domingo, 19 de dezembro de 2010

A CIA ofereceu gastos multimilionários para defesa legal de empreiteiros...

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Sessões de tortura da CIA - EUA, Estado de Direito? EUA nação civilizada? (FB)

... que aplicaram torturas
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DIÁRIO LIBERDADE

Cubadebate - [Tradução do Diário Liberdade] Quando a CIA decidiu torturar detidos em prisões no estrangeiro submetendo-os às técnicas de afogamento, a agência buscou duas empreiteiras. Estes homens desenharam para a CIA o programa de interrogatórios e também tomaram parte pessoalmente nas sessões de tortura. Mas para fazer o trabalho, a CIA teve que lhes prometer cobrir as costas com pelo menos 5 milhões de dólares de honorários legais para que eles pudessem se defender caso houvessem problemas no futuro, revelaram ex-funcionários dos EUA ao The Huffington Post.

O acordo secreto é a mais generosa proteção que a agência já ofereceu, inclusive maior que a que dá a seus próprios funcionários, assegura o diário digital.

Desde muito tempo se sabia que os psicólogos Jim Mitchell e Bruce Jessen criaram o programa da CIA para aplicar a tortura conhecida como "afogamento" durante os interrogatórios. Mas os ex-funcionários de inteligência dos EUA, com os quais conversou The Huffington Post, asseguraram que Mitchell e Jessen em várias ocasiões dirigiram eles mesmos as sessões de torturas nas prisões secretas da CIA, aplicando eles mesmos simulacros de afogamento.

A revelação da participação dos empreiteiros é a confirmação dos primeiros nomes conhecidos de pessoas que realizaram o afogamento simulado, o que salienta até que ponto o organismo se baseou na ajuda externa para seus interrogatórios "mais sensíveis".

Normalmente, os agentes da CIA compram um seguro para cobrir possíveis gastos legais. Custa ao redor de 300 dólares por ano por $1.000.000 de cobertura. Hoje em dia, a CIA paga os bônus para a maioria dos oficiais, mas durante a chamada guerra contra o terrorismo, os oficiais tinham que pagar a metade destes gastos.

O acordo legal para Mitchell e Jessen, sob o eufemismo da "promessa de indenização", estruturou-se de maneira diferente. Diferentemente dos oficiais da CIA, cuja identidade é classificada, Mitchell e Jessen eram cidadãos públicos que foram logo identificados por jornalistas e legisladores. Os dois queriam mais proteção.

A agência aceitou pagar as faturas legais para a firma dos psicólogos – Mitchel, Jessen & Associados –, diretamente desde as contas da CIA, de acordo com várias entrevistas com ex-funcionários, que flaram sob condição de anonimato porque não estavam autorizados a discutir o tema.

**Traduzido para o Diário Liberdade por Lucas Morais (@luckaz)
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