quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Julian Assange sai da prisão e promete continuar trabalho

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JORNAL DE NOTÍCIAS – 15 dezembro 2010

O fundador da WikiLeaks saiu da prisão cerca das 18 horas, depois de ter pago a fiança imposta pelo tribunal, que não aceitou o recurso da Suécia, que pretendia que Assange permanecesse detido. O valor da fiança é de 236 mil euros, a que acresceram o pagamento de mais duas garantias.

À saída do tribunal, Assange afirmou que vai continuar a lutar pela sua inocência e agradeceu a todos os que o têm apoiado.

"É bom voltar a cheirar o ar fresco de Londres outra vez", disse ainda o fundador do site WikiLeaks.

Após várias horas de espera, jornalistas de todo o mundo ouviram o australiano agradecer a "todas as pessoas em todo o mundo que tiveram fé" e aos advogados, "que montaram uma luta corajosa e finalmente bem sucedida".

Manifestou ainda gratidão "às autoridades e pessoas que deram dinheiro perante grandes dificuldades e hostilidade", nomeadamente na angariação de dinheiro para a caução necessária para a sua libertação, e à imprensa pelo apoio.

Agradeceu "finalmente ao sistema judicial britânico, onde a justiça sem sempre é o resultado mas pelo menos ainda não está morta".

Assange disse que durante o tempo "em prisão solitária no fundo de uma prisão vitoriana" reflectiu "nas condições daqueles que também estão em prisão solitária no resto do mundo, também detidos, em condições mais difíceis".

"Vou continuar o meu trabalho e protestar a minha inocência nesta questão e revelar à medida que recebermos, o que ainda não aconteceu, as provas destas alegações", disse.

Hoje o juiz Duncan Ouseley, do Tribunal Superior [High Court] confirmou a possibilidade de o fundador do WikiLeaks sair em liberdade provisória até ao julgamento do processo de extradição, que está agendado para 11 de Janeiro.

Manteve as mesmas medidas de coação antes impostas, nomeadamente o termo de identidade de residência, uso de pulseira eletrónica, apresentações diárias à polícia e um número de horas para estar em casa.

A morada dada foi uma casa de campo perto de Bungay, no oeste de Inglaterra, a cerca de 200 quilómetros de Londres, com 10 quartos e uma propriedade em redor com 2,4 quilómetros quadrados.
A casa foi oferecida por Vaughan Smith, um jornalista e antigo militar, cujo clube de jornalistas na capital britânica também abrigou o australiano nos dias anteriores à detenção, há nove dias.

O jornalista John Pilger, o realizador Ken Loach, a colunável Jemima Khan, Fatima Bhutto, sobrinha da antiga primeira ministra paquistanesa Benazir Bhutto, Bianca Jagger, ex-mulher do músico Mick Jagger, o escritor Henry Porter, o historiador Tariq Ali, a advogada Helena Kennedy ou o realizador norte americano Michael More foram outras personalidades que ofereceram publicamente ajuda.
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