro@gmail.com
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