Adriana Fernandes e Eduardo Rodrigues - O Estado de S.Paulo – 10 dezembro 2010
Socorro brasileiro poderá evitar que o país tenha de recorrer ao Fundo Monetário Internacional para superar a crise financeira
O Brasil poderá socorrer Portugal com a compra de títulos da dívida pública portuguesa. A ajuda brasileira seria uma saída para evitar que o país tenha de recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI). O ministro das Finanças de Portugal, Fernando Teixeira dos Santos, confirmou ontem rumores que circulavam desde a semana passada no mercado internacional de que existe a possibilidade de ajuda econômica do Brasil.
Após um encontro de mais de uma hora com o ministro da Fazenda brasileiro, Guido Mantega, Santos afirmou que entidades governamentais e empresariais brasileiras poderão comprar títulos da dívida do governo português.
"Portugal está interessado em fazer emissões de dívida em outros mercados, fora da Europa, e o Brasil é um mercado estratégico que queremos explorar." No entanto, de acordo com Santos, ele e Mantega não chegaram a discutir valores para uma eventual operação dessa natureza.
Enquanto dava entrevista após a reunião com Mantega, o ministro português passou pelo constrangimento de ter literalmente engolido uma mosca enquanto falava. Em seguida, depois de interromper a entrevista, disse que governo português está fazendo um esforço de diversificação de mercados "para fora da Europa".
Portugal vem tendo dificuldades para vender os seus papéis no mercado. Os investidores têm pedido cada vez mais taxas elevadas para comprar os papéis portugueses. A pressão aumentou depois do colapso financeiro da Irlanda, que foi socorrida pelos países da União Europeia e pelo FMI.
No mercado, a aposta é de que Portugal será a "bola da vez". O país terá que lidar no início do próximo ano com pesados vencimentos de papéis, o que só aumenta as incertezas sobre a capacidade do governo português de honrar os compromissos com a dívida. Espanha, Bélgica e Itália também enfrentam dificuldades e sofrem pressão da Alemanha para fazerem um forte ajuste fiscal. A crise financeira na zona do euro ameaça a integração.
Plano B. O Ministério da Fazenda preferiu não se pronunciar sobre o encontro com o Teixeira dos Santos. Mas a imprensa portuguesa informava ontem que a presidente eleita Dilma Rousseff iria estender a mão a Portugal, abrindo negociações já no início de janeiro. O socorro brasileiro seria o "Plano B" de Portugal para evitar o FMI e até mesmo uma ajuda da União Europeia.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia acenado, na semana passada, na 20.ª Cúpula Ibero-Americana, na Argentina, com o apoio brasileiro. Na ocasião, Lula disse que faria tudo o que fosse possível para ajudar Portugal.
Teixeira Santos disse que também conversou ontem com Mantega sobre as relações comerciais entre Brasil e Portugal e sobre investimentos de suas empresas.
PARA LEMBRAR
O acrônimo "PIGS" (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha) indicou os países sujeitos às piores consequências da crise europeia. Iniciada na Grécia, chegou em seguida à Irlanda. Os dois países receberam ajuda econômica da UE e do FMI, e em contrapartida tiveram de cortar gastos e demitir servidores, na tentativa de reduzir o déficit público. Espanha e Portugal se dividem como a "bola da vez".
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Socorro brasileiro poderá evitar que o país tenha de recorrer ao Fundo Monetário Internacional para superar a crise financeira
O Brasil poderá socorrer Portugal com a compra de títulos da dívida pública portuguesa. A ajuda brasileira seria uma saída para evitar que o país tenha de recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI). O ministro das Finanças de Portugal, Fernando Teixeira dos Santos, confirmou ontem rumores que circulavam desde a semana passada no mercado internacional de que existe a possibilidade de ajuda econômica do Brasil.
Após um encontro de mais de uma hora com o ministro da Fazenda brasileiro, Guido Mantega, Santos afirmou que entidades governamentais e empresariais brasileiras poderão comprar títulos da dívida do governo português.
"Portugal está interessado em fazer emissões de dívida em outros mercados, fora da Europa, e o Brasil é um mercado estratégico que queremos explorar." No entanto, de acordo com Santos, ele e Mantega não chegaram a discutir valores para uma eventual operação dessa natureza.
Enquanto dava entrevista após a reunião com Mantega, o ministro português passou pelo constrangimento de ter literalmente engolido uma mosca enquanto falava. Em seguida, depois de interromper a entrevista, disse que governo português está fazendo um esforço de diversificação de mercados "para fora da Europa".
Portugal vem tendo dificuldades para vender os seus papéis no mercado. Os investidores têm pedido cada vez mais taxas elevadas para comprar os papéis portugueses. A pressão aumentou depois do colapso financeiro da Irlanda, que foi socorrida pelos países da União Europeia e pelo FMI.
No mercado, a aposta é de que Portugal será a "bola da vez". O país terá que lidar no início do próximo ano com pesados vencimentos de papéis, o que só aumenta as incertezas sobre a capacidade do governo português de honrar os compromissos com a dívida. Espanha, Bélgica e Itália também enfrentam dificuldades e sofrem pressão da Alemanha para fazerem um forte ajuste fiscal. A crise financeira na zona do euro ameaça a integração.
Plano B. O Ministério da Fazenda preferiu não se pronunciar sobre o encontro com o Teixeira dos Santos. Mas a imprensa portuguesa informava ontem que a presidente eleita Dilma Rousseff iria estender a mão a Portugal, abrindo negociações já no início de janeiro. O socorro brasileiro seria o "Plano B" de Portugal para evitar o FMI e até mesmo uma ajuda da União Europeia.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia acenado, na semana passada, na 20.ª Cúpula Ibero-Americana, na Argentina, com o apoio brasileiro. Na ocasião, Lula disse que faria tudo o que fosse possível para ajudar Portugal.
Teixeira Santos disse que também conversou ontem com Mantega sobre as relações comerciais entre Brasil e Portugal e sobre investimentos de suas empresas.
PARA LEMBRAR
O acrônimo "PIGS" (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha) indicou os países sujeitos às piores consequências da crise europeia. Iniciada na Grécia, chegou em seguida à Irlanda. Os dois países receberam ajuda econômica da UE e do FMI, e em contrapartida tiveram de cortar gastos e demitir servidores, na tentativa de reduzir o déficit público. Espanha e Portugal se dividem como a "bola da vez".
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1 comentário:
Pois é, enquanto a Presidente Dilma “eleva” o salário mínimo do trabalhador para “mais” 05 (cinco) Reais alegando cortes
nos gastos para pagar a dívida interna gerada pelo ex-presidente pródigo; O falastrão do Lula ainda fica arrotando caviar!
Sinceramente, acho é que deveriam por o homem a correr ao invés de premiá-lo! Chega de PilanTragem hein Lula?
Quanto a Portugal, seria melhor pedir ajuda a países com um Governo sério e não perder mais tempo com o “bebum” do Lula!
E que Deus ajude Portugal!
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