domingo, 12 de dezembro de 2010

FOME EM PORTUGAL - CAVACO SILVA, CÍNICO, DESAVERGONHADO!

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PORTUGAL DIRETO

Cavaco fala da fome que sempre existiu em Portugal como se fosse mal agora surgido com a crise. Com a crise a fome dos portugueses agravou-se mas a fome em Portugal já existia quando ele era primeiro ministro e nem por isso ele se sentiu então envergonhado, demonstrando que é um sem vergonha.

Os portugueses foram hoje surpreendidos por declarações de um candidato presidencial que há cerca de 20 anos exerce funções no mais alto grau do poder político e que com o maior dos descaramentos vem falar da fome que grassa em Portugal e por entre os portugueses como se nada de responsabilidades lhe coubesse. De seu nome Cavaco Silva, actual presidente da República, com toda a certeza de ir bisar o mandato presidencial nas próximas eleições, durante cerca de uma década primeiro-ministro, parece que só agora em plena campanha eleitoral para renovar o mandato descobriu que existem portugueses com graves carências alimentares, a passar fome. Há fome em Portugal, não é agora novidade nem o foi durante imensos anos, mesmo quando Cavaco era primeiro ministro, mas agora é que o cínico presidente e renovado candidato fala de vergonha. Empurrando a vergonha para todos nós em vez de se assumir como um dos principais responsáveis por existirem portugueses com fome desde sempre, muito por sua responsabilidade.

Sem vergonha, desmarcando-se, assobiando para o lado, Cavaco afirmou “Envergonha-nos a todos saber que há portugueses com fome”, numa das suas operações pré eleitorais de visita à campanha “Direito à Alimentação”, que visa tapar um pouco da miséria esfomeada em Portugal mas que, mais que isso, contribui sempre sobre maneira para as auto promoções de umas quantas Tias de Cascais ou de bolorentas pessoas com propensões a exercer as caridadezinhas herdadas dos salazarentos tempos do Movimento Nacional Feminino, com que Cavaco tão bem se identifica por ser um filhote do antigo regime que nunca deu um passo a favor da democracia nesse tempo de repressão, de fascismo, de guerras coloniais que por ele e por outros seriam infindas ao acreditarem no slogan “Angola é Nossa” – e Moçambique… e todas as outras colónias que procuravam com êxito libertarem-se do jugo colonialista português. O que felizmente foi conseguido. Mas nunca por que a Cavaco lhe ocorresse mexer um dedo que fosse contra o regime, antes pelo contrário.

Eis que de há cerca de 33 anos a esta parte surge o “democrata” Cavaco Silva. Eis que de há cerca de 20 anos a esta parte tem sido possuidor de poderes que bem podiam fazer com que atualmente e desde há muito a fome não fosse um flagelo português. Mas para isso nada contribuiu. Ao contrário, é acérrimo defensor e protetor do grande capital. Dos grandes exploradores dos trabalhadores portugueses, dos que despedem coletivamente portugueses aos molhos…

Aparece agora este candidato e presidente desavergonhado a sacudir a água do capote, cinicamente a querer fazer de conta que antes da crise não existiam portugueses a padecerem de fome. Muito menos nos tempos áureos em que ele no governo recebeu da União Europeia milhões e muitos milhões por dia. Nesse tempo a política foi de alcatrão, foi de desgovernos, foi de enriquecimentos com verbas destinadas a todos os portugueses mas que por obra e graça dos governos de Cavaco foram parar a mãos empresariais que num ápice manifestavam os seus injustificados sinais exteriores de riqueza… Sobre isso Cavaco nada sabe. Ele é muito honesto e nem um cêntimo disso se destinou a seu uso. É provável, mas que muitos se sumiram sem sabermos como nem porquê é comentário de ainda hoje, dos portugueses que disso se recordam.

Se os portugueses devem sentir vergonha por existir fome em Portugal o que não deveriam de sentir os ministros e todos os políticos que têm saqueado o Estado Português? Cavaco será um dos que deve mais corar de vergonha, um dos que devia estar calado, um dos que de uma vez por todas se devia afastar da política e ter a decência de viver somente com uma reforma de muitos milhares de euros em vez de as estar a acumular no estilo sem vergonha de muitos outros políticos em imensos anos de suas vidas. Alapam-se à política e aos poderes como adesivos de forte aderência. Repugnantes.

Com gente assim nos poderes Portugal jamais poderá ser dos portugueses. Uma elite organizada em lobbies e grupelhos de interesses dúbios impôs-se ao estilo da Máfia, da Camorra, e em conluio vai-se apoderando do que a todos pertence, incluindo a democracia que queríamos vasta e que não passa de uma democracia de fachada, em que os Cavacos, os Silvas e quejandos têm a primazia do controle quase absoluto.

Cínico e desavergonhado é como podemos considerar este Senhor Mais do Mesmo que volta a concorrer a Belém, com a certeza de continuar a ocupar os poderes que nos destinam ao desemprego, à fome, à exclusão social, à exclusão de sermos pessoas com a dignidade que o derrube do salazarismo supostamente nos devia proporcionar. Cavaco, o cínico.

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