terça-feira, 7 de dezembro de 2010

GOLPADA DE LAURENT GBAGBO EM CÔTE D’IVOIRE (COSTA DO MARFIM)

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Enviado da ONU assegura Ouattara vencedor das presidenciais

ANGOLA PRESS – 07 DEZEMBRO 2007

Nova Iorque - O enviado especial da ONU na Côte d'Ivoire, Choi Younjin, assegurou hoje (terça-feira) ao Conselho de Segurança (CS) que Alassane Ouattara venceu as eleições presidenciais "com um avanço" sobre o presidente cessante Laurent Gbagbo.

"Um só candidato venceu a eleição, com clareza", acrescentou Choi por videoconferência perante o Conselho de Segurança. Ouattara é o vencedor do escrutínio presidencial", sublinhou.

Enquanto que Alassane Ouattara foi dado vencedor pela Comissão Eleitoral independente (CEI) com 54,1 % dos sufrágios, o Conselho constitucional, considerou Gbagbo vencedor com 51,45 % , invalidando os resultados proclamados pela CEI.

UA prepara sanções contra Laurent Gbagbo

Addis Abeba – A União Africana (UA) advertiu segunda-feira que vai impor sanções contra o Presidente cessante ivoiriense, Laurent Gbagbo, se este persistir na sua tentativa de obstruir o processo eleitoral no país com a sua recusa de aceitar os resultados eleitorais que deram vitória ao seu oponente Alassane Dramane Outtara.

De acordo com o seu Conselho de Paz e Segurança (CPS), a UA está à espera do relatório do seu medianeiro na crise ivoriense, o antigo Presidente sul-africano Thabo Mbeki, bem como do desfecho da cimeira extraordinária da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), convocada para esta terça-feira, na capital federal nigeriana, Abuja, para tomar a sua decisão.

O CPS advertiu igualmente que vai tomar “medidas apropriadas” contra todos os autores de atos que minem a integridade do processo eleitoral na Côte d’Ivoire.

Essa advertência foi emitida na sequência de uma reunião de emergência do CPS realizada na sede da organização continental na capital etíope, Addis Abeba, após a investidura de Laurent Gbagbo como Presidente da República, sábado, no mesmo dia em que o antigo Primeiro -ministro Alassane Outtara também prestava juramento como chefe de Estado.

Esse último foi declarado quinta-feira passada pela Comissão Eleitoral Independente (CEI) como vencedor da segunda volta das eleições presidenciais de 28 de Novembro passado, pouco antes de o Conselho Constitucional inverter os resultados anunciados e proclamar a vitória de Laurent Gbagbo, alegando "irregularidades".

O CPS não precisou o tipo de sanções preconizadas contra Laurent Gbagbo mas deixou claro que seriam aplicados todos os instrumentos pertinentes da União Africana à luz dos quais a manutenção do poder do chefe de Estado ivoiriense cessante poderá ser vista como anticonstitucional e ilegal.

Recolher obrigatório prorrogado até 13 de Dezembro

Abidjan – O recolher obrigatório instaurado na Côte d'Ivoire pelo chefe de Estado cessante, Laurent Gbagbo, na véspera da segunda volta das eleições presidenciais de 28 de Novembro passado, foi reconduzido até 13 de Dezembro próximo, anunciou a Televisão Nacional.

Com o seu fim inicialmente decretado para domingo passado, a medida viu contudo o seu horário reduzido, passando agora a vigorar das 22:00 até às 05:00 da manhã (hora local e TMG), contrariamente ao período anterior que ia das 19:00 às 06:00 horas do dia seguinte.

Laurent Gbagbo invocou razões de segurança para impor o recolher obrigatório, mas, apesar de todas as disposições de segurança já tomadas, os distúrbios e os confrontos não cessam no país.

Os militantes da oposição agrupada no seio da Coligação dos Houphouetistas para a Democracia e Paz (RHDP), cujo candidato foi declarado vencedor das presidenciais ivoirienses, não deixam de manifestar o seu desacordo contra a proclamação dos resultados do Conselho Constitucional que dão vitória a Laurent Gbagbo.

Barricadas erigidas nas grandes artérias e pneus queimados continuam a paralisar as atividades socio - económicas em Abidjan, a capital económica do país, e nalgumas cidades do interior, testemunhando a viva tensão que reina na Côte d'Ivoire.

Mesmo a mediação iniciada pelo emissário da União Africana (UA), Thabo Mbeki, chegado domingo a Abidjan, não conseguiu baixar esta tensão, já que, segunda-feira de manhã, manifestações de protesto foram organizadas em vários bairros de Abidjan, nomeadamente em Port-Bouët (bairros do aeroporto), em Koumassi, em Marcory, em Abobo e em Adjamé.

A situação torna-se cada vez mais preocupante, apesar dos apelos incessantes da comunidade internacional para que Laurent Gbagbo «reconheça e respeite a escolha do povo», na pessoa de Alassane Dramane Ouattara para dirigir a Côte d'Ivoire nos próximos cinco anos, na sequência do seu triunfo no sufrágio de 28 de Novembro último, tal como proclamado pela Comissão Eleitoral Independente (CEI).
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