... e lembra que Luís Amado disse que se demitiria
.
IEL – LUSA
Lisboa, 16 dez (Lusa) - O PCP acusou hoje o Governo de "faltar à verdade" ao Parlamento sobre a transferência de prisioneiros de Guantánamo e lembrou que o ministro dos Negócios Estrangeiros disse que se demitiria se o contrário se provasse.
Esta posição foi assumida pelo deputado comunista António Filipe que, questionado se na opinião do PCP o ministro dos Negócios Estrangeiros deve demitir-se, respondeu: "Bom, foi ele que o disse: que o faria se se demonstrasse alguma vez que aquilo que ele estava a dizer não correspondia à verdade. Isso está demonstrado".
Em declarações aos jornalistas, no Parlamento, António Filipe referiu também que o seu grupo parlamentar "propôs a realização de inquéritos parlamentares sobre esta matéria" e que isso "foi sempre rejeitado pelo PS, pelo PSD e pelo CDS", desafiando estes três partidos a dizerem se mantêm essa posição.
Reagindo às informações divulgadas e às declarações feitas hoje sobre a utilização do espaço aéreo português para transferência de prisioneiros de Guantánamo, o deputado do PCP alegou que agora "o Governo é obrigado a reconhecer aquilo que negava perentoriamente antes" e "já não nega tudo".
Referindo-se a "declarações que foram feitas, quer pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, quer pelo próprio primeiro ministro na Assembleia da República", apontou: "O que aqui foi afirmado perentoriamente é que não tinha havido qualquer pedido ou qualquer solicitação, fosse de quem fosse, relativamente ao sobrevoo, à utilização do nosso espaço nacional e do nosso espaço aéreo para prisioneiros de Guantánamo".
"E aquilo que o Governo já reconhece é que efetivamente houve negociações entre ambas as partes ao nível dos Negócios Estrangeiros. E isto revela que o Governo de facto faltou à verdade à Assembleia da República - quer o ministro dos Negócios Estrangeiros, quer o próprio primeiro-ministro", concluiu.
António Filipe reforçou que, "de facto, o Governo não falou verdade na Assembleia da República" e lembrou que "o ministro dos Negócios Estrangeiros foi tão perentório que até afirmou que se demitiria se fosse demonstrado algo de diferente daquilo que ele tinha dito", considerando que "isso agora está evidentemente demonstrado".
Sobre a eventual constituição de um inquérito parlamentar sobre esta matéria, António Filipe disse que o PCP não renovará a sua proposta "a menos que haja uma indicação por parte das outras forças políticas de que vão alterar a sua posição".
"Nós não temos qualquer interesse em repetir iniciativas já apresentadas com idêntico resultado", acrescentou.
A edição de hoje do jornal espanhol El País cita telegramas diplomáticos divulgados pelo portal Wikileaks, segundo os quais o primeiro-ministro, José Sócrates e o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, autorizaram que voos de repatriamento de prisioneiros de Guantánamo sobrevoassem o espaço aéreo português ou fizessem escala nas Lajes, nos Açores - informação que já foi negada oficialmente pelo gabinete de José Sócrates e pelo ministro Luís Amado.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
.
.
IEL – LUSA
Lisboa, 16 dez (Lusa) - O PCP acusou hoje o Governo de "faltar à verdade" ao Parlamento sobre a transferência de prisioneiros de Guantánamo e lembrou que o ministro dos Negócios Estrangeiros disse que se demitiria se o contrário se provasse.
Esta posição foi assumida pelo deputado comunista António Filipe que, questionado se na opinião do PCP o ministro dos Negócios Estrangeiros deve demitir-se, respondeu: "Bom, foi ele que o disse: que o faria se se demonstrasse alguma vez que aquilo que ele estava a dizer não correspondia à verdade. Isso está demonstrado".
Em declarações aos jornalistas, no Parlamento, António Filipe referiu também que o seu grupo parlamentar "propôs a realização de inquéritos parlamentares sobre esta matéria" e que isso "foi sempre rejeitado pelo PS, pelo PSD e pelo CDS", desafiando estes três partidos a dizerem se mantêm essa posição.
Reagindo às informações divulgadas e às declarações feitas hoje sobre a utilização do espaço aéreo português para transferência de prisioneiros de Guantánamo, o deputado do PCP alegou que agora "o Governo é obrigado a reconhecer aquilo que negava perentoriamente antes" e "já não nega tudo".
Referindo-se a "declarações que foram feitas, quer pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, quer pelo próprio primeiro ministro na Assembleia da República", apontou: "O que aqui foi afirmado perentoriamente é que não tinha havido qualquer pedido ou qualquer solicitação, fosse de quem fosse, relativamente ao sobrevoo, à utilização do nosso espaço nacional e do nosso espaço aéreo para prisioneiros de Guantánamo".
"E aquilo que o Governo já reconhece é que efetivamente houve negociações entre ambas as partes ao nível dos Negócios Estrangeiros. E isto revela que o Governo de facto faltou à verdade à Assembleia da República - quer o ministro dos Negócios Estrangeiros, quer o próprio primeiro-ministro", concluiu.
António Filipe reforçou que, "de facto, o Governo não falou verdade na Assembleia da República" e lembrou que "o ministro dos Negócios Estrangeiros foi tão perentório que até afirmou que se demitiria se fosse demonstrado algo de diferente daquilo que ele tinha dito", considerando que "isso agora está evidentemente demonstrado".
Sobre a eventual constituição de um inquérito parlamentar sobre esta matéria, António Filipe disse que o PCP não renovará a sua proposta "a menos que haja uma indicação por parte das outras forças políticas de que vão alterar a sua posição".
"Nós não temos qualquer interesse em repetir iniciativas já apresentadas com idêntico resultado", acrescentou.
A edição de hoje do jornal espanhol El País cita telegramas diplomáticos divulgados pelo portal Wikileaks, segundo os quais o primeiro-ministro, José Sócrates e o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, autorizaram que voos de repatriamento de prisioneiros de Guantánamo sobrevoassem o espaço aéreo português ou fizessem escala nas Lajes, nos Açores - informação que já foi negada oficialmente pelo gabinete de José Sócrates e pelo ministro Luís Amado.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
.
Sem comentários:
Enviar um comentário