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Rio de Janeiro, Brasil, 26 nov (Lusa) - As autoridades comemoraram a ocupação pela polícia da Vila Cruzeiro, nos subúrbios do Rio de Janeiro, no final da tarde de quinta feira (hora local), como como um momento histórico.
"Posso dizer com 100 por cento de certeza que a Vila Cruzeiro é do Estado", afirmou o subchefe operacional da Polícia Civil, Rodrigo Oliveira, após o anúncio oficial de que o grupo de traficantes armados tinha fugido pela mata para favelas vizinhas no Complexo do Alemão.
"A Vila Cruzeiro é uma comunidade quase que intocável e hoje ela pertence ao Estado. O poder do Estado vai se fazer presente aonde for necessário", garantiu Rodrigo Oliveira.
"Estão todos satisfeitos. É emblemático a entrada na Vila Cruzeiro, isso mostra para a criminalidade o poder do Estado. O facto é que não vamos sair de lá", declarou o representante da Polícia Civil.
Na localidade da Vila Cruzeiro e do complexo de favelas do Alemão sitm-se, numa área com 10 bairros vizinhos, cerca de 40 favelas, onde vivem 400 mil habitantes.
Segundo o relações públicas da Polícia Militar (PM) brasileira, o tenente coronel Lima Castro, a missão da PM é "tomar aquele território das mãos dos narcotraficantes".
"A tomada daquele território mostra a força da PM e que temos recursos e homens capazes", frisou.
O policiamento nas ruas foi reforçado e as autoridades decretaram o estado de alerta na corporação para evitar novos ataques.
A violência que se espalha pelo Rio de Janeiro desde o final de semana fez as televisões suspenderem as gravações de cenas externas na cidade, para evitar que apresentadores, operadores de câmaras e produtores se tornassem alvos de criminosos.
As produções de canais como a Rede TV!, Record e Globo já foram orientadas para não fazer gravações nem sequer na orla carioca, enquanto a situação não se normalizar.
Esta decisão vale para programas e quadros não jornalísticos, enquanto que repórteres e cinegrafistas que saem em cobertura devem usar coletes à prova de bala.
As ações de criminosos que horrorizaram muitos cariocas já provocaram mais de 30 mortos desde o último domingo. Mais de 50 veículos foram incendiados.
A segurança pública no Rio recebeu o reforço de veículos blindados da Marinha. O modelo de blindado M113, cedido pela Marinha à tropa de elite da polícia, fabricado na Suíça, foi comprado em 2007 para ser utilizado no Haiti. Pesa cerca de 10 toneladas e é capaz de disparar mil tiros por minuto e lançar granadas com alcance de dois quilómetros.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico *** .
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